sábado, 21 de dezembro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 34

/Roberto on


      Eu nasci no Brasil e morei minha vida toda em Paris com a minha mãe, meu padrasto e minhas meia-irmãs mais novas.

      Toco guitarra numa banda de amigos lá da França. Sempre fui fã de rock 'n Roll e roupas do gênero. Minha mãe sempre dizia que esse era um dos pontos fortes entre mim e Raquel.
Sou melhor em Francês do que em Português, não sei muito de Inglês. Em português, eu entendo tudo o que me falam, mas nem tudo sei falar.

      Minha vida, sem dúvidas, foi ótima. Sou rodeado de amigos, minha mãe sempre foi maravilhosa na minha criação, minhas irmãzinhas são uns doces e meu padrasto é definitivamente um segundo pai pra mim. Minha convivência familiar é a melhor impossível.
     
      Em 2007, descobri a existência da minha irmã gêmea, praticamente por conta própria. Eu estava vendo umas fotos com a minha mãe e uma toda decorada caiu de um dos álbuns, uma garota de mais ou menos uns oito anos estava nela, era muito parecida comigo e eu não conseguia parar de perguntar quem era aquela menina. Então, como mamãe viu que não dava mais pra esconder, me contou toda a história na mesma noite.

Contou sobre papai e o quanto se sentiu triste quando seu primeiro casamento não deu certo. O nome da minha gêmea era Raquel, e na época ela morava ainda na Inglaterra.

      Dois anos depois, eu fiz um intercâmbio pela Inglaterra. E apenas por algum milagre de alguma força maior, a vi pela primeira vez. Ela estava de longe, estava passeando pela rua bem em frente ao Big Ben enquanto mexia em seu celular, fiquei em paralisado e quase não acreditei. A reconheci no mesmo momento, mesmo de longe. Mamãe havia me dado uma foto dela que, até hoje, eu carrego na carteira. Eu encarava aquela foto todas as noites antes de dormir, torcendo para que um dia eu a conhecesse pessoalmente. Eu fiquei meio que perseguindo-a até perdê-la de vista.

Na época, seus cabelos chegavam na cintura e estavam jogados para o lado, ela estava com uma blusa de uma banda chamada "Muse" e usava belas botas de couro com tachinhas.

Pensei seriamente em ir falar com ela, mas então pensei melhor e imagine que louco seria: "Olá, sou seu irmão gêmeo da França, sou obcecado em te conhecer, como vai?" Certamente a menina chamaria a polícia ou um manicômio.

Passei minha vida inteira curioso para conhecê-la pessoalmente, a foto já estava velha e meu peito se enchia de esperança cada vez que eu imaginava nosso encontro. Já cheguei a sonhar várias vezes com isso, mas nada se compara a realidade.

E agora, nesse momento, eu estava cara a cara com a minha irmã, meu sonho estava se realizando finalmente! Minha pupilas dilataram, ela era tão linda quanto minha mãe sempre dissera...

Depois de anos ansiando por esse momento, finalmente chegou! Eu nunca estive tão feliz, tão entusiasmado em toda a minha vida... Nem quando meu pai me deu uma guitarra Gibson oficial, uma das melhores e mais caras marca de guitarra.

Seus cabelos estavam mais curtos do que quando a vi pela primeira vez, sua fisionomia não mudara muito desde então. Ela tinha a cor dos meus olhos, a cor da minha pele e a cor dos meus cabelos. Realmente, éramos bem parecidos. As poucas diferenças era que eu tinha algumas sardinhas e era mais alto que ela. Mas tínhamos os mesmos traços.

Minha irmã.

-Raquel? - Pronunciei maravilhado. Ela me fitava fixamente e com as sobrancelhas levemente franzidas. Ela tinha um par de olhos expressivos e grandes que olhavam cada centímetro do meu rosto.

Meu sorriu se abriu tímido, e meus olhos marejaram. Eu queria chorar de felicidade.

Nós tocamos nos rostos um do outro, ela tentava falar mas perdia as palavras. Quando menos esperei, ela me puxou para um abraçou. Um abraço apertado. Um abraço de saudade. Dezesseis anos separados. O sonho da minha vida estava se realizando.



-Je ne peux pas croire... - (Eu nem consigo acreditar) sussurrei abraçando-a ainda mais forte.

Quando nos soltamos, minha mãe estava emocionada. Virei pra Raquel novamente:

-J'ai tellement de choses à vous dire! - (Tenho tanto para te dizer!) Ela franziu o cenho. Minha mãe me repreendeu.

-Elle ne parle pas français! - (Ela não fala francês!)

-Ótimo, não falo inglês mesmo. - Falei em português. Raquel riu nervosa.

-Também tenho muita coisa pra te contar... - Me respondeu. Ela tinha entendido o que eu havia dito. - Falo só um pouco de francês...

Todos ficaram em silêncio por um breve momento.

-Vocês querem ficar sozinhos? - Falou meu pai, de súbito. Todos tinham esquecido a presença dele por ali. Eu já tinha matado minhas saudades dele, a última vez que nos vimos foi há anos atrás. Ele estava encostado perto da escada nos fitando com os braços cruzados e com a cabeça meio abaixada. Nos entreolhamos mas não respondemos.


-Venha Anelise, deixe as crianças à sós, eles tem muito para compartilhar.

Lúcio virou-se e começou a subir as escadas em direção ao segundo andar. Minha mãe foi atrás, ainda com os olhos marejados e sorriu nervosa ao passar por nós.

Logo estávamos sozinhos. Virei-me para Raquel.

-Hm... - Sorriu de lado - Quer se sentar?

-Tudo bem. - Respondi acompanhando-a.

Nos sentamos no sofá e no começo não sabíamos o que falar um para o outro, ainda estávamos nos recuperando de tudo. Começamos a conversa com coisas simples, logo depois, perguntando um ao outro como foram esses 16 anos longe, sem nem cogitar a existência do outro. Raquel me contou sobre sua mágoa pela mamãe, e eu a contei sobre as fotos que mamãe tinha dela e que sempre chorava quando as via. Mesmo na época eu não sabendo quem era aquela menina, me espreitava pela porta de seu quarto e a via chorando, eu sempre corria para abraça-la. Eu deveria ter uns... 7 anos de idade. Os olhos de Raquel encheram-se d'água.

-Ta falando sério? - Perguntou segurando as lágrimas.

-Mas é claro que estou! Ela te ama, mas teve que assumir suas responsabilidades como mãe para comigo também. Não dava para permanecer no Brasil e na França ao mesmo tempo, ela se apaixonou novamente e decidiu ir morar lá pois sabia que você não estaria sozinha. Ela sofreu muito, acredite.

Ela sorriu.

Conversamos por horas, esquecemos nossos pais que ainda estavam no segundo andar fazendo sabe se lá o que. Era engraçado quando ela falava muito rápido, eu pedia pra ela repetir tudo de novo e devagar.
-Você não sabe o tamanho da minha felicidade em estar aqui falando com você, depois de tantos anos, finalmente aqui estamos. Parece apenas mais um sonho... - Eu a olhava inebriado.

-Espera... Você já sabia que eu existia? - Ela olhou no fundo dos meus olhos e ficou séria, recostando-se no sofá.

-Hm... Éh... - Suspirei, era melhor falar a verdade - Na verdade, sim. Desde os 10 anos.

Ela ficou em silêncio por um momento.

-Foi muito egoísmo da parte deles... Sabe? Ter feito isso com a gente... Não foi justo.

-Concordo. Esperei seis anos por esse dia. Desde então eu fiquei desesperado em te conhecer. Mas éramos apenas crianças e seria demais pra nós, talvez até traumatizante.

Eu não conseguia parar de olhar pra ela, eu ainda estava em êxtase.



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Beeeem... Eu não tenho nem o que falar...

Eu fiquei ausente um BOOOOM tempo... Mais de um mês sem postar... Eu sei! Podem me bater, eu deixo. Só por favor não machuquem o meu nariz, soube que da mó trabalho pra reconstrução.

PASSEI DE ANO PORRANNNN!
Agora que eu já passei... Vou conseguir produzir os capítulos cada vez mais rápido!

MUITO OBRIGADA POR CONTINUAREM COMIGO E TEREM PACIÊNCIA pq olha

Juro que vou tentar não vacilar tanto...

BEIJO!