terça-feira, 23 de outubro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 8

No dia seguinte...

/William on


     Eu acordei mais ou menos umas 09:30 da manhã com o cobertor nos pés! Estranho pois eu nem me mecho tanto assim enquanto durmo... Me sentei no colchão e olhei para o lado, vi a Raquel jogada na cama, dormindo feito uma pedra. Eu ri daquela cena! Merecia uma foto! Subi e deitei na cama ao seu lado, e foi aí que tive uma ideia diabólica!

Me levantei da cama sorrateiramente e fui até o banheiro sem fazer muito barulho. Peguei o creme dental e voltei para a cama com todo o cuidado, coloquei o máximo que eu pude de creme dental na mão livre dela. Eu não tenho nada para cutucá-la então improvisei: Comecei a passar a ponta dos dedos no rosto dela , isso irrita os pelos bem fininhos que temos no rosto e nos leva a coçar. Da primeira vez eu não obtive sucesso , ela se mexeu e eu fiquei com medo dela acordar, mas não parei por aqui, tentei outra vez e ainda nada, da terceira vez eu insisti e ela foi com tudo contra o próprio rosto!

(...)

/Raquel on


     Eu estava lá de boa dormindo, até que eu comecei a sentir um incômodo no meu rosto. Eu não estava muito a fim de abrir os olhos então eu só me mexi para ver se parava. Parou por um momento, mas logo veio a coceira novamente, eu pensei: “Porra, que insistente!” só mexi o rosto novamente.

Na terceira vez não deu pra ignorar e eu tive que passar a mão no rosto pra ver se parava aquele inferno. De repente sinto uma coisa pastosa no meu rosto, acordei assustada e irritada. E quando olhei pro lado, Will estava rindo de mim!

- WILLIAM REYMOND! - Ele estava morrendo de rir, chegava a se contorcer ao meu lado - SEU CACHORRO! DIZ PRA MIM QUE VOCÊ NÃO FEZ ISSO! - Falei me levantando e tentando tirar um pouco do creme dental, mas foi inútil, ele não parava de gargalhar, que saco!

-Você tem que ver a sua cara! – Pausou pra gargalhar e continuou a falar - Essa foi - pausa pra respirar - Sem dúvida nenhuma, a melhor pegadinha que eu já fiz!

Eu o olhei tipo: “Você me paga!” mas ele vai ver a bela surpresa que o aguarda!

-Querido William - eu estava em pé na frente dele, virada para o indivíduo que ainda estava gargalhando - Continue rindo pois que ri por último ri melhor! 

Eu dei um sorriso sem mostrar os dentes, fiz um sinal com o dedo pra que ele me seguisse e me virei. Ele se levantou e me acompanhou até o banheiro. Eu o indiquei o espelho e quando viu o próprio rosto, ele ergueu as sobrancelhas , arregalou os olhos e ficou de queixo caído!

Seu rosto estava todo rabiscado.

De preto: bigode, monocelha, chifrinhos na testa, olho 'roxo' e rabiscos em verde e vermelho pelo resto do rosto, sem falar no blush rosa bem forte! Eu sou uma verdadeira artista! A cara dele estava toda zoada!

-Eu. Não. Acredito. Que. Você. Fez. Isso! - Falou surpreso e pausadamente, virando o próprio rosto pra ver melhor a minha ''obra de arte''.

-Ah então só você pode? Querido, aqui se faz aqui se paga! - Eu disse fazendo uma cara tipo “u.u”

Nós ficamos em silêncio e sérios por alguns segundos, mas depois nós dois rimos ao mesmo tempo, igual aos dois idiotas que realmente somos.

-Você está ridículo! - Eu disse apontando para o rosto dele e rindo.

-E você está hilária! - Falou apontando para o meu de volta e rindo também, parecíamos duas crianças...



-De onde tirou tanta criatividade?

Nós já havíamos parado de rir, eu já tinha lavado o rosto. Fiquei cansada de ficar em pé e sentei no chão, o meu banheiro é bem limpinho tá!

-Eu sei lá, eu queria te zoar mas você deu o troco sem nem saber o que eu tinha feito! - Falei descontraída

 -Quando você fez isso? – Ele disse passando o meu removedor de maquiagem num pano macio e logo em seguida passando no rosto para tirar a pintura que eu fiz (risos)!

-Ontem à noite , quando você estava dormindo! – eu disse sorrindo.



 -Ei! Vem aqui. - Falei para o Will.

Eu já tinha feito a minha higiene, ele fez a dele também , eu tinha uma escova de dentes fechada que eu nunca usei e dei-lhe. O indivíduo ainda estava limpando o rosto

-Falta aqui ó!

Peguei o pano das mãos dele e o mesmo se aproximou. Will é um garoto alto com um belo par de olhos verdes e cabelo loiro claro. Eu limpei com cuidado o local que ainda estava pintado, ele tem umas pintinhas no pescoço e um abdômen definido, sim, ele ainda estava sem camisa. William é um garoto realmente lindo.

Mas o considero como meu amigo.

-Pronto, satisfeito? Seu rosto está limpo agora. - Falei indo em direção ao banheiro, lavei o pano que estava sujo de canetinha e maquiagem. Voltei para o quarto coloquei o pano na janela pra secar, William estava sentado na cama:

-Will, é melhor você ir , eu vou sair daqui a pouco. - Eu disse em pé na frente dele, o mesmo ergueu o olhar até mim.

-Vai pra onde, posso saber? - Ele disse arqueando uma das sobrancelhas.

 -Numa festa que uma garota aí me convidou.

É, eu decidi ir na festa da Ashley...

-Vou tomar um banho, já volto pivete. - Peguei as roupas íntimas, uma regata roxa e um shorts preto. Tomei um banho rápido. Quando eu saí do box, vi que não tinha trazido a maldita toalha, pensei duas vezes, mas não tinha outra opção:

-WILLIAM! - Gritei do banheiro.

-O QUE É? - Ele gritou de volta.

-TRÁS A TOALHA POR FAVOR?

-PERA AÊ! - uma pausa - TÔ INDO! - Escutei a porta se abrir e logo em seguida entra William com o braço esticado segurando a toalha com uma mão e a outra estava tapando os olhos, eu ri daquela cena.

-Will, pode abrir os olhos, eu estou no box! - Ele foi tirando a mão dos olhos devagar, eu estava só com a cabeça pra fora do box, ele me entregou a toalha finalmente.

-Pode sair agora! - Antes de virar pra sair , eu o escutei murmurar “Ah tah” e então saiu do banheiro. Me enrolei na toalha e saí do box trancando a porta. Me sequei, coloquei as roupas e penteei os cabelos. Quando eu voltei para o quarto, Will já estava de camisa e tênis.

-Já vou indo. - Percebi que ele havia dobrado o edredom que usou e colocou o colchão de volta no lugar de antes, se levantou, e disse:

-Se cuida porque agora o irmaozão ta indo. - Ele sorriu e eu sorri de volta, me deu um beijo na testa e saiu.


(...)




Já eram 13:30, a festa da Ashley começou às 12:00.

É, acho que vou então...

      Me levantei da cama e fui até o meu armário. Peguei de lá uma blusa - daquelas que cai em um dos ombros - marrom escrito em prateado no meio : 'Just Breath... (Apenas Respire...)' , um shorts branco e sandálias pretas com caveirinhas brancas de laçinho rosa, um biquini preto que eu trouxe do Brasil, meus óculos escuros e um boné qualquer.

Fui para o banheiro e me troquei. Peguei meu celular e o convite no criado mudo, coloquei o boné e os óculos, fui até a cozinha, almocei, peguei meu skate e finalmente saí de casa.

Ao chegar na calçada coloquei o skate no chão, peguei o convite espalhafatoso e olhei o endereço. Ótimo, a casa dela é apenas quatro quarteirões da minha, fui andando de skate sem pressa pelas ruas.

Ao chegar em seu quarteirão, olhei o convite novamente para ver qual o número da casa.
Fui olhando os números até chegar à dela. Sua casa era realmente muito grande, a entrada tinha portões enormes. Interfonei e eles se abriram. Ao chegar na porta da frente, um segurança pediu o convite e eu o entreguei, deixei meu skate no canto enquanto ele recolhia o convite e me deixava entrar.

Atravessei um caminho de pedras que dividia um imenso jardim, a festa era do lado de trás da casa e quanto mais eu caminhava, mais eu escutava a música alta. No momento estava tocando “Party In The U.S.A. ”

Quando cheguei lá o lugar estava lotado de gente. Tinham pessoas na piscina, pessoas conversando, andando, jogando “Totó” e Sinuca. Casais se beijando e flertando, garotas se bronzeando e etc...

Um idiota passou do meu lado e disse: 'E aí gatinha...' Eu nem respondi, continuei seguindo em frente e vi uma espreguiçadeira vazia, fui rápido e consegui garantir meu lugar nela. Peguei meu celular do bolso e comecei a trocar SMS’s com o Will:

“Até que a festa está animada.” - Ele respondeu pouquíssimo tempo depois:

“Toma cuidado garota, se você morrer eu te mato(rs)!”

“Tá bom mamãe!”

Ele respondeu:

“Tenha um bom dia, vamos ter que parar porque meus créditos estão no fim!”

“Gente pobre é foda.”

Ele respondeu:

“Ah para de me amar! E tchau moça!”

“Tá garoto, beijos e tchau”

E desliguei o celular, colocando-o no bolso. 


De repente eu vi uma figura loira pulando na piscina, quando emergiu, eu pude ver quem era:

Era o Justin. Ele estava sorrindo, quando me viu, desfez o sorriso vagarosamente. Parece que ele ficou sem graça ao me ver, e logo desviou o olhar. Eu olhei pra cima e vi o momento em que o Beadles pulou do telhado da casa direto na piscina num mergulho perfeito, a galera até aplaudiu.

Depois de uns dez ou quinze minutos, eu comecei a sentir a minha pele fritar debaixo da roupa, por mais leve que seja o que eu estou usando, estou torrando aqui. Hoje estava realmente calor!
Pela primeira vez, eu vejo de longe a Ashley na própria festa. Ela estava usando um biquini branco e estava vindo na minha direção com um copo que continha um líquido avermelhado, suspeitei que fosse vinho, ela chegou perto de mim e disse forçando um sorriso:

-Oi querida! Estou tão contente que você veio! Eu gostaria de dizer que eu eu amei... - Antes de terminar a frase, ela deixou cair o copo com o líquido em cima de mim. Agora eu tinha certeza de que era vinho, caiu tudo na minha roupa, todos olharam.

Eu me levantei tentando limpar minha roupa.

-Puta que pariu! - No impulso falei isso em português, alto e pausadamente. Mas o resto foi em inglês e no mesmo tom. Meu sotaque britânico nunca esteve tão carregado: - Olha o que você fez! – eu disse tentando manter a calma, com os braços erguidos e olhando o estrago que ela havia feito.

 -Ah Deus! Me desculpe! Eu sinto muito, não foi minha intenção! - Ela disse com a falsidade estampada na cara. Eu olhei para Christian que estava na piscina, ele estava olhando também, a festa parou pra ver o que tinha acontecido.

-Foda-se!

Tirei meus óculos e meu boné e coloquei na cadeira. Tirei a camisa de uma só vez, os garotos me encaravam e gritavam : “UHUUUL!”. Em seguida tirei o shorts bem devagar, abaixando o máximo possível. Era um show que ela queria? Era um show que ela iria ter.

Os garotos  urravam, pareciam animais. Christian mordeu o lábio inferior e semicerrou os olhos rapidamente, ele nem piscava.

-E AÍ PESSOAL, GOSTARAM DO QUE VIRAM?! - Alguns gritaram: 'UHUL!', outros gritaram: 'Gostosa!'

Eu deixei tudo na espreguiçadeira e mergulhei na água quando a atenção saiu de mim. O sol estava realmente quente, a piscina era bem grande e eu poderia arriscar que tinham umas 15 pessoas dentro dela e mais de 50 fora.

Nadei até chegar a outra ponta da piscina, foi refrescante.

Quando eu finalmente emergi, Christian estava na minha frente.


/Christian on


      Eu fui pra festa da Ashley com o Justin. Chaz e Ryan não quiseram ir. A festa já estava cheia quando cheguei.


A melhor parte de ir pra casa da Ashley é pular do telhado direto na piscina, fui logo depois de Justin! Foi perfeito, muita gente aplaudiu!

Até que de repente vejo a Rock sentada num espreguiçadeira. Nem tinha percebido que ela estava aqui. Fiquei surpreso por ela ter vindo mesmo! Achei que detestasse a Ashley e vice-versa.

Ela estava toda vestida e mexendo no telefone, parecia uma ovelha nega no meio do pasto. Todas estavam de biquini e ela era a única vestida. Raquel parou de mexer no celular e de repente a Ashley apareceu do lado dela. Ouve um pequeno diálogo, até que Ashley derrubou um copo de vinho inteirinho na roupa da Rock!

A casa vai cair!

A Rock se levantou e falou com raiva algo que ninguém entendeu. Com certeza não deveria ser nada amigável. Logo voltou ao seu inglês britânico. Eu não conseguia ouvir nada com clareza pois eu estava vendo a cena da piscina e com uma certa distância. Só sei que de repente ela tirou a blusa por completo! Cacete!

Por essa eu não esperava!

Ela tem seios fartos. Ah, que vontade de pôr minhas mãos neles! Oh merda, aqueles pensamentos estavam deixando a minha bermuda mais apertada do que antes, sorte a minha de estar na água.


 Justin sempre me disse que as brasileiras tem os melhores corpos, mas eu não sabia que eram assim! Ah como eu quero tocar naquele corpo.

Os caras gritavam “gostosa” pra ela, e a minha vontade era de socar a cara de cada um. 



Quando a Raquel mergulhou, começou a tocar Payphone e um buraco se abriu no meu peito. Essa música trouxe o flashback do nosso primeiro encontro quando estávamos indo ao cinema, essa música sempre me faz lembrar dela.

Eu não conseguia comandar as minhas pernas, elas se moveram até a Rock, que ainda estava dentro da água. Quando ela emergiu, eu a olhei nos olhos, ela não se afastou e eu disse só pra ela escutar:

-Lembra dessa música? - Ela não respondeu, mas seus olhos falavam mais do que palavras naquele momento - Pois é, eu também não esqueci.

-Christian, olha... - eu não deixei ela terminar

-A gente precisa conversar! Me deixa te explicar tudo. Por favor! - Ela foi se afastando de mim. Num movimento rápido, eu peguei sua mão por debaixo d’água. Ela me fitou de novo - Por favor! - implorei. Ela puxou a própria mão.

-Christian, para! - Ela saiu da piscina.

-Raquel, volta aqui! - ela se virou rapidamente

-Me deixa em paz! - e sumiu na multidão


(...)


/Raquel on


      O Christian mexe muito comigo ainda.  Aqueles lábios me chamam de uma forma inexplicável! A tristeza em seus olhos, aquilo me deixa feliz e triste ao mesmo tempo.

      Já fazia um tempo que eu tinha chegado à festa. Eram 15:00. A agitação da galera ainda não acabou. Coloquei meu shorts e decidi ir ao banheiro, não gosto de ficar andando por aí só de biquíni. Tive que ir perguntar a Ashley onde era, ela simplesmente disse que era no segundo andar na última porta à esquerda, e assim eu fui.

Entrei pelos fundos da casa que eram bem mais perto. Subi as escadas e segui por onde ela tinha dito.

O corredor era escuro e enorme, a única claridade que vinha era da janela no fim do lado direito do corredor e a claridade vinda lá de baixo. Fui caminhando tranquilamente.


Quando cheguei na última porta, tive a cena mais traumatizante pra uma pessoa como eu. Não era o banheiro, era um quarto cheio de Bonecos Chuck e pessoas fantasiadas. Eu tenho pavor de bonecos e um dos que eu mais tenho medo é esse. Minha mente ficou turva, meu coração começou a bater mais rápido e eu me arrepiei da cabeça aos pés. Sentia meu corpo tremer e o medo começava a tomar conta do meu corpo, eu fiquei paralisada por um momento, mas assim que minhas forças voltaram, eu comecei a gritar e correr desesperada. As lágrimas de medo vieram à tona quando eles começaram a correr atrás de mim. Eu nunca senti tanto medo na minha vida.

Agora sei porque a Ashley queria tanto que eu viesse! AQUELA CACHORRA MISERÁVEL! Como ela foi capaz?! Fechei os olhos e continuei a correr e a gritar de pavor, eu tremia loucamente, o corredor parecia não acabar mais.

Me senti tropeçar , senti várias pancadas e apaguei.


(...)


/Christian on



      Fazia um tempo que eu não via a Raquel. Da última vez que eu a vi foi entrando na casa, e isso já faz mais de meia hora. Ela não pode ter ido embora pois as coisas dela ainda estavam na espreguiçadeira.

Eu decidi ir atrás dela, vai que aconteceu alguma coisa? Sei lá.

Procurei por todos os lugares: perto na churrasqueira, na sala de jogos, no jardim, ao redor da casa, na piscina. Até no telhado. Perguntei pra algumas pessoas e nada. Ela tinha simplesmente evaporado.

E aí caiu a ficha. Ela não tinha saído da casa.

Decidi entrar. Ashley não se importaria, já entrei aqui várias vezes, muitas delas escondido. Conheço muito bem essa casa.

Abri a porta dos fundos e a chamei. Nem sinal. Olhei pra cima, olhei pros lados, e quando olhei para o chão, tinha um fina camada de um líquido vermelho vindo de perto do balcão, que fica perto da escada.

Deveria ser vinho, fechei a porta.

MEU DEUS!

Vinho porra nenhuma! Abri a porta novamente e estava rezando pra que meu pensamento estivesse errado.

Infelizmente eu não estava.

O corpo dela estava estirado no chão. Eu fui até ela correndo e vi se ela ainda estava respirando. Senti o peso do mundo cair das minhas costas quando senti sua respiração. Murmurei um "Graças a Deus" num suspiro aliviado. O sangue estava vindo de um corte em sua perna, eu estava rezando pra que não fosse uma fratura exposta. Por que aí eu entraria em pânico mesmo.

Os bombeiros dizem que não devemos tocar em alguém que caiu.

Eu duvido que alguém pense assim na hora da pressa. Pelo menos eu, não pensei.

Eu estava saindo com ela nos meus braços quando ouvi vozes vindo do segundo andar: "A Ashley disse que ia ser só uma brincadeirinha! A garota ta desmaiada há muito tempo lá em baixo!"

"Ela não levanta de jeito nenhum! O que a gente faz?!"

"Se ela estiver morta a culpa será toda da Ashley! Eu não vou me sujar por causa dela!"

Ouvi o suficiente. A peguei no colo e saí correndo, vê-la naquele estado me desmoronava totalmente. Eu tentava me segurava pra não chorar de desespero.

Ao chegar lá fora, a música parou. Eu só escutava as pessoas perguntando “O QUE ACONTECEU!?” “O QUE ELA TEM?!”. Eu pedi uma toalha, trouxeram, estenderam no chão e eu a coloquei com cuidado:

-ALGUÉM LIGA PARA UMA AMBULÂNCIA! RÁPIDO!

Gritei para que todos ouvissem. Na mesma hora o Justin sacou o celular e me deu. Disseram que chegariam em 10 minutos, 10 MINUTOS É MUITA COISA! Eu gritava no telefone com a atendente, implorando pra que chegasse logo. Eu estava desesperado.

Pensei em ir falar com a Ashley, mas agora a prioridade é a Raquel. Depois eu me acerto com aquela vagabunda.

Depois de poucos minutos a ambulância chegou, eles colocaram ela na maca e disseram que alguém deveria ir com ela, eu fui. Se alguma coisa acontecer à Raquel, eu nem sei o que eu faço com aquela maldita da Ashley!


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Hey Sweeties! O que acharam desse capítulo? Ficou ENORME esse hein? Eu não tô podendo entrar na internet por isso vou ficar um tempinho sem postar ;/ ! Por favor amores comentem e divulguem o blog! Obrigada pelo carinho, desculpe pela demora! Leitoras fantasmas eu sei que vocês estão aí , então comentem! As anony podem comentar sim!

OMG! Ah que ódio da Ashley! Beijos e desculpem qualquer erro de digitação e marquem aí em baixo o que acharam do capítulo!! 

  

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 7

/Raquel on


(...)


      Na hora do intervalo, eu encarei uma fila gigante pra comprar uma pizza. Quando estava procurando algum lugar para me sentar, avistei Abigail sozinha numa mesa como sempre fica. Ela era do tipo "Nerd". As pessoas desse colégio só vêem o que há por fora, e por isso ela só vive sozinha. Abigail é tão agradável e inteligente , sem falar que as mechas verdes que ela tem no cabelo são super estilosas!  

Fui até sua mesa fazer-lhe companhia:

-Olá! Posso me sentar aqui com você? – Ela ergueu seus olhos castanhos e eu sorri, a mesma sorriu de volta e assentiu com a cabeça, ela é uma menina tímida. Me sentei ao seu lado, abri meu refrigerante e dei um gole:

-Como você está? - Perguntou para mim e logo em seguida comeu um pedaço do seu sanduíche.

-Eu estou bem! - Menti. Acho que não devo sair por aí enchendo as pessoas com os meus problemas pessoais. Ela tomou um gole do seu suco e falou:

-Não minta, eu soube da briga que você teve com o Christian, na verdade todos estão sabendo, e repara só, ele está te olhando há um tempão. – Com o sanduíche nas mãos, ela apontou com a cabeça. Eu olhei e vi o Beadles com um olhar meio opaco me observando. Aquilo era de arrepiar, mantive o olhar até Abigail falar:

-Ouvi dizer que você deu uma surra nele! – Falou indiferente e deu um gole em seu suco. Isso me fez rir. – Antes de te conhecer, ele e as líderes de torcida me zoavam muito. Mas desde que você chegou, ele não fez mais nada comigo nem com ninguém, e como ele não faz, elas também não fazem. Não sabe quantas vezes eu quis dar um tapa daqueles na cara dele como você fez! – eu ri ainda mais do que antes. Ela é engraçada.

-Mas por que as pessoas te tratam mal? Você é legal! – eu a fitei e sorri. Ela abaixou a cabeça levemente.

-Eles não me conhecem. – levantou a cabeça , forçou um sorriso e disse: - Mas tudo bem, eu já até me acostumei.

Eu vi Ashley ir até a mesa do Beadles. Deu um tipo de convite para cada pessoa que estava sentada com ele: Chaz, Justin e Ryan pra variar. Depois foi em outra e fez o mesmo, ela fez isso em todas as mesas até chegar na nossa. Se sentou na nossa frente e disse com aquela voz irritante:

-Olá, eu vou fazer uma festa na piscina, na minha - apontou pra si mesma - casa enorme, se quiser ir vai ser sábado, ou seja... - a idiota contou nos dedos - amanhã!  - Sua voz era fina e irritante. Eu não conseguiria ouvir aquilo por muito tempo sem minha cabeça explodir.

Ela me entregou um convite bem rosa e bem enfeitado, fitou a Abigail como se ela fosse um troço bem nojento e disse:

-Raquel, você pode ir mas, - apontou para a Abigail – a Aline não! – Eu apertei os olhos e a fitei:

-O nome dela é ABIGAIL! E de qualquer jeito, nem ela, nem EU vamos querer ir na sua festa mesmo! Né Abbie? – eu fitei Abigail sorrindo, ela sorriu de volta e logo fitou Ashley.

-Isso aí. - Falou rápido e tímida. Já é um começo!

-Mas, mas... Raquel, querida, eu faço questão que você vá nessa festa! Vai ser divertido! - Ela forçou um sorriso. O sinal tocou bem na hora e deixamos a Ashley falando sozinha.


(...)


As pessoas não paravam de comentar sobre a festa na piscina que a Ashley vai fazer amanhã. Acho que todos vão... Eu não estou no clima de festa, mas eu mudo de ideia como mudo de roupa, tudo é possível quando se trata de mim.

A hora da saída chegou: Finalmente sexta-feira! Tenho sábado e domingo para descansar! Na verdade, eu estava pensando seriamente em ir nessa tal festa da Ashley, talvez seja divertido mesmo...

Mas... não, é melhor não! Foi muito suspeito esse negócio dela querer que eu vá! Nem nos damos bem, muito pelo contrário! Ela é estranha, uma hora quer cortar meu pescoço e na outra quer por que quer que eu vá nessa festa. Aff, mulheres.


Peguei a minha mochila no armário e andei em direção à saída. Quando eu já estava saindo do colégio a Ashley me abordou outra vez, ela muito insistente:

- Raquel! Querida, não esquece de ir na minha festa amanhã ok? Eu quero muito que você vá! - Falou forçando um sorriso.

Ashley tem olhos bem azuis, cabelos lisos de tamanho médio e bem loiros. Ela é bem magrinha. Se não parecesse ter a saúde que tem, eu diria que é anoréxica. Ela tem uma pele limpa e bronzeada de sol, Ashley é uma menina muito bonita, mas o problema é que ela é bonita apenas por fora.

-Talvez eu vá! - forcei o mesmo sorriso - Mas no momento eu preciso ir para a minha humilde residência! – Sorri forçadamente até o meu rosto sair do campo de visão dela, aí sim eu fiz uma careta de deboche.

Decidi não perturbar o Will. Ele já me trouxe pro colégio hoje e além do mais eu já sou bem grandinha, não preciso que venham me buscar na escola todos os dias! Ele precisa de umas folgas da Raquel um pouco.

(...)

/Christian on


     Eu estou odiando o fato de não ter a Rock ao meu lado. Como eu pude deixá-la escapar assim? BURRO, BURRO, BURRO! Pela primeira vez eu me apaixono e dou um vacilo desses?! Eu só queria voltar no tempo e mudar tudo isso. Eu estava me resolvendo com ela e agora ela não quer ver mais a minha cara. Caralho! Eu só faço merda mesmo.

Agora eu sinto como se alguma coisa me impedisse de respirar direito. Eu preciso dela aqui! Ao meu lado. Estou me sentindo culpado e estou com ódio de mim. Por que eu voltei a tocar nesse assunto?! Por que eu não deixei pra lá? Por que eu não cancelei essa merda?! Eu sabia que alguma coisa ia dar errado! Dito e feito! Meu coração está apertado e parece que só vou conseguir respirar direito quando eu tocar seus lábios novamente! Às vezes me sinto inseguro em relação à ela, ela parece ser tão... perfeita!

Eu juro por Deus que espero não ter estragado tudo.

Fui interrompido por Justin que não parava de falar ao meu lado, acho que foi uma péssima ideia ter aceitado ir pra casa com ele:

-VOCÊ QUER PARAR?! OBRIGADO! – eu disse cortando o que ele estava falando.

-Mas é sério cara! Vamos nessa festa que a Ashley vai dar! Por favor parceiro! Você ta precisando se distrair! Para de pensar um pouco na Raquel! Você nem ta parecendo o Christian que eu conheço! – Ele disse parecendo uma criança pedindo sorvete à mãe.

De tanto insistir, acabei aceitando. Justin quase explodiu de felicidade.


/Raquel on

     Já eram 20:00. Meu pai costuma chegar tarde pra caramba em casa. A campainha tocou e eu estava sozinha.

-Oi, moça! - Era o Will. Ele já falou entrando porta a dentro.

-Mas que palhaçada é essa? - sorri fechando a porta. Ele mal chegou e já estava indo pra minha cozinha. Mereço?

-Eu vim alegrar a sua noite ué! - Disse abrindo e futucando a minha geladeira.

-Sai da minha geladeira fazendo favor? - William saiu pra me olhar mas continuou com a porta da geladeira aberta - Obrigada!

-Cadê a comida? – Ele disse com cara de cachorro sem dono, tive que rir daquela cena!

-A empregada foi comprar ô lerdo! – Me sentei no sofá, ele fez uma careta.

(...)

       Passamos a noite inteirinha jogando vídeo-game! Tem coisa melhor do que isso?! A empregada chegou, nós comemos, ela foi embora e voltamos a jogar. É viciante! Ficamos tanto tempo jogando que perdemos a noção do tempo, só parávamos pra ir ao banheiro. Foi uma verdadeira maratona de vídeo-games! Acho que batemos algum recorde.

-Que horas são Will? – Falei bocejando sem tirar os olhos da televisão. Eu estava tentando matar a equipe do Will, mas o sono já estava me pegando. Mas gente! Não deveria ser assim tão tarde pra eu estar com sono.

-São... -ele olhou rapidamente no relógio que tinha na minha parede- 02:30 ! - Eu larguei o Joystick no chão e o Will me matou. Filho da puta!

-HA HA HA! Toma na cara!

-WILLIAM! VIU QUE HORAS SÃO?! – Falei pulando da cama.

-Sim ué! - Ele disse tranquilo, mas então caiu na real - CACETE! TA TARDE MESMO! Ah foda-se, vou dormir aqui.

-Tem certeza de que quer encarar minha cara de sonho amanhã?

-Tenho opção? – ele disse já tirando os tênis.

-Seu idiota! – nós rimos.

Coloquei um colchão no chão, dei um dos meus travesseiros e um cobertor pra ele. Ele tirou a camisa e eu tentei não olhar muito, querendo ou não, William tinha um físico muito atraente. Fui pro banheiro e coloquei o meu pijama. Liguei o ar condicionado e dormimos.

(...)

No dia seguinte...  

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HEY! Então, deixem o que acharam nos comentários e divulguem o blog! :D Sua opinião é muito importante pra mim! 

sábado, 6 de outubro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 6


/Christian on


      Na hora da saída eu vi a Rock distraída esperando por alguém, muitas pessoas já tinham ido embora.

Eu fui totalmente franco quando disse que realmente sinto algo, que realmente gosto dela. Esse sentimento é novo pra mim, não sei lidar com isso muito bem... Se a Ashley não fosse tão boa de cama, eu a deixaria e seguiria em frente com a Rock, tentaria levar isso adiante. A Ashley é tão superficial e fácil, uma vadia completa. Mas de qualquer jeito, ela é minha vadia particular.

Rock estava ligando para alguém, eu não cheguei perto porque eu não queria atrapalhar, não queria mais motivo pra ela gritar comigo. Quando desligou, eu a abracei por trás e dei um beijo carinhoso em seu rosto. Ela me olhou sorrindo e eu retribui seu sorriso. Eu estava pronto para beijá-la quando tudo aconteceu muito rápido:

Raquel me deu um tapa forte no rosto, que começou a arder instantaneamente.

Caralho! O que eu fiz?!

Com certeza seu dedos ficaram tatuados em mim! No começo eu não entendi o porque daquilo, mas então ela começou a gritar comigo e a falar rápido... e eu finalmente entendi:

     Ela havia descoberto!

Havia descoberto a maldita aposta que eu fiz com o Justin antes de conhecê-la e descobrir que ela é infinitamente melhor do que eu pensava. Raquel cuspiu as palavras em mim, seu ódio era claro. Nojo e desprezo transparecendo pelos olhos e pela voz. Vê-la chorar fazia o meu coração se partir, ainda mais quando o culpado sou eu. Eu deveria ter cancelado isso no momento em que comecei a desenvolver sentimentos por ela. O nosso tempo juntos, por mais que pouco, foi ótimo. Até as brigas. Não acredito que isso esteja acontecendo! Não acredito! Não acredito! Não acredito!
Merda! Tudo menos isso! Não! Inferno!

Eu não sei o que fazer!

Fui pra casa assim que ela foi embora, não queria ficar pras perguntas da platéia, seria ainda mais humilhante. Quando cheguei, minha mãe estava na cozinha cantarolando enquanto lavava a louça, passei sem que ela me visse. Meu pai estava trabalhando. Fui para o meu quarto rapidamente e sem que eu percebesse, Caitlin entrou logo atrás de mim com uma caixa de primeiros socorros, fechando a porta cautelosamente para que a mamãe não escutasse. Eu nem sabia que ela havia me visto:

-Se meteu em briga de novo Sr. Beadles? - Caitlin se sentou na cama, se virou pra mim irritada e abriu a caixa de primeiros socorros, eu nem vi que o canto da minha boca estava sangrando. A unha da Rock devia ter me cortado. Ela segurou meu rosto e passou um algodão molhado em álcool por cima. Aquilo ardeu.

-A garota que eu me apaixonei fez isso. Eu fui um idiota e ela me deu um tapa na cara na frente de todo mundo. - Deitei a minha cabeça no ombro da Caitlin. Brigamos sempre, mas sempre apoiamos um ao outro. É nosso papel de irmão. - E nisso tudo, o que mais doeu foi o jeito que ela me olhou.

O queixo dela caiu. Ela nunca me viu assim por mulher, e como eu, achou que nunca veria.


-Ina-cre-di-tá-vel! Eu não acredito que estou viva pra ouvir isso! Meu irmãozinho está apaixonado! Porque ela é tão especial? Você não é o fodão do Ensino Médio? O que essa menina tem de diferente pra vocês ficar assim tão mal? - Eu soltei uma lágrima de raiva e tristeza, que caiu na perna dela. Não acredito que eu esteja chorando por mulher... Cacete, Raquel! – Meu Deus! É pior que eu pensei! Não chora não! Odeio te ver assim! - Ela levantou o meu rosto e eu percebi que ela queria chorar também, por minha causa. Inferno, não!


-Eu fiz uma aposta: se eu a beijasse em menos um mês, eu ganharia 80 dólares. – Deitei a cabeça no ombro dela outra vez. – Ela é uma garota de personalidade forte, ela é verdadeira, valente, e como pode ver, muuuito explosiva. – eu sorri de leve nesse momento, a Catilin riu:

-É! Deu pra perceber! – se referindo ao tapa que ela me deu, eu desfiz o sorriso.

-E eu descobri que realmente gosto dela no mesmo momento em que ela descobriu essa maldita aposta. Ela me deu um tapa na cara e todas as palavras que ela disse ficaram gravadas na minha cabeça. Ela disse que eu estraguei tudo de verdadeiro que ela sentia por mim, e disse pra eu nunca mais olhar na cara dela. O que eu faço, Cait?  – Ela me abraçou e disse:

-Maninho, você fez merda. Mas eu sei que não foi sua intenção magoá-la! Você precisa reconquistá-la. - Falou chorando também, a Caitlin sempre foi muito manteiga derretida.

-Porra, Cailtin, para de chorar! - Falei com a voz embargada.

-Para de chorar você, merda! - Secou a lágrima dos olhos.

(...)

/Raquel on

     

      Eu e o Will fomos caminhando até o parque Central de Stratford, escalamos e sentamos no topo de uma pedra bem alta pra ver o parque do melhor ângulo. Eu coloquei o skate no meu colo, deitei minha cabeça em seu ombro. Do topo da pedra onde estávamos, dava pra ver o pessoal lá em baixo: Famílias fazendo piquenique, outros brincando com seus animais, grupos de amigos rindo e conversando entre sí, crianças brincando e correndo... Uma realidade realmente ótima, poderia observar aquilo o dia inteiro. O silêncio entre eu e o Will não nos incomodava, na verdade nos unia de uma forma que as palavras não conseguiam.

-O que aconteceu lá? – Will disse acariciando meu cabelo. Ele estava todo cuidadoso comigo, como se eu fosse quebrar com o minimo descuido. Eu lhe contei tudo o que aconteceu e ele escutou calado, eu não soltei uma só lágrima. Eu até tive vontade de chorar, mas seria de raiva por continuar gostando daquele filho da puta partidor de corações maldito idiota retardado.

(...)

     Passei a tarde toda com o William no parque, tomamos sorvete, passeamos, deitamos na grama pra ver os formatos nas nuvens... Ele sempre me fazia sentir melhor quando eu precisava.

Eu cheguei em casa e meu pai estava em seu escritório, decidi ir até ele ficar um tempinho por lá. Antigamente, eu ficava muito tempo em seu escritório caladinha quando me sentia muito sozinha. Eu apenas o observava trabalhar em silêncio, mas era melhor do que nada. Aquilo estranhamente me confortava e me fazia sentir bem melhor. Odeio ficar sozinha de qualquer jeito.

-Oi pai... - sorri sem ânimo enquanto me aproximava.

-Oi minha filha! – Ele me olhou rapidamente e sorriu de volta.

Me sentei numa das poltronas que ficavam de frente à mesa dele. Do outro lado, ele estava guardando uns papéis. Sempre atarefado. Como alguém pode gostar tanto de trabalhar?

-Como você está? – Falei desfazendo o sorriso vagarosamente.

-Eu estou bem! Cada dia mais trabalho pra fazer, mas fora isso... - ele ergueu o olhar pra mim e sorriu - eu estou bem sim! Seus olhos sempre costumam sorrir junto com você, agora eles parecem tristes! O que aconteceu? - Mesmo nossa relação não sendo das melhores, ele me lia como uma revista.

-Ér... só estou com muito sono!  - Fingi um bocejo. Ele bocejou junto comigo. Era inevitável, bocejos são coisas contagiosas. Nós rimos.

Ele me olhou desconfiado. Eu não gosto de mentir, mas ele já tem problemas demais para ficar se preocupando com os meus também. Além disso, já estou na idade de resolver meus problemas sozinha! Já passei por desilusões amorosas, claro. Mas acho que nenhuma doeu tanto como agora. Com certeza.

-Boa noite, papai. Sinto sua falta... - Sorri levemente num ar de saudade, ele me lançou um olhar acolhedor, se levantou e eu me levantei junto. Abriu seus braços e me envolveu neles como se eu ainda fosse aquela garotinha de oito anos que ele sempre amou. Parecia que todos os meus problemas haviam sumido por um momento.

- Eu te amo, abelhinha. – Era assim que ele me chamava quando eu era pequena.

-Eu te amo, garotão! - Meu pai tinha disposição para tudo, o que não era muito normal pra pessoas da idade dele. Seus amigos da Europa o chamavam de "garotão" e eu acabei aderindo à esse apelido.

Nos soltamos depois de um tempão. Eu o desejei boa noite e fui para o meu quarto. Um turbilhão de socos no estômago vieram. Estou apaixonada há cerca de uma semana e é uma dor que eu não desejaria ao pior dos meus inimigos. Eu SEMPRE quebro a cara! Como eu pude cair nessa de novo, meu Deus?! E desde o começo eu sabia que ele não passava que um conquistador, e mesmo depois de tudo ele não sai da minha cabeça! Devo estar ficando louca!

Eu comecei a escutar o que estava tocando na rádio pra distrair. Começaram umas músicas agitadas que me fizeram esquecer o Beadles por alguns momentos. Mas depois começou a tocar “A Drop In The Ocean” do Ron Pope, que é trilha sonora de The Vampire Diaries uma das séries que eu mais gosto. Essa música trouxe tudo o que eu tentei esquecer:

“Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando pra que você e eu
Pudéssemos ficar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto estou no meio do deserto
Por isso estou te segurando
Mais perto do que nunca
Pois você é meu paraíso (...)"


As lágrimas caíram pesadas.

 Ás vezes eu queria apenas não sentir mais nada, tipo arrancar meus sentimentos pra fora de mim e doar para quem precisasse. É uma merda quando você sente um sentimento que não é recíproco. Ele mentiu dizendo aquelas coisas, ele só queria me usar. Não tem coisa pior do que a sua felicidade depender de outra pessoa...

     
      Já eram 22:30, desliguei o rádio e fui tomar banho, um banho quente e relaxante, demorei uns 30 minutos lá dentro. Abri não muito a porta para sair o vapor da água, me enrolei na toalha, saí do box e me vesti com pijama. Estava com sono. Prendi o cabelo, me deitei e comecei a escutar músicas pra foder ainda mais com o meu psicológico. Acho que sou masoquista ou algo do tipo. Não tem outra explicação plausível pra eu estar escutando música Indie.

Enquanto as canções tocavam, eu imaginava como seria péssimo ver o Beadles amanhã no colégio e agora mais do que nunca a Ashley vai correr pra cima dele, não tenho estômago pra assistir isso. Tirei os fones de ouvido quando cansei das músicas e coloquei o celular para carregar. Antes de dormir, mandei uma mensagem para o Will:

Se importa de me levar para a escola amanhã?“

Depois de uns dois minutos recebo a resposta:

“Mas é claro que não! Te vejo às 07:00, vai dormir!“

“Obrigada e tá bom mamãe!” Conseguia imaginar o sorriso que ele estava formando ao ler essa mensagem.

Liguei o ar-condicionado, me cobri com o edredom e dormi finalmente.

(...)


No dia seguinte...

     
      Eu acordei às 06:00 com dor de cabeça. Não sou muito de falar palavrão quando eu acordo mas...

PUTA QUE PARIU!


Forcei meu corpo a sair da cama e fui em direção ao banheiro, tomei um banho frio e rápido para acordar. Hoje não estava frio, coloquei uma camiseta branca, uma bermuda jeans e meu all star preto básico. Acordei com algumas olheiras devido à choradeira da noite passada. Passei um pouco de base para escondê-las. Não posso aparecer abatida. Não posso dar esse gostinho a ele!
Quando vi no relógio, já eram 06:45. Penteei o cabelo rápido, peguei meu celular e fiquei esperando o William do lado de fora da casa, não estava com clima de ir pro colégio de skate hoje. Não demorou muito pra ele chegar:

-BOM DIA! - ele gritou bem alto, dando um susto nos meus ouvidos.

-Shiu! Quer acordar a vizinhança inteira?! - falei quase sussurrando.

-Não! Só a sua cara de sono já está bom pra mim. – ele disse torcendo o nariz.

-Ha-Há-Há, engraçadinho – Falei sarcástica.

-Então boneca, – Pode parecer um elogio, mas o Will sabe que eu odeio quando me chamam de boneca, pelo pequeno motivo de: odeio bonecos. – Vamos?

-Vamos, garoto! – dei um tapa em seu braço.

-Por que está me agredindo?

(...)

    
      Nós chegamos rápido no colégio, ainda não tinham aberto os portões, estavam todos do lado de fora ainda esperando bater o sinal.

-Ah lá. - disse o William resmungando. Olhei pra onde ele apontou com a cabeça. Christian estava sentado sozinho num banco, vi Justin tentando falar com ele. Christian disse alguma coisa parecida com: “Me deixa em paz!” e Justin foi embora. Não sei o que estava acontecendo direito, bom, ele já ganhou a aposta, porque estava encenando? Ele estava de casaco e com o capuz em cima da cabeça, de braços cruzados, parecia um fugitivo.

Justin estava vindo na minha direção, William percebeu.

-Segura aí moça, é melhor eu ir se não vou me estressar. Fui. - Ele me deu um beijo rápido no rosto e foi caminhando em direção à sua escola. Justin chegou até mim com uma cara meio estranha:

-Raquel, o Christian... - Nem o deixei terminar de falar:

-Cala a boca.

O sinal bateu.

Entrei direto no colégio e fui para o meu armário pegar o que eu precisava para a primeira aula, Christian fez o mesmo. Mas só que depois de mim. Ele estava me evitando. Me peguei o observando antes de entrar na sala. Sentei na segunda fileira, coloquei o livro de inglês na mesa e vi que ele se sentou lá no fundão. Ele olhou para o lado e logo em seguida olhou para mim, tentei virar o rosto mas mantive o olhar por uns 2 segundos, e me virei pra frente outra vez.

Ele estava digno de pena.

(...)

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O que acharam desse capítulo? Ficou meio pequeno eu sei... Eu to pensando seriamente em fazer um especial Hot, o que vocês acham? Desculpem qualquer erro na digitação.