sábado, 21 de dezembro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 34

/Roberto on


      Eu nasci no Brasil e morei minha vida toda em Paris com a minha mãe, meu padrasto e minhas meia-irmãs mais novas.

      Toco guitarra numa banda de amigos lá da França. Sempre fui fã de rock 'n Roll e roupas do gênero. Minha mãe sempre dizia que esse era um dos pontos fortes entre mim e Raquel.
Sou melhor em Francês do que em Português, não sei muito de Inglês. Em português, eu entendo tudo o que me falam, mas nem tudo sei falar.

      Minha vida, sem dúvidas, foi ótima. Sou rodeado de amigos, minha mãe sempre foi maravilhosa na minha criação, minhas irmãzinhas são uns doces e meu padrasto é definitivamente um segundo pai pra mim. Minha convivência familiar é a melhor impossível.
     
      Em 2007, descobri a existência da minha irmã gêmea, praticamente por conta própria. Eu estava vendo umas fotos com a minha mãe e uma toda decorada caiu de um dos álbuns, uma garota de mais ou menos uns oito anos estava nela, era muito parecida comigo e eu não conseguia parar de perguntar quem era aquela menina. Então, como mamãe viu que não dava mais pra esconder, me contou toda a história na mesma noite.

Contou sobre papai e o quanto se sentiu triste quando seu primeiro casamento não deu certo. O nome da minha gêmea era Raquel, e na época ela morava ainda na Inglaterra.

      Dois anos depois, eu fiz um intercâmbio pela Inglaterra. E apenas por algum milagre de alguma força maior, a vi pela primeira vez. Ela estava de longe, estava passeando pela rua bem em frente ao Big Ben enquanto mexia em seu celular, fiquei em paralisado e quase não acreditei. A reconheci no mesmo momento, mesmo de longe. Mamãe havia me dado uma foto dela que, até hoje, eu carrego na carteira. Eu encarava aquela foto todas as noites antes de dormir, torcendo para que um dia eu a conhecesse pessoalmente. Eu fiquei meio que perseguindo-a até perdê-la de vista.

Na época, seus cabelos chegavam na cintura e estavam jogados para o lado, ela estava com uma blusa de uma banda chamada "Muse" e usava belas botas de couro com tachinhas.

Pensei seriamente em ir falar com ela, mas então pensei melhor e imagine que louco seria: "Olá, sou seu irmão gêmeo da França, sou obcecado em te conhecer, como vai?" Certamente a menina chamaria a polícia ou um manicômio.

Passei minha vida inteira curioso para conhecê-la pessoalmente, a foto já estava velha e meu peito se enchia de esperança cada vez que eu imaginava nosso encontro. Já cheguei a sonhar várias vezes com isso, mas nada se compara a realidade.

E agora, nesse momento, eu estava cara a cara com a minha irmã, meu sonho estava se realizando finalmente! Minha pupilas dilataram, ela era tão linda quanto minha mãe sempre dissera...

Depois de anos ansiando por esse momento, finalmente chegou! Eu nunca estive tão feliz, tão entusiasmado em toda a minha vida... Nem quando meu pai me deu uma guitarra Gibson oficial, uma das melhores e mais caras marca de guitarra.

Seus cabelos estavam mais curtos do que quando a vi pela primeira vez, sua fisionomia não mudara muito desde então. Ela tinha a cor dos meus olhos, a cor da minha pele e a cor dos meus cabelos. Realmente, éramos bem parecidos. As poucas diferenças era que eu tinha algumas sardinhas e era mais alto que ela. Mas tínhamos os mesmos traços.

Minha irmã.

-Raquel? - Pronunciei maravilhado. Ela me fitava fixamente e com as sobrancelhas levemente franzidas. Ela tinha um par de olhos expressivos e grandes que olhavam cada centímetro do meu rosto.

Meu sorriu se abriu tímido, e meus olhos marejaram. Eu queria chorar de felicidade.

Nós tocamos nos rostos um do outro, ela tentava falar mas perdia as palavras. Quando menos esperei, ela me puxou para um abraçou. Um abraço apertado. Um abraço de saudade. Dezesseis anos separados. O sonho da minha vida estava se realizando.



-Je ne peux pas croire... - (Eu nem consigo acreditar) sussurrei abraçando-a ainda mais forte.

Quando nos soltamos, minha mãe estava emocionada. Virei pra Raquel novamente:

-J'ai tellement de choses à vous dire! - (Tenho tanto para te dizer!) Ela franziu o cenho. Minha mãe me repreendeu.

-Elle ne parle pas français! - (Ela não fala francês!)

-Ótimo, não falo inglês mesmo. - Falei em português. Raquel riu nervosa.

-Também tenho muita coisa pra te contar... - Me respondeu. Ela tinha entendido o que eu havia dito. - Falo só um pouco de francês...

Todos ficaram em silêncio por um breve momento.

-Vocês querem ficar sozinhos? - Falou meu pai, de súbito. Todos tinham esquecido a presença dele por ali. Eu já tinha matado minhas saudades dele, a última vez que nos vimos foi há anos atrás. Ele estava encostado perto da escada nos fitando com os braços cruzados e com a cabeça meio abaixada. Nos entreolhamos mas não respondemos.


-Venha Anelise, deixe as crianças à sós, eles tem muito para compartilhar.

Lúcio virou-se e começou a subir as escadas em direção ao segundo andar. Minha mãe foi atrás, ainda com os olhos marejados e sorriu nervosa ao passar por nós.

Logo estávamos sozinhos. Virei-me para Raquel.

-Hm... - Sorriu de lado - Quer se sentar?

-Tudo bem. - Respondi acompanhando-a.

Nos sentamos no sofá e no começo não sabíamos o que falar um para o outro, ainda estávamos nos recuperando de tudo. Começamos a conversa com coisas simples, logo depois, perguntando um ao outro como foram esses 16 anos longe, sem nem cogitar a existência do outro. Raquel me contou sobre sua mágoa pela mamãe, e eu a contei sobre as fotos que mamãe tinha dela e que sempre chorava quando as via. Mesmo na época eu não sabendo quem era aquela menina, me espreitava pela porta de seu quarto e a via chorando, eu sempre corria para abraça-la. Eu deveria ter uns... 7 anos de idade. Os olhos de Raquel encheram-se d'água.

-Ta falando sério? - Perguntou segurando as lágrimas.

-Mas é claro que estou! Ela te ama, mas teve que assumir suas responsabilidades como mãe para comigo também. Não dava para permanecer no Brasil e na França ao mesmo tempo, ela se apaixonou novamente e decidiu ir morar lá pois sabia que você não estaria sozinha. Ela sofreu muito, acredite.

Ela sorriu.

Conversamos por horas, esquecemos nossos pais que ainda estavam no segundo andar fazendo sabe se lá o que. Era engraçado quando ela falava muito rápido, eu pedia pra ela repetir tudo de novo e devagar.
-Você não sabe o tamanho da minha felicidade em estar aqui falando com você, depois de tantos anos, finalmente aqui estamos. Parece apenas mais um sonho... - Eu a olhava inebriado.

-Espera... Você já sabia que eu existia? - Ela olhou no fundo dos meus olhos e ficou séria, recostando-se no sofá.

-Hm... Éh... - Suspirei, era melhor falar a verdade - Na verdade, sim. Desde os 10 anos.

Ela ficou em silêncio por um momento.

-Foi muito egoísmo da parte deles... Sabe? Ter feito isso com a gente... Não foi justo.

-Concordo. Esperei seis anos por esse dia. Desde então eu fiquei desesperado em te conhecer. Mas éramos apenas crianças e seria demais pra nós, talvez até traumatizante.

Eu não conseguia parar de olhar pra ela, eu ainda estava em êxtase.



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Beeeem... Eu não tenho nem o que falar...

Eu fiquei ausente um BOOOOM tempo... Mais de um mês sem postar... Eu sei! Podem me bater, eu deixo. Só por favor não machuquem o meu nariz, soube que da mó trabalho pra reconstrução.

PASSEI DE ANO PORRANNNN!
Agora que eu já passei... Vou conseguir produzir os capítulos cada vez mais rápido!

MUITO OBRIGADA POR CONTINUAREM COMIGO E TEREM PACIÊNCIA pq olha

Juro que vou tentar não vacilar tanto...

BEIJO!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Don't Break My Heart - Capitulo 33


/ Raquel on



- IRMÃO GÊMEO?! COMO ASSIM, GENTE!!? PELO AMOR DE DEUS! ISSO É IMPOSSÍVEL!!

Os dois abaixaram a cabeça.

-Vocês dois estão me zoando né? Isso não é POSSÍVEL! Eu sou filha única desde que me conheço por gente! COMO PODE SURGIR UM IRMÃO ASSIM DO NADA?! E ainda por cima GÊMEO!!?PAI! MÃE? O QUÊ?! NÃO!

-Filha, é a verdade. - Disse meu pai. Seu me olhar diretamente.

- NÃO PODE SER!! E mesmo se for... COMO VOCÊS PUDERAM TER ESCONDIDO ISSO DE MIM TANTO TEMPO!? VOCÊS SABEM O QUANTO EU ME SINTO SOZINHA DESDE QUE A MAMÃE FOI EMBORA?! SABEM COMO EU PRECISAVA DE UM IRMÃO PRA ME FAZER COMPANH
IA?! AGORA EU JÁ NÃO QUERO MAIS!! NÃO PRECISO MAIS!!




Anelise engoliu tudo séria, mas então lágrimas começaram a cair de seus olhos e ela apertou os lábios. Dava pra ver que tanto ela quanto meu pai sentiam-se culpados com tudo isso. Mas eles já deveriam saber que isso jamais daria certo.



-Filha, quando você e seu irmão nasceram, eu e sua mãe já estávamos separados. Anelise já tinha conhecido François, seu padrasto. Então, nos divorciamos totalmente, e na divisão de bens tudo foi separado. Até vocês dois. Eu fiquei com a menina e ela o menino. Anelise só pôde ficar aqui até o término da amamentação, ela teve que voltar para a França de vez quando o seu irmão...

-Já entendi pai. Chega, já entendi. Minha mãe me trocou por ele.

-Filha, não foi isso!

-CHEGA!! - gritei. - VOCÊS SÃO DOIS MENTIROSOS E NÃO DIGAM QUE PENSARAM EM MIM QUANDO FIZERAM ISSO, PORQUE TAMBÉM É MENTIRA!! SABEM QUE EU NÃO SUPORTO MENTIRA!! Vocês me dão nojo.

Como ninguém falava nada, deixei os dois ali e fui em direção à porta.

-Aonde você vai? - Perguntou meu pai. Eu apenas bati a porta com força e as lágrimas começaram a descer. Lágrimas de ódio.


/Christian on


      Primeiro apareceu a mãe da Raquel toda animadinha e falando francês, depois o pai dela apareceu e meu cérebro entortou de vez: todo mundo falando português. Começaram a gritar um com o outro. Eu só sabia que estava tudo extremamente tenso ali. Nem me meti, nem sabia do que se tratava. Raquel e Anelise começaram a chorar e meu coração se partiu. Não aguento ver mulher chorando...

Raquel passou pela porta e a bateu com força. Lúcio disse alguma coisa e já ia a abrindo-a para ir atrás dela.

-Eu vou. - Falei em inglês, óbvio. Ele entendeu, Anelise nem tanto. Lúcio assentiu com a cabeça e eu fui atrás da Raquel.

     

Quando cheguei lá fora, ela já estava longe, chorando. Corri para alcança-la. Ela virou a rua menos movimentada e sentou-se numa calçada. Ali ela desabou. Fui chegando perto devagar e então sentei em seu lado.

-O que aconteceu lá amor? Conta pra mim...

Ela estava com as mãos no rosto, tapando-o para eu não ver suas lágrimas.

-Amor, olha pra mim... - Levantei seu queixo, seu rosto estava vermelho e seus olhos também. Aquilo encheu os meus olhos. - Me conta. - sequei suas lágrimas.

-Eu tenho um irmão, Christian! Um irmão, - sua voz estava totalmente embargada.

-Mas o que há de...

-Um irmão gêmeo! - ela exclamou.

Senti duas diferentes sensações: Surpresa e embrulho no estômago. Eu nunca tinha imaginado uma versão masculina da Raquel. Nunca mesmo.

Até agora.


-Amor... como isso aconteceu?


Ela me fitou como se eu tivesse dito uma bobeira.

-Até parece que você não sabe como acontece...


Demorei um pouco pra cair na ironia dela. Ela ficou me olhando duvidosamente até eu entender o sentido daquela conversa.

-Ah! Saquei.

-Finalmente! Loiro.

-Nada a ver, nem sou. Não tanto assim... - Ela riu. Tudo o que eu queria. Mas assim que ela terminou de rir, emendou um choro ainda mais alto. Raquel estava em crise.

-Não, não! Raquel, não cho... - Antes de eu terminar, ela me abraçou num ato desesperado e chorou no meu peito. Vê-la tão mal, me fazia ficar mal. Sabe, ela é a razão da minha felicidade, não tem sentido ficar feliz quando ela não está.


-Cara, minha vida inteira foi uma mentira. Minha VIDA INTEIRA! Eu não merecia isso, sério. Nunca fiz nada de mal à ninguém, então por que Deus está me castigando assim?!

-Talvez não seja castigo amor... Deus escreve certo por... - Ela me interrompeu.

-Se você disser "por linha tortas" eu juro que te dou um soco. - Ri em silêncio imaginando a cena. Quando ela quer, tem uma mão pesada...

-O que você quer que eu diga então, amor? Eu faço o que você quiser.

Minha blusa começava a ficar molhada, e eu senti uma lágrima cair dos meus olhos. Por fora uma lágrima, por dentro eu soluçava junto com ela.

-Só diga que vai ficar comigo, vai me apoiar. Você é a única coisa de verdade que eu sinto que tenho, Christian.

Ficamos em silêncio, tudo o que se escutava eram os suspiros da Raquel.

-Eu te amo tanto... - Sussurrei.


(...)


/Lúcio on


      Aos vinte e poucos anos eu era um rapaz tímido, com poucos amigos e muito inteligente. Foi numa noite Outono. Eu estava numa confraternização da minha Faculdade de Administração quando ela passou por mim. Cheia de garotos em volta, todos tentando planejar um jeito de leva-la pra cama. Belos e longos cabelos loiros e um par de olhos tão azuis quanto as águas mais claras do Caribe. A garota mais linda que eu já tinha visto. E a mais desejada também.

      Todos foram para o redor da fogueira, beber, conversar e assim vai. Eu estava bebendo, mas num canto e sozinho. Tinha acabado de terminar um namoro de três anos, ela foi pra Harvard nos EUA e como eu já estava numa faculdade e estava sem dinheiro pra viajar, nem me inscrevi. Decidimos terminar o relacionamento, ela estava cursando Medicina e era mexicana.

      De longe se era possível escutar a conversa e as risadas altas das meninas. Do outro lado do Campus os casais flertavam e nem precisava ter muita sorte pra ter a noite "ganha" com aquelas garotas.

-Olá. - Alguém falou de súbito sentando-se ao meu lado.

Era a bela garota. Meus olhos brilharam.

E olhando-a de perto, percebi que nunca tinha a visto no Campus antes. Nunca estudara lá.

-Oi! - Falei com a voz enrouquecida, já tinha passado da conta em relação a bebida.

-Tudo bom?! Meu nome é Anelise Delacour, mas pode me chamar de Ane. - Em cada palavra que saia de sua boca, um sorriso mais lindo que o outro surgia em seus lábios.

Ela me deu um beijo em cada lado do rosto, cumprimentando-me.

-Melhor agora... - Falei sem prensar. Ela deu uma risadinha e voltou a me fitar.




- Sou Lúcio Belchior. Você, por acaso... Não estuda aqui não é?

-Não... Uns amigos meus, que estudam aqui, me convidaram.

Um silêncio estranho cresceu entre nós dois. Ela bebeu um gole da minha cerveja.

-Você estuda aqui né? Posso adivinhar o que você estuda? - Ela sorriu animada.

-Claro. Manda ver. - Falei tomando um gole da cerveja.


-Hm... Computação Gráfica? - Ela mordeu o lábio.

-Olha, sou muito bom nisso, mas... ops, errou! - Nós rimos. - Faço Administração na verdade. Uma chatice. - Ela riu.

-Deve ser mesmo. Escritório não é muito a minha cara.

-Hm... Então vamos falar mais sobre você. Então, você mora aonde?

-Na verdade... Eu nasci no Rio Grande do Sul... Mas cresci aqui mesmo, não moro muito longe do Campus. Sempre amei as festas que tem aqui!

-Você cursa em algum lugar?

-Eu? Não... Sou muito jovem, mas mesmo assim, não iria querer.

-Não? Por quê?

-Quero viajar pela Europa inteira e não ter obrigações. - Ela deitou-se ao meu lado no gramado e começou a olhar as estrelas que brilhavam intensamente no céu esta noite. Ela as contemplava. Seu olhar quase tão brilhante quanto elas. - Quero ser livre... - Deu uma pausa. Eu não conseguia parar de olha-la. - Quais são seus planos, Lúcio? - Ela sorriu pra mim.

-Hm... Deixa eu pensar... - Anelise se sentou ao meu lado novamente e deitou sua cabeça em meu ombro esquerdo. Seu perfume exalava doce. Parecia que nos conhecíamos há tempos. - Quero terminar a faculdade e começar a exercer minha profissão antes dos 30 anos... Formar uma família antes dos 40... Parar de beber... - Ela riu baixinho. - Virar um grande empresário e... Acho que só. Por enquanto, claro!

-Você tem futuro, Lúcio. Meu sonho era ser modelo ou bailarina. Mas quando minha irmã mais nova, Ammy, morreu de overdose, desisti de tudo e decidi apenas tentar terminar o colégio antes dos 20... - Nós rimos.

-Quantos anos você... - Ela me interrompeu.

-16.

-22.


(...)

     
      E assim nos conhecemos, foi amor a primeira vista. Na mesma noite, fizemos amor numa das salas do colégio. Estávamos perdidamente apaixonados um pelo outro. Até hoje nunca entendi o que ela tinha visto em mim. Eu era apenas um nerd e ela a garota mais linda e espirituosa que eu já havia conhecido.

       Aos 17 anos, Anelise engravidou. Ela brigou com o pai e saiu de casa. Nos casamos quando ela completou 18 anos. Ao descobrimos que eram gêmeos, entramos em pânico. Eu, um estudante de faculdade e ela, tinha acabado de terminar o colégio. Não tínhamos como cuidar dos nossos filhos.

Mas então, os pais dela nos ajudaram até encontrarmos um emprego. Eu consegui um ensinando informática e computação gráfica, Anelise conseguiu como modelo fotográfica de catálogo de fraudas e bebês e fez vários comerciais com o barrigão. Assim, subimos a nossa renda mensal.

     
Infelizmente nosso casamento não durou muito. Começamos a brigar constantemente, qualquer coisa era motivo de briga. Talvez porque assumimos compromisso muito jovens. Anelise queria viver seus sonhos, queria mais a minha atenção, mas eu precisava trabalhar cada vez mais para poder sustentar nossa futura família. E acabava que não tinha tempo pra ela.

      Nosso casamento durou apenas 2 anos. Ficamos juntos por 3 anos ao todo, até que ela conheceu outra pessoa. Uma pessoa que poderia realizar seus sonhos e lhe dar mais atenção do que eu fiz.

      Hoje em dia, Anelise reside na França, seu país favorito da Europa, além de ser filha de franceses e falar francês fluentemente. Ela mora com seu atual marido: François; Suas duas enteadas: Pietra e Fleur; E o irmão gêmeo da Raquel: Roberto.

      Anelise pediu divórcio para poder se casar novamente, desde então eu vivo sozinho cuidando da minha filha. Minha mãe morou no Canadá até seu último dia de vida, por isso não tinha como me ajudar.

      Assim, quando ocorreu a separação de bens, eu fiquei com a casa e ela com um dos gêmeos. Decidimos juntos que nunca contaríamos para os nossos filhos a existência do outro, isso até os dois completarem idade o suficiente para entender toda história: 16 anos.

Idade que Anelise tinha quando nos conhecemos.


(...)



-Eu te disse pra esperar mais um pouco, Anelise! Não era necessário ela saber ainda! Parece que não sabe como é o gênio dela.

      Estávamos ainda na sala, Raquel tinha acabado de sair de casa e não fazíamos a menor ideia se ela voltaria ainda hoje. Eu tinha pela consciência do que estava causando à minha filha. A tristeza que ela poderia estar sentindo nesse momento. Graças a Deus, Christian foi atrás dela, tenho plena confiança nele.

-Lúcio, você não entende que o Roberto quer conhecer a irmã dele? E também quer te conhecer melhor! Do mesmo jeito que eu sou ausente na vida da Rock, você é na vida dele. Acha que eu não sei o quanto ele se sente mal?

-A Raquel nem mesmo uma madrasta teve!

-Padrasto não é a mesma coisa que pai, Lúcio!

Gritávamos um com o outro. Assim como fazíamos na época de casados. A diferença naquela época é:

Nos amávamos acima de todas as brigas.

Mas tudo mudou.

-Meu filho realmente se sente mal com a minha falta? - Falei me acalmando. - Faz anos que eu não o vejo.

-Sim... Mas ele foi compreensivo o suficiente para entender isso. E ele te ama, Lúcio. Ele ama a Raquel, mesmo sem nunca tê-la conhecido.

Ficamos calados por um momento. Os olhos de Anelise se encheram d'água

-Fizemos muita loucura, Lúcio. Nunca deveríamos ter escondido uma coisa dessas deles. Tudo poderia ter sido diferente...

-Éramos jovens e irresponsáveis. Não tinha outra saída.

Uma lágrima caiu de seus olhos e ela virou o rosto, assim como a Raquel, ela odeio chorar em público. Sempre preferiu sofrer em silêncio. Raquel é muito mais parecida com a mãe do que pensa...

Eu tentava ser forte.


-Meu maior orgulho são os nossos filhos. Raquel pode até não ser tão "tranquila" quanto Roberto, mas os três tem uma coisa em comum: Tem uma facilidade enorme para amar verdadeiramente as pessoas. - Ela disse com a voz embargada.

-Três?

-Você, Lúcio. Desde aquela época até hoje, você continua o mesmo.

Fiquei sem palavras. Eu nunca achei que, mesmo com todas as nossas brigas, em todos esses anos, ela pensasse isso de mim. Ela é uma mulher casada agora, decidi voltar ao foco da conversa.

-Quando... quando Roberto conhecerá a irmã?

-Ele está a caminho do Canadá. Deve chegar essa noite. Do jeito que ele e a Raquel são decididos, ele virá direto pra cá.


(...)


/Raquel on


      Eu estava no Mc Donald's tomando Milk Shake com Christian. Eram 19:30 mais ou menos. Eu já estava bem melhor, ele sempre conseguia me fazer sentir melhor. Christian sempre me fazia rir.

-A Caitlin e o Marcos namoram há, sei lá... 4 meses? - Perguntou pra si mesmo - E mesmo assim eu ainda não me acostumei com ele como "Meu cunhado" - Eu ri. - É sério, consigo vê-lo como amigo da minha namorada, não como namorado da minha irmã. Tipo, não rola.

-O Marcos é muito legal, você que é chato! - Ele sujou meu nariz com chocolate. - Seu filho da pu...

Meu telefone tocou. Peguei o celular enquanto limpava o nariz com um guardanapo.

"Pai"  era o oque aparecia no leitor. Pensei duas vezes antes de atender. Já tinham umas 9 ligações perdidas no meu celular. Todas porque eu deixei o celular tocar até cansar.

-Atende, amor. Fala com ele. - Sugeriu Christian. Assenti.

-Fala. - Atendi.

-Onde você está? - Perguntou. - Por que não atende minhas ligações?! - Ignorei esta pergunta.

-No MC com o Christian, o que você quer? - Falei veemente.

-Preciso que volte pra casa. Agora.

Bufei.

-É importante, Raquel!

-Estou indo, tchau. - Desliguei antes dele falar alguma coisa.

Avisei a Christian o que estava acontecendo e ele me levou de volta para a minha casa, que não ficava muito longe.



(...)


       Quando entrei, minha mãe estava sentada no sofá e meu pai em pé perto da mesa, parecia pensativo. Anelise ainda estava com o rosto vermelho de tanto segurar o choro. Parecia que todos estavam a minha espera.

-Filha, tem uma pessoa que quer muito te conhecer... - Falou meu pai baixo, mas com um certo brilho no olhar.

Um garoto desceu as escadas do segundo andar, calças rasgadas e uma blusa do Avenged Sevenfold. Uma das minhas bandas favoritas. Eu não tinha a menor dúvida de quem era, mas mesmo assim custei a acreditar.

Ele chegou bem perto de mim, meio que analisou o meu rosto. Ele parecia emocionado. Meu coração pulava dentro de mim.

-Raquel?




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ZEEEEEENTE ELE APARECEU CRL CRL HUDJSNEHRUFOMRJDNSL

Espero q tenham gostado desse capítulo! Beijos.

domingo, 27 de outubro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 32

/Raquel On


-Mãe?

Meu coração parou. Vários sentimentos num mesmo momento: Susto, Saudades, Arrepio na espinha - não é sentimento mas tá valendo - e um pouco de raiva corroída, não sei porque mas alguma coisa estava me dizendo que aquilo não ia prestar. Sempre que ela aparece algo dá errado ou eu acabo ferida de alguma forma.

Ela se levantou e veio me abraçar. Eu ainda estava em choque, nem consegui retribuir. Christian olhava tudo sem entender.

-Filha! Como você está linda! - Falou me olhando de cima a baixo e sorrindo. - Esse só pode ser o meu genro! - Ela abraçou o Christian do nada, ele retribuiu timidamente e me fitou confuso - ela estava falando em português - por cima dos ombros dela. - Minha filha sempre teve bom gosto. - Disse assim que o soltou. Eu só observava.

Assim que assimilei um pouco mais as coisas, consegui, com dificuldade, pronunciar algumas palvras:

-Mãe... como... o que... você? Hm... Ér... PAAAAAAI!!

Subi as escadas correndo, talvez ele soubesse o que estava acontecendo. Acabei esquecendo Christian junto com a louca da minha mãe.

Corri até o escritório e comecei a bater na porta loucamente. Ele abriu desesperado, talvez estivesse fazendo algo importante.

 -O que foi, Raquel!? - Gritou. Realmente ele devia estar fazendo algo importante. Seu rosto estava vermelho.

-O que a minha mãe ta fazendo aqui?!

-A sua... como é que é?! - Ele trancou a porta do escritório e passou na minha frente em passos rápidos. E enquanto andava, ele ia praguejando baixinho.

Assim logo chegamos à sala de estar. Minha mãe estava sentada no sofá junto de Christian, eles conversavam em francês - Anelise não falava inglês e além de morar na França ainda tinha descendência francesa. Francês era sua segunda língua. - . Na verdade, minha mãe mal deixava ele falar. Estava eufórica. Mas do jeito que a conheço, tem alguma coisa por trás disso.

-Christian. - O chamei assim que entrei na sala. Ele se levantou rapidamente e veio pro meu lado. - Ta me devendo uma oral por eu ter te livrado da minha mãe - Sussurrei baixo pra ele. Ele riu.

-Quantos você quiser. - Me deu um beijo "roubado" no rosto. - Se bem que a sua mãe é bem gatinha. - O fitei em desaprovação. - Mas eu prefiro a filha, claro!

-Anelise, o que você... - Falou meu pai ainda confuso com aquela situação.

-O que eu... o que Lúcio? Até parece que não sabe o que eu vim fazer aqui. - Ela se levantou do sofá ficando cara a cara com o meu pai.
 
-Tem certeza, Anelise? - Ele coçou o queixo.

-Ela já fez 16 anos certo?

-Ou! "Ela" está bem aqui! - Falei me intrometendo na conversa. Eles me ignoraram.

-Sim, no mês retrasado! - Falou meu pai alterando o tom de voz. Nunca o vi tão nervoso.

-Eu sei muito bem disso. Não há como esquecer, Lúcio.

-Então por que só veio dar as caras agora? - Perguntei me metendo outra vez. - Por que você nunca comemora o meu aniversário comigo? O que pode ser mais importante que a sua única filha?

-Não importa agora.  - Falou baixo.

-Mas é claro que importa! - Meus olhos arderam.

-Você não entende. Mas logo vai entender. - Ela estava séria.

-Mãe, o que você está fazendo aqui afinal de contas? Para de me enrolar!




-Vim te contar a verdade. Não é isso o que você quer tanto saber?

-Anelise... - Meu pai disse em tom de aviso.

-ELA TEM QUE SABER, LÚCIO! - Gritou.

-Do que eu tenho que saber, gente!? Pelo amor de Deus! Chega de suspense!

-Filha, eu sinto muito ter escondido isso de você por tanto tempo, Lúcio e eu combinamos de te contar quando completasse 16 anos.

-Continue. - Falei ríspida.

Ela me fitou e eu reparei que seus olhos haviam se avermelhado levemente.

-Filha, você tem um irmão...

-Mãe! Você teve um filho e não me disse? Como pôd... - Ela me interrompeu.

-Um irmão gêmeo.





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+10 Comentários?


Eu sei que não ta grande, mas eu fiz correndo gente. To voltando às provas e vou ficar sem postar um tempinho. Mas tudo bem, não vai demorar tanto assim, vou fazer meu possível. A Fanfic não está totalmente no fim, mas estamos chegando lá :')

Beijo ;)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 31

/Christian on     


       Enquanto eu dirigia pra casa, Raquel dormia no banco de trás. Às vezes ela reclamava quando o carro balançava muito, eu só ria. Eu a deixei em casa sã e salva e fui para minha.

       Passei sem ser percebido, minha mãe estava na cozinha, meu pai estava concentrado lendo jornal e Caitlin estava brincando com Lil B. Ao chegar no quarto, já estava sem camisa mesmo, apenas cai na cama e apaguei. Aquela noite tinha sido "cansativa".



(...)


      Acordei umas 16:00 da tarde.

Acordei pensando nela... por um momento achei que estivesse sonhando mais um daqueles sonhos loucos que eu tinha com ela. Mas então me levantei, olhei no espelho e virei de costas. Arranhões e chupões. Aquilo era real.

Finalmente!

Me senti explodir de felicidade por dentro. Peguei um travesseiro, o pressionei contra o rosto e gritei o mais alto de podia.

Corri pro banheiro pra tomar banho, vou vê-la hoje novamente.


(...)



-Christian? - Ela disse franzindo as sobrancelhas, surpresa em me ver.

Raquel estava apenas com uma blusinha e uma calcinha. Seu cabelo estava bagunçadamente sexy e eu acabei de perceber que ela estava sem sutiã também...

-Boa tarde... noite, sei lá. - Antes dela falar alguma coisa, a puxei pela cintura dando-lhe um beijo surpresa. Eu dormi pensando nela e acordei pensando nela. Tudo gira em volta dela.

 



Ela envolveu os braços sobre o meu pescoço me abraçando.

Alguém pigarreou.

Raquel logo me soltou. Olhou pra trás e me fitou novamente.

-Sobe! Rápido, vai pro meu quarto! Já to chegando lá. - Falou sussurrando.

-O que foi?

-Anda logo, Christian! - Ela me empurrou em direção a escada.

Subi correndo as escadas e antes mesmo de entrar no quarto dela pude ouvir uma conversa vindo do andar de baixo:

-Com quem estava falando, filha? - Era o pai dela.

-Sozinha, eu tenho feito muito isso... - Ela riu sem graça, nunca soube mentir.

Segui caminho até seu quarto sem fazer barulho, fechei a porta e me joguei na cama dela. Mesmo depois de dormir tanto, ainda me sentia um pouco sonolento.

Não demorou muito e ouvi batidas na porta. Pulei da cama.

Assim que ela abriu, eu a puxei pra dentro do quarto fechando a porta. Virei com ela e a encostei na parede ao lado da cama, a pressionando.

-Christian! Que fogo é esse? - Sussurrou, me fitando.

-Sentiu minha falta? - Comecei a beijar seu pescoço ferozmente. Eu nunca estava saciado quando o assunto era ela. Raquel arfava baixinho. Comecei a descer até seu decote. Mas ela me impediu.



-Não! Não, Christian! Meu pai está em casa! - Disse dando uns tapas no meu ombro.

-E qual o problema? - Só parei pra falar.

-Ta brincando?

-Brincando eu estaria se eu fizesse isso. - Deslizei minha mão até aquela bunda gostosa e apertei com força, roçando contra sua perna. Ela suspirou.

-É sério Chris! Se ele escutar...

-Vamos só "brincar" um pouquinho então. Sem fazer barulho, ok?

-Christian!

Quando ela disse isso, minha mão esquerda deslizou pela sua calcinha e começou a massageá-la por cima. Eu tapei sua boca enquanto a massageava, ela já se encontrava molhada. Eu beijava seu rosto enquanto ela tentava se esquivar.

Quando tentei puxar sua calcinha, ela me empurrou.

-Para! É melhor você ir embora... - Estalei a língua no céu da boca em desaprovação.

-Para de doce Raquel, vem cá. Relaxa amor.

A puxei pra mim novamente. Fui abrindo a minha calça lentamente olhando nos olhos dela, ela parecia hipnotizada.

Nem desci a calça, deixei-a no meu corpo, mas aberta. Puxei uma de suas mãos sem desviar meus olhos dos dela. Toquei sua mão no meu abdômen e fui descendo lentamente. Afastei minha boxer e coloquei sua mão lá dentro devagar. Ela suspirou e eu me arrepiei ao sentir seu toque, sua mão estava fria.

Deixei sua mão livre e ela começou a mexer nele. Minha mãos se apoiaram na parede - pois quando eu sentia seu toque, minhas pernas ficavam trêmulas - consequentemente a prendendo ali. Comecei a beijar seu pescoço lentamente, até que ela o puxou pra fora da calça. Grunhi.

Raquel abaixou minha boxer e minha calça junto, liberando meu pênis e se ajoelhou na minha frente. Sorriu pra mim antes de me chupar de uma vez. Fui ao delírio por dentro.

Com a boca dela ainda no meu pau, me sentei na cama e comecei a acariciar seus cabelos. Pendi a cabeça pra trás com um gemido quando ela sugou e mordeu de leve.

Quando senti que ia gozar, corri pro banheiro. Acabei ejaculando na pia (risos).

-Christian, ta tudo bem aí? - Ela perguntou baixo pelo outro lado da porta.

-Tranquilo, amor. Só não queria te sujar.

-Hm... - Conseguia imaginá-la ruborizando.

Ao "terminar", lavei minhas mãos e saí do banheiro. Ela não estava mais no quarto, sentei na cama esperando-a voltar.

-Aonde foi? - Perguntei quando ela cruzou a porta.

-Fui fazer um gargarejo em outro banheiro. - Eu ri tanto que a minha barriga até doeu.

-Ta falando sério? - Perguntei retomando o ar.

-Claro! Não ia ficar com gosto de pênis na minha boca o resto do dia. - Ela piscou pra mim fechando a porta.

Eu estava sentando em sua cama, ela chegou perto e começou a acariciar meus cabelos. Logo em seguida sentou no meu colo sem nenhum tipo de malícia.

-Por que ta me olhando assim? - Perguntei enquanto ela acariciava meus cabelos me olhando fixamente.

-Senti sua falta... Só isso. - Lhe dei um selinho.

-I love you, do you know that?

-Yep.

Ela olhou nos meus olhos e me deu um beijo cheio de ternura, sem segundas intenções. Eu acariciava sua cintura e ela os meus cabelos.

-Vamos à praça central? - sugeri. - Caminhar um pouco... Sei lá, passear. Faz tempo que não fazemos isso.

-Claro...

Raquel tomou um banho rápido e me fez fechar os olhos para poder se arrumar. Tive que sair de fininho e espera-la lá fora. Lúcio ainda não fazia ideia de que tínhamos voltado a namorar. Mas mesmo se soubesse, não ia achar muito legal em saber que eu estava escondido no quarto dela.


(...)


     Depois do passeio, voltei para a casa da Raquel e dessa vez com a permissão do meu sogrão. Assistimos "Se Beber Não Case 2" e ela fez um bagulho chamado "Brigadeiro" que é bom demais! Esses doces brasileiros...

Quando o filme terminou, ficamos namorando mais um pouquinho até que o pai dela a chamou.

      Eram 20:00 mais ou menos. Raquel e eu nos levantamos da cama e começamos a relembrar partes do filme, riamos o tempo todo enquanto descíamos as escadas.

Ao chegarmos na sala, nossas barrigas doíam de tanto rir. Foi aí que eu percebi a presença de uma moça no sofá. Uma moça muito bonita porém mais velha. Deveria ser alguma prima ou amiga da Raquel.

Mas quando a própria Raquel a viu, parou de rir e ficou completamente séria, parecia mais que havia ficado estática. Congelada. Raquel estava fora de sí. A única palavra que saiu de sua boca foi:

-Mãe?



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Anelise chegou nessa porra!

Foi mal a demora aê cambadinha. Pois é, eu sei "Ah Júlia, pq vc demorou tanto?" Vcs sabem como eu sou :/

Foi mal os erros de digitação 


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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 30

/Raquel on


- Alô?

-Alô? Raquel? É a Jasmine!

-Oi Jazz! Tudo bem?

-Tranquilo. Bom, vamos sair hoje? - Perguntou entusiasmada.

- Pra onde e quem vai? - Nós rimos.

-Uma balada no centro da cidade. A mais famosa. Eu, você e Megan.

-Ah, então vamos. Não sabia que conhecia Megan!

-Somos amigas de infância. Baladeiras desde o 15! - Nós rimos.

-Ok, nos encontramos na praça às 22:00?

-Certo. Tchau, amiga.

-Até mais tarde! - Desligamos.

São 18:00, dá tempo de tirar um cochilo pra mais tarde.


(...)


-Vamos?

      Eram 22:15, já estou na praça com JasmineMegan acabou de chegar. Eu coloquei uma roupa comum. Espero esquece-lo outra vez. Não sofrer por mais um noite. Quero viver a minha vida.

      Fomos de carro na Lamborghini violeta da Megan. Todo mundo é rico aqui ou é impressão minha?

A balada não ficava tão longe, 15 minutos de carro mais ou menos.
Quando chegamos lá, o lugar estava lotado de gente. Tinha uma fila enorme pra entrar. Nós passamos na frente pois Jasmine já havia conseguido ingressos. Ao entrarmos, escolhemos uma mesa vazia que ficava perto do bar, assim ficaria mais fácil a "locomoção". Tinha um monte de gente dançando e bebendo. Um monte de garotos lindos.

A gente mal chegou e Megan já foi dançar. Começou a tocar Wrecking Ball da Miley Cyrus só que remixado. Até eu sai pra dançar. Comecei a me mover de acordo com a música, Megan mal chegou e já estava dançando com um cara, eu preferi ficar na minha dançando no meio da galera, dançando como se não tivesse mais ninguém ali.



Eu dancei umas cinco músicas seguidas naquela pista, me deixei levar por todas elas. Sempre amei dançar mesmo. Megan já estava no canto "conversando" com o cara. Quando mudaram as músicas para apenas eletrônico, eu decidi voltar pra mesa pra beber alguma coisa.


/Christian On


      Chaz me convidou para ir na balada com ele, eu relutei, não estava no clima. Tentei ligar várias vezes para a Raquel mas não consegui. Quando eu fui na casa dela, ela tinha saído com as amigas. Parecia até que o destino não queria a nossa volta.

Depois de Chaz e Ryan me implorarem muito, eu resolvi ir...



-Jasmine! - Chaz a chamou. Ela se levantou e os dois se abraçaram. - Ta sozinha?

-Não! A Megan tá bem ali. - Apontou pra pista de dança, onde Megan estava dançando com alguém.

-Vamos ficar todo mundo junto, na mesma mesa, não é melhor?

-Por mim tudo bem. - Todos responderam mas não em coro.

Começamos a conversar, uns mais que os outros - Chaz e Jasmine - Ryan foi pegar drinks no bar.

-Uma boa filha à casa torna. - Jasmine falou olhando para a pista de dança. Meus olhos se arregalaram e eu gelei por dentro. Meu coração começou a bater mais rápido e minhas pupilas dilataram. Ela estava linda.

Ela é linda.

-Dançou muito? - Perguntou Jasmine sorrindo. Eu não parava de olha-la, mas ela ainda não havia notado a minha presença.

-Bastante! Isso aqui é muito bom.

-Oi Raquel! - Falou Ryan.

-Ryan? Oi! Cara, quanto tempo! - Eles se abraçaram, me senti ferver. - Chaz? Você por aqui também? - Ela bagunçou o cabelo dele. Até que finalmente me viu.

-Oi Raquel. - Falei estático.

-Ah, oi Chris... tian. - Ela me olhou sem graça . O clima tinha ficado pesado. Jasmine quebrou o gelo:

-Chaz! Adoro essa música, vem dançar comigo? - Ela o puxou antes dele responder. - Vem também Ryan!

-Ah tá, tô indo. - Ryan se levantou na hora e foi atrás dos dois. Eles queriam nos deixar à sós.

Estávamos só eu e ela. Eu a olhava descaradamente, ela fingia que eu nem estava ali enquanto bebia um Martini. Eu não sabia o que fazer. Foi a primeira vez que eu não soube como agir com uma garota.

-Raquel... - A chamei. Seus olhos se desviaram para mim, mas ela não disse nada. Sua expressão era séria. - Me perdoa... - Era tudo o que eu conseguia falar. Suas sobrancelhas franziram.

-O que? - Perguntou cruzando os braços sobre a mesa.

-Me perdoa, amor. - Eu cheguei mais perto, ela nem se movia. - Eu fui um idiota. Eu nunca quis te fazer sofrer, Justin me contou toda a verdade, eu fui um filho da puta por não ter acreditado na palavra da mulher da minha vida... Volta pra mim amor, por favor, você é tudo pra mim. Eu nunca te esqueci, eu te amo Raquel. Eu jamais deveria ter desconfiado de você, amor. - Uma lágrima caiu de seus olhos. Automaticamente meu dedos limparam seu rosto. - Nós dois estamos mal com isso, Raquel. Eu te A-M-O. Mais que tudo.

-Você me magoou muito. Como pôde não acreditar em mim, Christian? Como você quer voltar a um relacionamento sem confiança? Me diz.

-Eu confio em você! Agora mais do que nunca. Eu estava cego demais, mas... Raquel eu tô falando sério. Volta pra mim amor, por favor. Volta pra mim... - Minhas mãos estavam em seu rosto, acariciando-o. Por mais que ela não goste que eu fale, ela é o meu anjo. Nossos rostos estavam bem perto um do outro. E o que eu menos esperava aconteceu.

Raquel me puxou para um beijo. Seus lábios nos meus outra vez, aquilo parecia um sonho. Meu coração batia como um tambor descompassado. Sem partir o beijo, a puxei pra mais perto. Eu colei nossos corpos, eu não queria largá-la de jeito nenhum, nunca mais. Minhas mãos estavam em sua cintura, apertando-a. Eu a puxava cada vez mais pra perto, ela me beijava na mesma intensidade. Que saudades desse beijo!

-Eu te amo. - Falei ofegante, olhando em seus olhos.

-Eu te amo! - Falou voltando a me beijar ferozmente.

De repente começou a tocar "Supremassive Black Whole" do Muse. (clique na música)

Eu fui até o meio da pista de dança. Nós dois dançávamos e nos beijávamos ao mesmo tempo. Não conseguíamos parar de nos beijar e nos tocar, só as vezes a gente parava pra rir pois escutávamos os gritinhos de felicidade da Jasmine e da Megan.

Eu a encostei na parede a pressionando. Raquel me beijava loucamente. Rocei em sua intimidade ainda coberta, ela gemeu baixinho. Música para os meus ouvidos. Meus beijos desceram para o seu pescoço, ela acariciava meus cabelos e arfava de olhos fechados. Uma das minhas mãos subiram por dentro da blusa dela, quando eu estava quase chegando "lá" ela me fez parar.

-Chris, aqui não! - Me repreendeu.

-Vamos pro meu carro! - Sugeri desesperado.

-Desde quando você tem carro?

-Anda logo, Raquel! - A puxei pela mão até o estacionamento, fomos praticamente correndo. Eu estava louco pra transar com ela.

Localizei meu carro e a encostei nele. Ela me abraçava e me beijava, eu a pressionava fortemente contra a lataria . Ela gemia baixinho o meu nome e isso me deixava em êxtase. Eu puxei minha chave do bolso e me virei pra abrir a porta, ela me abraçou por trás e começou a beijar o meu pescoço e a formar chupões, aquilo chegava a me dar vertigem. Eu suspirava baixinho. Não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.

-Chris... anda logo. - Ela sussurrou do meu ouvido.

Eu estava prestes a quebrar a janela do carro e entrar de qualquer jeito. Até que eu finalmente consegui abrir. Ouvia os sinos e o coro angelical cantando "aleluia" na minha cabeça. Eu a joguei no banco de trás do carro ficando por cima dela. Ela riu. A coisa mais perfeita do mundo. Eu comecei a beijá-la. Suas mãos desceram e tiraram minha blusa vagarosamente, ela começou a observar o meu corpo com um certo brilho no olhar, como se fosse a primeira vez que nos tocamos. Suas mãos passeavam pelo meu abdômen, ela soava frio.

Raquel olhou nos meus olhos e sorriu envergonhada. Eu desci até ela e lhe dei um selinho antes de retirar sua blusa por inteiro. O lugar era meio apertado, mas dava pra gente fazer uma festa ali. Ela retirou seu cinto e jogou no banco da frente.

Fiquei de joelhos no banco do carro, ela se sentou na minha frente e começou a desabotoar minha calça, olhando nos meus olhos com aquele olhar. Quando ela tirou a minha calça, suspirei, agora faltava pouco. Ela estava cara a cara com o meu pênis ainda por cima da boxer branca. Ela chegou o rosto bem perto dele, o mordeu e o puxou por cima da cueca, eu gemi baixo franzindo as sobrancelhas, olhando em seus olhos. Ela se deitou novamente no banco e desabotoou o próprio shorts.

Nós dois só estávamos de roupas íntimas. Em seguida ela voltou a ficar na minha frente. Raquel começou a massagear meu membro vagarosamente ainda por cima da boxer. Eu fechei os olhos e joguei minha cabeça pra trás, suspirando. Aquilo estava ótimo. Suas mãos delicadas davam apertões nele, me fazendo gemer baixinho. Meu pau doía de tão duro que estava.

Raquel colocou os dedos no elástico da boxer e começou a abaixá-la devagar, me fazendo gritar interiormente. Aos poucos ela foi liberando meu membro pulsante, que agora estava apontando pra cima. Raquel envolveu suas mãos nele e começou com leves movimentos de masturbação.
Quando fechei meus olhos, senti sua boca encostar na cabeça do meu pênis. Ela começou chupando a cabecinha, me arrancando gemidos sofridos. Suas mãos seguravam a minha base quando ela foi colocando o que conseguia na boca. Minhas mãos envolveram seus cabelos cumpridos, improvisando um rabo de cavalo para não interrompê-la.

-Arg Raquel! Isso... - Gemi seu nome.

Aquilo estava tão bom que eu chegava a ficar tonto, tive que apoiar minhas mãos no banco do carro.  Ela massageava minha cintura enquanto me chupava. Involuntariamente, comecei a mexer meu quadril como se estivesse fodendo a boca dela. Aquela sensação era maravilhosa. Até que ela chupou tudo. Eu estava sentindo o orgasmo chegar, mas eu não queria ainda. A puxei pra cima lhe dando um selinho e logo em seguida a deitei novamente no banco.

-Minha vez de brincar... - A fitei com um sorriso travesso.

Ela se levantou um pouco, colando seu corpo no meu, eu passei as mãos pelas suas costas e desabotoei seu sutiã, liberando seus seios. Eu os fitei maravilhado, meus lábios percorreram seu pescoço até eles. Comecei dando leves beijos, ela me fitava rindo baixinho. Meus lábios deslizaram até seus mamilos, e então comecei a chupa-los devagar enquanto massageava seu outro seio vagarosamente. Depois subi até ela e distribui beijos pelo seu rosto e por fim sua boca.

Desci minha mão direita até a barra de sua calcinha e antes que ela estivesse pronta deslizei minha mão pra dentro.Ela gemeu ainda com os lábios nos meus. Quando comecei a massagear seu clitóris com certa força, ela deu um pulo do banco do carro e suas mãos apertaram meu pulso devido ao prazer. Aumentei a velocidade e ela começou a gemer manhosa com as mãos apertando meu punho de leve, eu ri baixinho. Adorava ver o meu poder sobre ela. Parei quando ela gemeu meu nome, caindo cansada no banco do carro. Subi em cima dela novamente, apoiando minhas mãos no banco. Trouxe o mesmo dedo que a estimulou e chupei na frente dela. Ela ruborizou. Eu ri.

Fui descendo beijos pelo seu corpo até chegar na barra de sua calcinha. Olhei em seus olhos. Ela estava vendo cada movimento que eu fazia. Passei os dedos pelo elástico de sua calcinha novamente e comecei a desliza-la pra baixo, retirando-a finalmente de seu corpo e jogando no banco da frente. Abri bem suas pernas e quando ela percebeu o que eu ia fazer, sua tensão aumentou.

-Relaxa, bebê. Isso vai ser ótimo pra você. - Falei antes de lambê-la. Raquel tapou a boca com as mãos abafando um grito. Ela jogou a cabeça pra trás. Eu a observava. Chupei seu clitóris fortemente. Ela gemeu meu nome alto. Lambi sua entrada e penetrei a língua, Raquel gritava. Com o polegar massageava seu clitóris. Era ótimo proporcioná-la prazer. Quando senti que ela ia gozar, parei.

Ela me olhava com expectativa quando voltei a ficar por cima. Ela estava ofegante. Raquel abriu as pernas e eu fiquei entre elas. Dei um beijo em sua testa. Estávamos pingando de suor. Ela passou as mãos pelos meus cabelos molhados. Nos olhávamos com ternura. Ela acariciou meu rosto com carinho. Meus olhos ficavam atordoados com tanta beleza. Seus olhos estavam em minha boca e suas mãos acariciando meu cabelo e minha nuca. Eu a puxei para um beijo.

-Eu te amo... - Sussurrou no meu ouvido. - Sempre te amei.

- Eu te amo mais... -Ela sorriu.

Ela abriu mais as pernas pra mim. Minha cabeça desceu para a curva do seu pescoço, dando leves beijinhos. Ela fechou os olhos e começou a acariciar meus cabelos. Assim eu comecei a penetra-la. Suspirei. Ela gemeu baixinho. Eu penetrava devagar, queria senti-la.

-Hmm Chris, esqueci o quanto você era grande... - Pensou alto. Eu ri. Ela riu ruborizando.

-Você acha é? - Perguntei a olhando travesso.

-Não era pra você ter escutado.

-Mas eu sempre lembrei do quanto você é apertadinha. - ela riu baixinho me dando um selinho.

Raquel me abraçou, colando nossos corpos, estávamos fazer amor. Comecei a penetrar mais fundo dentro dela. Ela gemia de olhos fechados. Era maravilhoso observa-la. E então aumentei mais a velocidade, ela suspirava com as sobrancelhas franzidas de prazer.

-Ah, Christian... - Gemeu meu nome de olhos fechados. Logo consegui senti-la arranhando minhas costas, mas ela tentava não fazer com muito força. Ela começou a beijar o meu pescoço e liberar chupões por ali. Raquel estava me marcando e eu adorava ser marcado por ela.


      Ficamos a noite toda fazendo aquele carro balançar. Ela foi, é, e sempre será a melhor.

Acordamos bem cedo no dia seguinte, ela estava dormindo de roupas íntimas no banco de trás e eu estava sem camisa dormindo sentado no banco da frente. Eram 08:00 da manhã e ainda estávamos no estacionamento. Eu fiquei observando-a até ela acordar. Nos vestimos completamente e eu peguei meu lugar no volante. Ela ainda dormiu mais um pouco no banco de trás. Aquela sim era a Raquel que eu conhecia. Preguiçosa.


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Finalmente Raquel e Christian pararam de fazer Doce e voltaram! ALELUIAAA! Bom, o que vocês acharam desse capítulo? Espero que tenham gostado. Beijoooo até a próxima, cambadinha.

Desculpe qualquer erro de digitação ;)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 29

/Raquel on

(Ouça Stay - Miley Cyrus)

-Quem vai ser o primeiro corajoso a apresentar o trabalho de redação?


       Desafiou a professora.

     
      Uma semana se passou completando um mês. Ainda estamos separados. Ainda não superei, mas estou conseguindo aceitar.

      Nesse fim de semana eu fui pra balada com a Jasmine. Foi muito divertido. Nós dançamos, bebemos, e paqueramos uns carinhas. Nada mais do que beijos. Consegui esquece-lo por uma noite. Pelo menos uma noite.

     
Hoje já é sexta-feira. Christian tem se aproximado até demais de Ashley. Quando surgiram boatos de que eles tinham voltado, me peguei soltando lágrimas no vestiário feminino. Foi aí que eu percebi o quanto ele realmente significa pra mim, e o quando seria difícil ficar sem ele. Mas como minha avó sempre dizia: "Tudo passa."

-Eu quero ler.

Falei levantando a mão quando percebi que ninguém ia se candidatar.  A professora pediu para que eu me levantasse e em alguns passos eu já estava na frente da classe. Ashley estava cochichando algo com Azalea. Normani havia faltado.

-O nome do meu poema é: 10 coisas que eu odeio em você.

-Continue querida. - Disse a professora.

Ajeitei meu caderno e lendo, comecei a falar devagar:

-Eu... odeio quando não está por perto,
Odeio quando esquece de me ligar...
Eu odeio quando precisa ir,
Odeio ter que te esperar...
Odeio quando está certo,
Odeio por você suspirar, e agora odeio Payphone cantar. - Eu sorri de lado soltando um suspiro.

Respirei fundo. Todos da classe me olhavam atentamente. Até mesmo ele.

-Eu odeio... odeio quando me faz rir.
Odeio ainda mais quando me faz chorar... - Meu queixo tremeu e minha voz embargou.

As lágrimas começavam a invadir os meus olhos. Mordi os lábios, tentando me conter. Mas não dava mais, minha voz estava totalmente embargada. Um vazio começou a tomar o meu interior. Eu sentia meu mundo desabar. Mas não queria transparecer, eu não suportava que me vissem chorar, sempre preferi sofrer sozinha,

Em silêncio.

Todos os nossos momentos bons e ruins começaram a passar pela minha mente e até pra respirar ficava difícil.

Uma - maldita - lágrima desceu dos meus olhos. E logo com ela, outras desceram junto. Comecei a ficar agitada e nervosa. Uma mistura de sentimentos começaram a surgir. Mas eu continuei tentando me manter firme, só faltava mais um verso para o final. E aí meu sofrimento ia acabar.

Ou não.

- Mas a coisa que eu mais odeio, a que me deixa mais revoltada mesmo. É o fato de não conseguir te odiar... - Meus olhos ardiam pela força que eu tentava segurar as lágrimas. E eu que me julgava forte, estava desmoronando na frente de uma classe inteira. - Nem por um segundo, nem por te odiar. Nem mesmo um pouquinho. Nada.



Eu terminei e saí da sala em passos rápidos. Todos olharam na minha direção enquanto eu atravessava a porta. Todos com certeza perceberam para quem aquele poema havia sido escrito.


(...)


/Christian on


       Raquel saiu da sala chorando. Eu nunca tinha a visto assim, tão vulnerável. Nem Ashley teve coragem de rir dela. Raquel sempre foi forte, e eu realmente não esperava isso. Engoli em seco sua palavras. De alguns dias pra cá ela tem estado muito calada e com o hábito meio cansado. É um pouco agoniante estudar na mesma classe que ela pois fica complicado evitar o contato. Ela sempre me ignora. Eu tentava falar com ela, ela sempre me virava as costas e ia embora, me evitava. Essa sua atitude me dava nos nervos. Era horrível vê-la assim, pois eu nunca deixei de ama-la.

Nunca.

      De uns tempos pra cá Ashley tem se aproximado de mim, falando comigo como se fossemos amigos de longa data. Bem, eu a conheço desde pequeno, mas a gente apenas transava, diversão. Apenas. Nada importante. Mas ela vem querendo conversar, ainda mais quando suas amiguinhas faltam. Aí sim ela decide passar o dia inteiro comigo. Eu consigo perceber o quanto Raquel fica incomodada. Eu a peguei xingando em português quando Ashley me abraçou e me deu um beijo no canto da boca, despedindo-se.

      Meus sonhos eróticos estão começando a me deixar maluco, só estão me fazendo sentir mais falta dela. Eu a quero cada vez mais, mas o meu orgulho não permite isso. Ela mentiu e ainda por cima me traiu. E sempre que eu penso nisso, fico irado.



/Justin on


      É ótimo ter a Raquel. É ótimo toca-la, e ótimo senti-la, mesmo não sendo por completo. Mas está sendo difícil pra mim vê-la sofrer pelo cara que ama, e esse cara infelizmente não sou eu. Ela passa nos corredores com aquela pose de muro impermeável mas eu já a vi chorando pelos cantos algumas vezes.

É horrível vê-la assim. Ela está mal e é tudo minha culpa. Minha vontade de tê-la foi maior do que qualquer coisa e agora estou arrependido. Raquel e Christian se amam apesar de tudo.

Eu a amo apesar de tudo.

Mas não posso deixar que isso continue. Acabei com a minha amizade de anos e - indiretamente - estou partindo o coração da garota mais maravilhosa que já conheci. Isso não é nem um pouco justo, nem com Christian e nem com a Raquel. Eu vou colocar um ponto final nisso, e vai ser hoje. Eu não quero ser o responsável pela infelicidade das pessoas que mais tem importância pra mim. Mesmo sendo doloroso, tenho que fazer isso. Tenho que fazer o certo.

Mesmo que pra mim pareça errado.


/Raquel On


      Hoje seriam formados os grupos de dança. Eu estava ansiosa, queria muito saber com quem ficaria. Estamos na quadra de futebol do colégio, hoje a aula seria privada e outra vez com todas as turmas. Ou seja, como são cerca de 100 meninas em toda a escola, a quadra estava lotada. A professora estava na arquibancada com um megafone para todas poderem escutar.

-Ansiosas, moças? - Perguntou a senhora Consuello.

-Muito. - Disseram algumas, mas não em coro.

-Então vamos lá. Venha até aqui... hm... qual é o seu nome? - Apontou para uma garota atrás de mim. Uma de cabelos vermelhos, idênticos ao nome:

-Rubí. Meu nome é Rubí.

-Venha até aqui, gostei do seu cabelo. - Todas riram. Mas não zombando, sim porque o jeito que a professora falou foi engraçado.

-Ok. - Falou tímida subindo na arquibancada e ficando ao lado da professora.

-Bom, vai funcionar assim: Vou sortear 10 meninas para cada grupo. Assim ficaram 10 grupos de dança, se alguma sobrar é só vir falar comigo. Rubí, querida. - A chamou. - Tire o primeiro nome por favor.

Rubí colocou sua mão dentro de uma sacola vermelha e tirou de lá um papel pequeno amarelo.

-Cecília. Segundo ano. - Falou a professora no megafone após Rubí lhe falar o nome. A garota de longos cabelos negros subiu na arquibancada e tirou um papel.

-Amanda. Primeiro ano. - Disse a professora, e logo em seguida um menina de profundos olhos verdes subiu. E assim as chamadas foram subindo na arquibancada. Cada uma falando o nome da outra. E assim o primeiro grupo se formou.


 Por fim, eu fiquei num grupo ótimo: Mariah, Alexandra, Abigail, Giselle, Megan, Laila, Larissa, Andrea e Liz, nossas música serão: Everybody Knows do Dustin Tavella.
                                                         I Knew You Were Trouble - Taylor Swift.
Tô animada para ver o resultado!

Depois tivemos aula normal de educação física e por fim fomos pra casa.

Eu estava no meu quarto, com o notebook no colo, escutando Sweet Dreams da Beyoncé quando meu telefone tocou.



/Christian On
      

      Depois da escola, eu vi a Rock sozinha e pensei em ir falar com ela, mas achei melhor não. Eu não estava muito a fim de levar um fora hoje. Fui pra casa dirigindo o carro da Caitlin, foi um milagre ela ter deixado pois ela morre de ciúmes daquela lata-velha.

     
Hoje a minha mãe estava esvaziando o porão, estava cheio de tralha e ela resolveu limpá-lo.
Eu e Chaz estávamos na garagem conversando.

-Arg! - Minha mãe estava vindo devagar na nossa direção com uma caixa enorme nas mãos.

-Quer ajuda, senhora Beadles? - Perguntou Chaz.

-Sim, por favor. - Falou com dificuldade. Se ele perguntou, eu achei que ele fosse ajudá-la.

-Vai ajudar a sua mãe, idiota! - Chaz falou me dando um tapa forte na cabeça.

-Ai, cacete! - Falei. Minha mãe me olhou feio, odeia quando falo palavrão perto dela.

Peguei a caixa de suas mãos e a coloquei no capô do carro do meu pai.

-O que é isso mãe?

-Tralhas do porão. Vou jogar tudo no lixo hoje mesmo.

Eu e Chaz fomos para a sala e jogamos um pouco de videogame, tudo me lembrava ela. Rock ama videogame. Ficamos lá por horas. Depois de um tempo, Chaz foi pra casa e aí fiquei sozinho.

Eu fiquei deitado no meu jardim olhando pras estrelas, o fim da tarde estava lindo. Com certeza Rock estava vendo isso, ela adora observar o céu, principalmente à noite.

-Christian. - Alguém me chamou. Eu me levantei rapidamente. Eu tinha reconhecido aquela voz, mas não via essa pessoa há muito tempo. O indivíduo começou a seu aproximar. Quando vi que era...

Justin!

-O que você está fazendo aqui? - Falei autoritário
.
-Nada aconteceu. - Falou alto e rápido.

-O que? Do que está falando?

-Eu e a Raquel! Não aconteceu nada entre a gente! Eu menti.

-O quê? - Falei baixo.

-Eu menti, seu idiota! Não nos beijamos! Ela nunca seria capaz de te trair, sabe por quê? Porque ela te ama, seu babaca! Mas você foi cego demais pra ver isso, e agora ela chora pelos cantos por sua causa, você sabia disso? Eu me apaixonei por ela, mas cansei de vê-la sofrendo por um cara que nem acreditou na palavra dela. Ela nunca mentiu pra você. Ela é louca por você. Você e mais ninguém.

Eu estava tentando assimilar aquelas palavras que ecoavam na minha mente. Parecia que eu tinha levado um choque. Foi tudo muito rápido.

-Eu... eu... - Eu não conseguia dizer nada.

-Você vai ficar parado aí? Você realmente não a merece. Pare de se lamentar e vai atrás dela, imbecil! - Justin virou as costas e foi embora dali.

Eu estava sem reação, tudo o que eu queria fazer era enchê-la de beijos.


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Eu sei que eu demorei pra caralho, mas é que eu tava sem Pc. Vou postar com mais frequência no começo do mês que vem pq minhas provas já vão ter acabado! Beijoooos! ;)

domingo, 1 de setembro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 28

/Raquel On


      Justin nem demorou muito naquele banheiro, quando voltou - de mãos lavadas - retomamos a conversa. Falamos sobre muitas coisas, descobrimos que temos muito em comum. Por exemplo: Ele também é Walker (The Walking Dead). Ele disse que quando Christian descobriu a suposta "traição", foi a pé até a mansão para tirar satisfações, o que acabou em porrada.

Estamos deitados na cama, olhando pro teto e conversando, meio que nos conhecendo melhor.

-Melhor lugar pra onde viajou com seu pai a trabalho?

-Nada pessoal, mas foi o Brasil! Lugar lindo. - Justin respondeu. Eu ri.

-É verdade, meu país é show. - Ele riu.

-Convencida.

-Sua vez. - Falei me ajeitando na cama.

-Hm... Deixa eu pensar... Um país pra onde ainda não viajou?

-Acho que... Bangladesh.

-Há! Já fui! - Nós rimos. - Acho que ganhei!

-Ei! Babaca, mas quem é que estava contando? - Dei um tapa de leve em seu braço.

-Eu que não. Mas você nunca foi em Bangladesh, eu já fui com o Jeremy! Perdeu, gatinha!

-Nem vem com essa de gatinha pra cima de mim! Você roubou!

-Eu roubei?? Duvido!

-Mas é claro que roubou! É mais velho!

-Apenas dois anos!

-Muita diferença!

-Não pra mim!

Quando percebemos, estavamos um de frente por outro, discutindo. Aonde será que eu já vi isso antes?

Nós rimos.

-Para qual país seu pai vai viajar agora? - Perguntei me deitando novamente. Tentando quebrar o gelo.

-Viajará para Ottawa, capital. Nem vai sair do país desta vez. - Falou cruzando os braços abaixo na cabeça.

-Meu pai também está a caminho de Ottawa.

-Até porque eles vão juntos... - Falamos em coro. Logo em seguida rimos juntos outra vez.

-Temos muito em comum... - Disse terminando de rir.

-Bastante. - Falei sem pensar.

Um silêncio ressendeu naquele imenso quarto, ele parecia pensativo. O mundo parecia ter dado um "stop" pra ele, na verdade. Seus olhos cor-de-mel brilhavam à luz incandescente que iluminava cada canto de seu quarto grande e roxeado. Deduzi que aquela fosse sua cor favorita.

-Você... ainda sente falta dele? - Falou de súbito. Seus olhos fitavam o teto branco, o que quebrava o fato de todas as paredes serem em roxo e detalhadas em lilás. Sua expressão era séria e seus lábios avermelhados exitaram em perguntar. Senti meu rosto ruborizar, eu sabia que Justin gostava de mim e por isso me senti desconfortável em falar sobre esse assunto com ele.

-Sim. - Disse baixo, cobrindo meu rosto com as mãos. Meus olhos haviam se enxido d'água - E muito... - Minha voz havia se embargado.

-Desculpa, desculpa, desculpa, não chora! Por favor não chora, Rock... - Senti suas mãos retirando as minhas delicadamente do meu rosto. Eu deveria estar parecendo um pimentão. - Não era pra você ficar assim. Eu sinto muito mesmo.

-A culpa não foi sua. - Falei respirando fundo.

-Mas é claro que foi. Eu nunca deveria ter tentado te beijar. Eu sou um idiota, um verdadeiro babaca. Você me perdoa?

-Mas é claro que perdoo, Bieber. O Christian que foi cego demais pra acreditar na minha palavra...

Ficamos em silêncio por um momento.

-Justin, é melhor eu ir...

O clima já estava pesado, achava melhor eu ir embora. Eu já estava me levantando, quando ele segurou meu braço.

-Não! Fica... Não precisa ir embora. Fica aqui... comigo.

Eu fitei seus olhos. Pensei duas vezes, na verdade acho que umas dez. Mas no final, pensei que seria legal ficar aqui mais um pouco.

-Tudo bem. Você venceu.

Sequei o resto das lágrimas que ainda estavam presentes no meu rosto e voltei a me sentar ao seu lado.

-Então... Por que gosta tanto da Inglaterra? Eu soube que os nativos são extremamente educados e não gostam de ter muita relação com as pessoas. O que viu lá? Só o nome já faz parecer uma chatice.

-Longa história...

-Temos tempo!

-Ok então... eu estudei por cerca de um ano num colégio interno e... - ele me interrompeu.

-Piorou! - Falou me zoando.

-Nada disso! Eu fui expulsa de lá! - Ele deu uma alta gargalhada.

-Nossa Senhora hein Raquel! Eu sabia que você não era fácil, mas a ponto de ser expulsa de um colégio interno? Caramba! - Riu alto. - Mas enfim... Me conta melhor isso aí.

-Bom... Lá era mesmo tudo muito chato e monótono. Quando eu cheguei na Inglaterra achei um saco. Mas depois, conheci pessoas que me mostraram o lado bom daquilo alí. Eu estudava num colégio de freiras e a madre Ruth era a pior de todas elas. Quando batia oito horas na noite, todas tinham que se recolher. Às dez eu era a primeira a pular o muro com mais nove meninas. Nós íamos a vários tipos de baladas e raves. Era super divertido. Eu só chegava de manhã, nem tinha tempo pra dormir. Eu fui expulsa no dia em que eu não voltei. Acordei no meio do nada com a maquiagem toda borrada, descabelada. Todos já tinham ido embora, já eram umas 16:00 da tarde e ninguém ainda tinha me encontrado. Eu estava muito mal, tinha bebido todas e acho que colocaram algo na minha bebida. Eu dei perda total. Meu pai ficou sem falar comigo direito por um tempão. Minha mãe não deve saber disso até hoje. Na verdade ela não pode nem falar nada. Bebia pra caramba. Depois da expulsão, eu fui pra um colégio normal e nunca mais bebi. Acredita que eu tinha acabado de fazer 14 nos na época? - Justin ficou boquiaberto.

- Que rebeldia hein Raquel!

-Pois é... - Nós rimos.

-Meu primeiro porre foi aos 15 anos. E olha que eu sou homem!

-Não me julgue. O primeiro porre da minha mãe foi aos 12. Então pronto. - Seu queixo caiu completamente. - Minha mãe tinha dezessete anos quando me teve. Ela se casou muito jovem. Meu pai tinha 24 anos. Você deve estar chamando-a de vadia mentalmente. - Rimos brevemente.

-Sua mãe é bem jovem não é?

-Sim, apesar dela dizer que ainda tem 28. - Justin gargalhou. - Na verdade ela deve ter uns 30 e alguma coisa.

-Hm... saquei.

-E então... quer falar sobre mais o que?


      Justin e eu ficamos conversando até tarde. Ele não queria que eu fosse sozinha pois faltava pouco para meia noite. Quando chegamos na porta da minha casa,- ainda no carro - acabamos nos beijando outra vez e eu fui parar no colo dele novamente. Tenho que admitir que Justin é extremamente sexy e beija muito bem mesmo, ele me deixa em chamas. Justin é o tipo de garoto que toda garota quer namorar.



Menos eu.

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Gente, desculpa mesmo a demora, meu pc tava todo bugado. Minha mãe me deu um novo e agora vou podar postar com mais frequência ;) Bom, ta pequeno mas era só pra vocês não ficarem sem nada, ok??    #IAmBackMas enfim... Divulguem a Fanfic! Beijo.

domingo, 18 de agosto de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 27

/Raquel on

      Hoje eu acordei preguiçosa, não levantei da cama até dar 12:00.

Eu tenho sentido falta do Christian, mas não demonstro de jeito nenhum, pra ninguém. Estou tentando levar numa boa e está dando certo. Tenho me distraído bem esses dias, voltei a sair com William, Marcos e Daiana. Também tenho arranjado um tempo na minha "agenda" pra sair com Jasmine e Megan. Eu não tenho mais o visto, só nas aulas do colégio, pois nem pra sair pro intervalo ele faz. Christian fica trancado na sala de aula o dia todo. É assim que ele tem agido de uns tempos pra cá. Nem olha mais na cara de Justin. Não tenho mais o visto com Chaz e Ryan como faziam antigamente.

     Tudo mudou.

Ontem Justin me ligou pra ir na casa dele hoje de tarde. Eu sei que é perigoso - muito perigoso mesmo - mas eu aceitei. Na verdade, ele me chamou pra jogar vídeo-game em seu novo console. Eu aceitei, óbvio. Tô morrendo de ansiedade pra saber qual é. Meu vício em vídeo-games nunca esteve tão fora de controle!


Eu fiz minha higiene matinal e desci direto pro almoço. Era uma tarde de sábado, meu pai ligou o aquecedor, estava nevando levemente. Mas o frio na cidade estava intenso.

-Papai, eu vou na casa de um amigo.

-Que amigo?

     Meu pai estava almoçando comigo. Ele tem se esforçado bastante para me fazer companhia desde que Christian terminou comigo. Ele se acha meio que na obrigação pois sabia que ele significava muito pra mim. E que ia ficar um "buraco" na minha vida quando tudo acabasse. Lúcio é um bom pai.

-O Justin. - Falei baixo, comendo uma garfada de macarrão logo em seguida.

-Hm... Esta avisando, ou pedindo permissão?

-Pedindo carona na verdade... - sorri com a minha melhor cara de santa.

Ele gargalhou. Era raro isso acontecer.

-Tudo bem filha, eu te levo então.

-Ebaaa!  - Ele riu mais baixo desta vez.

Depois de almoçar, eu subi para o meu quarto e tomei um longo banho quente. Meus pensamentos começavam a se aflorar. Comecei a pensar na minha atração desastrada por Justin. Mas meus sentimentos por Christian não mudaram, apenas aumenta a minha decepção com ele cada dia mais.

Desde a última vez que eu e Justin ficamos, nada mais havia acontecido. Claro que já me peguei olhando pra ele na hora do intervalo, e eu já o flagrei me secando também. Na escola não nos falamos muito, não passa de um "oizinho" de longe. Ele fica no canto dele e eu no meu. Por mais que ele sinta algo por mim, ele não fica em cima de mim como um urubu, ele me respeita.

Sinceramente eu nunca o tinha visto como uma ameaça ao meu namoro com o Christian quando ainda namorávamos. Claro que Bieber é um garoto muito lindo, mas eu nunca tinha reparado nele como agora. Tudo em mim era perdidamente apaixonado pelo Christian e eu não tinha olhos pra mais ninguém. Agora nada mais me prende.


Saí do banheiro apenas de roupas intimas e com uma toalha no cabelo. Olhei pela janela e estava nevando um pouco mais forte agora.

A tela do meu celular estava brilhando. Acabei de receber uma mensagem. Era do Justin. Ele perguntou se eu iria mesmo. Eu respondi que claro que sim. Logo em seguida ele mandou outra: "Estou te esperando." Confesso que isso me deu um leve frio na barriga.

Eu coloquei uma roupa simples, um blazer branco pra afugentar o frio, um Vans preto e deixei o cabelo solto. Peguei meu celular e fui em direção ao escritório:

-Papai, já podemos ir!

Eram exatamente 15:00 da tarde. Ele estava terminando de mexer em alguns papéis. Tirou seus óculos e se levantou vindo na minha direção. Me deu um beijo na testa e disse sorridente:

-Vamos então, abelhinha.

Saímos pela porta e fomos em direção ao seu carro.

No caminho eu liguei o rádio e estava tocando "Chasing The Sun" do The Wanted. Primeiro eu pirei porque eu amo essa música. Logo em seguida eu comecei a cantar, e o melhor: Eu podia usar meu sotaque britânico o quanto quisesse porque os meninos são britânicos! Meu pai só ria da minha cara e eu pulava no banco do carro igual uma criança com retardo mental.

Depois de uns 20 minutos de carro, chegamos na mansão Bieber. Uma das maiores casas da cidade. Não importa quantas vezes eu venha aqui, sempre me surpreendo com o tamanho desse lugar. Meu pai me deixou lá, me deu um beijo no rosto e foi embora.

Mandei um SMS pra Justin dizendo que estava em sua porta e estava torcendo pra ele aparecer logo, eu estava morrendo de frio
. No mesmo momento ele surgiu numa das janelas, me viu e sorriu. Longo então sumiu. Demorou um pouco pois a casa era grande, mas ele apareceu na porta com aquele seu sorriso encantador.

Maldito.

Eu fui caminhando em direção à ele. Quando me aproximei, sua mão tocou minha cintura me puxando mais pra perto e senti um beijo em cada lado do meu rosto.

-Eu soube que no Brasil as pessoas se cumprimentam assim. - Ele falou sorrindo.

-Que gracinha! Então você está correto. - Nós rimos.

-Por que vocês se cumprimentam assim?

-Cara, ótima pergunta! Eu nunca pensei nisso. - Ele riu.

-Mas e aí, loirinho? Tudo bem com você? - Falei erguendo o olhar para o seu rosto.

-Tudo azul. - Eu ri.

-Partiu?

-Aham, mas antes minha mãe quer te ver.

Ele me levou até o segundo andar. O local estava lotado de estantes e livros, de longe dava pra perceber que era uma biblioteca. Que chique.

-Olá, dona Pattie!

Pattie estava lendo um livro sentada numa cadeira acolchoada azul. Logo que me viu, se levantou e veio ao meu encontro:

-Raquel! Que saudades de você! Fiz questão que Justin te trouxesse aqui para matar saudades. - Ela me abraçou forte.

-Pattie, você está linda. Amei seu cabelo!

Ela tinha feito uma franja reta, parecia ainda mais jovem do que antes. Seu cabelo estava igualzinho o da Clarisse Falcão. Esse penteado combina bastante com a Pattie.

-Justin diz que eu tô me achando garotinha demais pra ficar andando por aí de franja. - Justin riu baixo atrás de mim.

-Relaxa Pattie, ele não sabe de nada! - Nós rimos.

-Patrícia! - Alguém chamou Pattie lá em baixo, era voz de mulher. Eu reconheci na hora: Era Sandi.

Meus olhos se arregalaram e eu gelei. Ela é mãe do Christian, o que iria pensar se me visse na casa do Justin?

Eu queria enfiar minha cabeça num buraco, mas tive uma idéia melhor.

-Pattie, já vamos então. A senhora tem visita lá em baixo. Beijo. - Sai da sala rápido puxando o Justin.

-Pra que a pressa? - Perguntou enquanto eu o arrastava corredor a dentro.

-Sandi está aí, ela não pode me ver. Vamos logo, Justin!

Eu o soltei e subimos as escada até o terceiro
 andar.

-Bem-vinda ao Justin's World. De novo.

Falou quando chegamos ao quarto dele. Parecia ainda maior do que eu me lembrava. Ele foi direto sentar-se na cama. Eu fechei a porta e o acompanhei.

-Não precisava fechar... - Ele falou se referindo a porta.

-Ah, agora deixa.

Me sentei na cama ao seu lado.

-Mostra, mostra, mostra! - Falei sem aguentar mais esperar.

Justin sorriu e puxou uma caixa parda fechada debaixo de sua cama. Colocou no colo e começou a desembrulhar. Quando eu vi o que era, surtei!

-Ah meu Deus! É um PlayStation 4! Achei que ainda não estivesse à venda! Como você conseguiu, Justin?

-Meu pai conhece muita gente. - Nós rimos.

-Essa é a coisa mais linda de todas. Da pena até de tocar. - Ele riu.

-Bora experimentar?

-Só se for agora!

Justin ligou o console em sua humilde Televisão 3D de 50 polegadas.

Nós jogamos até o céu escurecer. E então minha costas ficaram doloridas e meus dedos também. Eu me joguei na cama de Justin e suspirei.

-Não aguento mais! - Ele riu. Largou o Joystick e se deitou no meu lado. Os dois olhavam pro teto. Logo em seguida, Justin se levantou e caminhou pelo quarto.

-Quer fazer alguma outra coisa? - Perguntou ajeitando o cabelo com as mãos em frente ao seu espelho. Aquilo era um tipo de vício na vida de Justin. Eu ri. Logo em seguida ele voltou a sentar-se ao meu lado.

-Nada em mente... - Eu abaixei o olhar e voltei. Acidentalmente, meus olhos pararam em seus olhos caramelados. Justin olhava pros meus lábios e pros meus olhos, aquilo estava me dando frios na barriga. - Por que ta me olhando assim? - Falei baixo e sorrindo envergonhada.

-You are beautiful. - Seus olhos se fixaram em meus lábios e sua mão tocou meu rosto. Mas antes de algo acontecer, eu me levantei.

-Justin, não. - Ele se levantou logo em seguida e chegou bem perto. Seus olhos suplicantes junto de seus lábios avermelhados, fizeram uma pergunta.

A pergunta.

-Mas por que não?

Ele tinha razão, por que estou presa a Christian se ele não quer mais nada comigo?

Sua mão tocou meu rosto e meus olhos se encontraram com os seus. E eu não o impedi, na verdade, no fundo, bem lá no fundo, eu vim aqui porque tinha certeza de que algo assim iria acontecer.

Quando seus lábios tocaram os meus, eu me deixei levar. Sua mão deslizou até a minha cintura me puxando firmemente contra si. O beijo começou suave, tenho que dizer que estava gostando daquilo. Suas duas mãos foram para o meu rosto e as minhas deslizaram pelas suas costas, assim ele puxou o meu lábio inferior com os dentes. Suas mãos desceram para a minha cintura novamente e as minhas deslizaram pelos seus braços.

Ele começou a caminhar comigo até a cama. Sentou-se contra a cabeceira sem desgrudar nossos lábios. Colocou-me em seu colo e o beijo começou a ficar mais quente. Eu estava meio que inclinada pra frente então decidi ficar mais perto de seu corpo. Minhas mãos foram para o seu cabelo e eu movi meu quadril em seu colo para chegar mais perto. Assim que fiz, Justin deixou um gemido baixinho e rouco escapar dos seus lábios. Logo suas mãos foram para os meus quadris me fazendo mexer contra ele. Eu já conseguia sentir seu pênis subir por debaixo da calça. Sua mão esquerda deixou o meu quadril e quando olhei pra baixo, ele estava massageando seu membro por cima da calça dando leves apertões. Parecia que estava meio que se acalmando ou talvez se preparando. Senti um frio na barriga quando cheguei nessa conclusão, eu não faço sexo há algum tempo. Mas tenho que dizer que vê-lo se tocando por cima da calça me deixou muito excitada.

Do nada, e ainda em seu colo, Justin me jogou pra frente, ficando por cima de mim. Minhas pernas se entrelaçaram em sua cintura. Seus beijos desceram para o meu pescoço e quando começaram a descer para o meu decote e puxei seu rosto de volta. Suas mãos entraram na minha blusa e foram deslizando pela lateral do meu corpo. Quando sua mão gelada tocou meu a lateral dos meus seios eu me arrepiei da cabeça aos pés. Ele percebeu e deu uma breve risada baixa. Ele estava percebendo o efeito que causara em mim. Quando senti que ele ia levantar a minha blusa, eu empurrei seu peito, soltando seus lábios, que deslizaram para o meu pescoço novamente.

-Justin... - Arfei.

-Hm? - Disse sem parar de beijar meu pescoço. Aquilo estava delicioso e minhas mãos faziam carinho em seus cabelos. Fechei os olhos me forçando a falar.

-Justin, olha pra mim.

Ele não atendeu meu pedido. Eu puxei seu rosto contra o meu e ele me roubou um selinho, logo em seguida olhando finalmente para o meu rosto.

-O que foi? - Perguntou confuso.

-Estamos indo rápido demais... 

Ele estava ofegante, sua respiração descompassada se cruzava com a minha. Seus olhos eram fixos nos meus e eu sem querer mordi meu lábio inferior ao ver a tenda formada em sua calça. Vai ser realmente um desperdício fazer o que eu estou prestes a fazer. Merda mil vezes.

-Eu fiz alguma coisa errada? - Seus olhos desceram para os meus lábios, e os fios de luz que entravam pela janela deixavam ainda mais evidente as pintinhas espalhadas que ele tinha pelo rosto.

-Não é que... Eu acho isso errado. Só isso. - Ele saiu de cima de mim e eu me levantei, ficando frente a frente com ele.

-Por que? Pelo o que eu soube vocês está solteira, certo? - Assenti. - Então o que há de errado? Se quiser continuar ainda da tempo. - Ele olhou pra baixo e eu já sabia que se tratava de seu pênis ainda ereto. Eu ri baixo.

-Mas eu ainda não estou totalmente pronta pra isso.

-Não vai me dizer que é virgem! - Falou arregalando os olhos.

-Ta maluco? Claro que não né. Se eu fosse virgem não estaria rebolando no seu colo há alguns segundos. - Ele sorriu de lado. - Só não acho certo fazer sexo com outra pessoa com tão pouco tempo que passou aquele "ocorrido". Ainda mais com o melhor amigo dele, ou ex melhor... Ah, você entendeu! - Ele riu.

-Entendi, brasileirinha. Ta tranquilo. Agora se não se importa, eu já volto.

Ele se levantou e foi em direção ao banheiro.

-Não esqueça de lavar bem as mãos quando terminar. - avisei antes dele entrar. Justin gargalhou e bateu a porta do banheiro.



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Justin quase conseguiu tadinho. E o pior é que ele gosta mesmo da Raquel. Bye bye. E se puderem compartilhar a Fanfic seria bem legal. Assim mais pessoas leriam e comentaria, sacaram? Beijo no popô ;)