domingo, 30 de setembro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 5

/Raquel on
    

      Eu não sei se estou sentindo alguma coisa de verdade pelo Christian,  juro que não sei mesmo. E sinceramente acho que nem quero saber. Eu sei como ele é, já fui ludibriada por vários desses e não posso deixar isso se repetir. Ele é de todas, jamais as deixaria por mim.

E eu nem faço questão mesmo, tô nem aí!


Eu sei que pra ele são só beijos e nada mais. Pra mim também são só isso. Os beijos dele são os mais excitantes que eu já senti! Mas eu acho que isso deve ser pura experiência. Não vou deixá-lo entrar na minha vida assim, Christian é legal mas... não! Não posso dar esse gostinho a ele! Ele é um conquistador, e não... Não vai rolar! De jeito nenhum! Me recuso!

    
      Hoje eu acordei atrasadíssima às 06:40! O maldito despertador quis me sacanear. Filho da puta! Tomei um banho bem rápido e coloquei a primeira roupa que eu vi pela frente: um shorts jeans, uma blusa decotada preta de manga longa e uma bota de couro pra cobrir um pouco das pernas que tanto apareciam. Penteei o cabelo quase arrancando-os da minha cabeça de tanta pressa que eu estava. Odeio fazer as coisas com pressa!

Peguei uma maçã, skate e saí meio desconfortável por causa da roupa que eu estava usando. Maravilha!

Fui comendo a maçã no caminho. A rua não estava muito movimentada, na velocidade em que eu estava seria fácil trombar com um carro! Cheguei na escola terminando de comer a maçã. Andei em passos rápidos até a entrada e vi que o Christian estava ficando com a líder de torcida loira que adora me encarar e cochichar. Soltei uma risada incrédula e peguei meu skate do chão. 
Ele empurrou a garota e veio até mim, sem tirar seus olhos do meu corpo.

Homens...


/Christian on



      Fui pro colégio de carro com Ryan hoje. Sou menor de 16, ainda não posso dirigir, então ele me levou. Justin já tinha ido e o Chaz decidiu ir mais cedo também. Nós chegamos rápido no colégio. Assim que pisei na calçada da escola, não demorou muito pra Ashley ficar me chamando com aquele jeito dela... Eu não resisti, sou homem! A carne é fraca. Não me julgue.

A puxei forte. Ela sorriu. Nos beijamos ali mesmo e foda-se, eu queria resolver isso rápido antes da Rock chegar. Estávamos no maior amasso, ficamos ali por um bom tempo. Se a escola estivesse aberta, eu já estaria metendo nela no vestiário ou no banheiro feminino mesmo. Eu adoro essa vagabunda, é só eu chamar que ela vem latindo. Eu estava a beijando e por impulso abri os olhos. Eu não deveria ter feito isso...

Quando vi a Rock chegando... 
Eu não acreditava no que os meus olhos viam! Aquele decote dela e aquele shortinho estavam me deixando maluco! Eu nunca a vi assim! Parecia que ela não estava ligando muito para o que estava acontecendo entre Ashley e eu. Meu coração bateu mais rápido quando a vi, e não foi só por causa das roupas... Foi um sentimento involuntário e estranho. Algo parecido com... saudades...?!

Os garotos estavam a engolindo com os olhos e ela fingia que nem era com ela, ignorava-os totalmente. Empurrei a Ashley e a Raquel simplesmente deu um pisão em seu skate, fazendo com que ele encaixasse perfeitamente em sua mão, o pegando.

Ela estava uma d-e-l-í-c-i-a.

-Rock, me diz que roupa é essa?!  – meus olhos me faziam parecer um virgem punheteiro porque eu não conseguia tirar os olhos dos peitos dela. Ah, aqueles peitos...

-Não interessa! – ela forçou um sorriso e saiu esbarrando com toda a força em mim, estava indo em direção ao colégio. O sinal tocou bem na hora, os portões se abriram e ela entrou direto. Salva pelo gongo.

Eu preciso comer essa garota. De preferência agora.


/Raquel on


Fui até o meu armário, coloquei o meu skate lá e peguei os livros que eu precisava para a primeira aula, Biologia. Na aula eu não o olhei nem uma vezinha se quer, nem mesmo de "rabo-de-olho". Me forcei a prestar atenção na aula, tenho um pouco de dificuldade em Biologia de qualquer maneira. A aula terminou e fomos até os nossos armários pegar os livros da próxima aula. Assim que fechei meu armário, Christian me abordou:

-Qual é, o que eu fiz agora? – Falou me pegando pelo braço.

-Não quero falar com você! E sai da minha frente, agora eu tenho... – ele me interrompeu.

-Não! Agora você vai me dizer por que está me evitando! Fala comigo, Rock! –  Aquilo me irritou. Me irritou muito.

-Como você tem coragem de me perguntar isso, seu retardado!? - ele se assustou com o meu grito, algumas pessoas ao redor olharam mas logo voltaram a fazer o que estavam fazendo quando viram a britânica-brasileira perturbada-gostosa. Odeio esses estereótipos ridiculos! - Christian Jacob Beadles, não sei você, mas eu tenho aula agora. – eu fiz força e me soltei bruscamente dele, quase fazendo com que os meus livros caíssem – Sai da minha frente! - não cheguei a gritar, mas falei alto. Firme.

Dei as costas voltando para a sala. Quem esse mauricinho pensa que é?!
Christian entrou pouco depois, o professor chegou logo em seguida. Ele não olhou pra mim durante a aula, ainda bem! Eu nem consegui prestar atenção na maldita aula por causa daquele imbecil! Ele não saía do meu pensamento! Ai que raiva desse moleque! RETARDADO!


/Christian on


     Quando eu fui tentar falar com a Raquel, ela me destratou totalmente, acho que não devia ter aumentando o tom pra ela, sei que tenho uma parcela de culpa nisso. Obviamente ela não gostou da cena que viu na entrada hoje, e eu queria ouvir isso de sua boca. Sinto muito por ela, mas não posso fazer nada em relação à isso, não troco minhas piranhas particulares por ninguém, quem dirá essa maluca bipolar!

Eu fiquei com raiva dela por estar com raiva de mim, e eu estou com raiva de mim por estar com raiva dela por ela estar com raiva de mim!

Caitlin diria que estou amando (risos).


Finalmente chegou a hora do intervalo e eu fui falar com o Justin. Me sentei na mesa onde ele estava com o Chaz. Ryan estava se comendo com a Larissa, uma garota ruiva de olhos verdes. Muito gostosa. Finalmente ele parou de comer comida e foi comer mulher!

Essa escola é uma orgia mesmo.

-Hey bro! - Eu disse fazendo um toque com o Justin e depois com o Chaz.

-E aí? Conquistou a brasileirinha rápido né? - disse Chaz com aquele olhar pervertido meio psicopata dele.

-Ah! Já ia até esquecendo! Falando nisso, Justin, você me deve 80 dólares! Te falei que ia ser fácil, você duvidou, passa a grana!

Eu tinha até esquecido da aposta que fiz com ele no comecinho das aulas. Dinheiro é sempre bem vindo!

 -Por quê?! – Justin me olhou confuso.

-A aposta lembra? Peguei a Raquel, eu ganhei a aposta, as brasileiras são tão fáceis!

Eu ri com todos eles.


/Raquel on

    
      A hora do intervalo chegou para a nossa alegria! Eu decidi nem falar mais com o Christian, a não ser que ele falasse comigo. Não faço questão dele, não preciso dele, eu estou ótima! Nunca estive tão bem!

Atravessei a cantina e fui para o lado de trás da escola. O campus daqui tem um jardim muito extenso e muito bonito, cheio de flores e canteiros. Parecia quase um campus de faculdade, só faltava os dormitórios e irmandades. Me sentei embaixo de uma árvore imensa, hoje o sol estava forte e a árvore fazia uma enorme sombra, refrescando o calor. Não demorou muito para uma voz irritante de uma pessoa irritante tilintar nos meus ouvidos. O que eu fiz pra merecer?

-Oi, princesa!

Ele sabe que eu simplesmente odeio que me chamem assim. Ele faz de propósito!

-Ah, é você. Pelo amor de Deus, para de me chamar de princesa. Já tá feio. - eu disse sem expressão nem diferença na voz.

-Por que está aqui sozinha? - falou olhando pra mim, eu não olhei de volta.

-Por que eu quero, pode me dar licença por favor? - Sorri falso.

-Sem problemas! - revirei os olhos - Mas antes eu quero te fazer uma pergunta. Posso?

-Desde que essa pergunta não seja ridícula. – eu disse olhando finalmente para ele, sem expressão e com a cabeça encostada na árvore.

-O que você sente por mim? – Falou com um olhar fofo. Meus olhos se arregalaram, ele foi muito direto! Eu queria dizer que gostava dele, mas isso só iria fazer com que ele pisasse mais em mim.

-Bííííííí! Alerta de pergunta ridícula! - Falei desviando o olhar.

-Ué, se é tão ridícula por que você não responde?

-Nothing. – falei seca e lentamente, ele rebateu:

-Sente sim, eu sei que sim! – Me olhou suplicante. Eu tentei não manter o olhar, se não entregava o jogo.

-Se não sentisse nada, não se arrepiaria quando eu fizesse isso... - Sua mão deslizou na minha nuca. Como ele disse, meus pelos se eriçaram. O toque dele me deixava em chamas. - Viu? Também não suspiraria quando eu fizesse isso... - Ele chegou pertinho de mim e passou a ponta do nariz de leve no meu rosto próximo da minha orelha, sentindo meu cheiro. Logo em seguida distribuiu beijos pelo meu rosto e lóbulo, fechei os olhos e um suspiro escapou de mim. Merda mil vezes! -Se você disser que gosta de mim, eu digo que gosto de você... É verdade tanto da minha parte quanto da sua. Você sabe disso.

Eu não falei nada. Continuei estática. Abri os olhos.

Ele deu um beijo na minha testa, se levantou e saiu, eu não conhecia esse lado do Christian. Espero que ele esteja falando sério.

Espero mesmo.

Percebi que já estava acabando o tempo do intervalo e ainda não tinha comido nadinha. Eu entrei no refeitório e todas as mesas estavam ocupadas, sentei-me ao lado daquela garota de mechas verdes que deixou eu e o Christian entrarmos na sala quando não podia mais. Fui gentilmente agradecer quando escutei uma conversa atrás de mim, era o Christian conversando com os amigos. Não é da minha conta, mas as vozes deles se sobrepunham a de todos pois estavam mais perto. Não pude evitar.

-Hey bro - Christian disse se sentando na mesa atrás da minha.

-E aí? Conquistou a brasileirinha rápido né? –
disse Chaz, eu acho.

-Ah ! Já ia esquecendo! Falando nisso, Justin, você me deve 80 dólares! 
Te falei que ia ser fácil, você duvidou, passa a grana!
 

-Por que?! – Perguntou Justin.

-A aposta lembra? Peguei a Raquel, eu ganhei a aposta, as brasileiras são tão fáceis!


Eu fiquei boquiaberta, meu queixo caiu tanto que eu sentia minha mandíbula doer. Não conseguia acreditar no que os meus ouvidos me informavam! Eu comecei a rir de nervoso, pensando como eu pude ter sido tão idiota e ainda ter acreditado nele por algum momento. Christian estava me usando esse tempo todo! Se eu fosse qualquer outra garota, iria até ele tirar satisfações, talvez até fizesse um escândalo, mas eu decidi não fazer absolutamente nada, eu simplesmente agradeci a Abigail por tudo, como se nada estivesse acontecido. O sinal tocou e nós entramos.


(...)

    
A hora da saída chegou e eu estava tentando ligar para o William para ele vir me buscar, eu não estava bem, realmente precisava conversar com alguém. Daiana tinha ido para a casa dos avós e Marcos foi para a casa da mãe. Quando eu estava terminando a ligação, alguém me abraçou por trás, me deu um beijo no rosto e sussurrou no meu ouvido:

-Oi princesa! – Era o lindinho do Christian. Se ele não tivesse aparecido, eu não teria dado um pio, apenas não falaria com ele nunca mais e quando ele perguntasse o que houve, eu diria. Mas ele tinha que vir me cutucar. Agora já foi, não me responsabilizo pelos meus atos. Simplesmente virei pra ele com o meu melhor sorriso. Como estávamos fora da escola, eu poderia fazer o que eu quisesse que não ia dar merda.

Eu fui fria até o final.

Não me aguentei, o jeito que ele me olhava, falava comigo como se nada tivesse acontecido. Como ele conseguia?! Como ele era capaz?

Me virei e subi minha mão num tapa com toda a força na cara dele. Seu rosto virou com a força. Minha vontade era de quebrar a cara de sínico mentiroso dele.

Algumas pessoas olharam por causa do estalado forte. O rosto dele ficou vermelho quase que automaticamente.

Ele me olhou assustado mas não disse nada. Eu não deixei.

-ISSO, SEU CACHORRO DESGRAÇADO, É POR BRINCAR COM A MERDA DOS MEUS SENTIMENTOS! VOCÊ NÃO PRESTA SEU MISERÁVEL! FEZ UMA APOSTA COM O BABACA DO JUSTIN! - Apontei para o Justin sem parar de olhar o Christian - ISSO QUE EU ESTOU VALENDO PRA VOCÊ? 80 DÓLARES? – Ele tentou falar mas eu comecei de novo. - VOCÊ ESTRAGOU TUDO OQUE EU SINTO POR VOCÊ, SEU BURRO! PELA PRIMEIRA VEZ EM TEMPOS EU CONSEGUI SENTIR ALGUMA COISA, MAS VOCÊ ESTRAGOU TUDO! – eu soltei uma lágrima sem querer , a limpei na hora, minha voz começou a ficar trêmula, ele tentou tocar no meu rosto mas eu dei um tapa em sua mão. Ele tentou se aproximar. – SAI DE PERTO DE MIM! EU ESTOU FAZENDO ISSO NÃO É PORQUE EU SENTIA – dei ênfase no “sentia” pra deixar claro que era no passado – ALGUMA COISA VERDADEIRA POR VOCÊ. É PRA VOCÊ – cheguei bem perto dele e apontei o dedo no meio da sua cara – NUNCA MAIS FAZER COM NINGUÉM O QUE VOCÊ FEZ COMIGO, SEU CRETINO! E NUNCA MAIS OUSE EM OLHAR NA MINHA CARA! ENTENDEU? – eu disse lenta e claramente, o William chegou bem nessa hora.

-Rock!? O que está acontecendo aqui? – falou vindo até mim correndo, ele não estava de skate.

-Só estou aprendendo a não confiar demais. Eu nunca devia ter aceitado vir para ESSA MERDA de Canadá!

-É melhor nós irmos, as pessoas estão nos encarando. - Outra lágrima caiu e eu logo a limpei.

Antes do Christian se virar pra ir embora, eu cheguei bem perto do rosto dele.

-Eu o-d-e-i-o você.

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Hey, rolou Quebra-Pau no DBMH! O que charam? OMG! Que acompanhou o show do Justin ontem?Eu fiquei das 23:00 às 2:30 da manhã no twitter e no facebook pra saber oque estava acontecendo! Muita luta ser belieber. Beijos e até a próxima e desculpe qualquer erro de digita
ção!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 4


/Christian on
    
      Falei sério quando disse que foi o melhor beijo de todos! Eu já beijei várias garotas - várias mesmo - e nunca senti nada parecido, não sei dizer, foi diferente desta vez! É sério! Ela não é como as outras garotas que eu pego por aí... ela tem personalidade desde o dedinho do pé até a ponta dos fios de cabelo. Nosso beijo se encaixou tão perfeitamente que chega a ser bizarro! Poucas garotas conseguiram acompanhar meu ritmo, ela fez isso com perfeição. Preciso daquela boca outra vez... Aonde essa garota esteve esse tempo todo?

Ela é do tipo que só se encontra uma vez na vida, e eu tenho certeza que as líderes de torcida que eu como por aí nem se importariam em saber se eu estava bem, muito menos teriam a ousadia de entrar no banheiro masculino. Talvez com nojo do banheiro ou medo do inspetor pega-la no flagra. Com certeza depois da aposta, vou ficar com ela.

Sou um cara de sorte!

/Raquel on


    
-Chris, acho melhor irmos pra sala agora, o professor já deve ter chegado!

 -Espera, é melhor ver se o inspetor está no corredor.

Christian foi até a porta e viu se a área estava limpa. Fez um sinal para que eu fosse até ele, achei que era para sair, mas então ele me surpreendeu me puxando pela nuca sem aviso prévio! Nem deu tempo de reagir! Me deu um selinho demorado. Quando terminou, olhou bem nos meus olhos e sorriu:

-Agora sim podemos ir. -  beijou meu nariz enquanto eu ria.

Nós andamos pelos corredores o mais rápido possível para não sermos vistos. Chegamos na sala de aula com a cara mais lavada do mundo! Para a nossa sorte, quem estava fazendo a chamada era uma aluna de mechas verdes que sempre senta lá na frente, devia estar adiantando para o professor que atrasou. Ela fez um sinal para entrarmos, achei que fosse nos deixar fora da sala por causa do atraso. Eu entrei primeiro e depois de cerca de um minuto ele entrou. No momento em que chegamos nas carteiras, a diretora cruzou o portal e entrou na sala. Meu coração disparou!

E se ela tivesse nos visto?!

-Muito obrigada por fazer a chamada, senhorita Abigail, pode sentar-se agora. – a garota assentiu. Colocou a prancheta na mesa do professor e se sentou em sua carteira. Que, como eu disse, era quase beijando a lousa.

 -Bom dia, alunos e alunas! Eu gostaria de informar... – Quando ela começou com essa frase abençoadíssima, eu já percebi que não era nada do que eu estava pensando. Deus me ama muito mesmo! Sinceramente eu não estava nem aí pra saber do que se tratava realmente. Coloquei fones no ouvido e só tirei-os quando o professor entrou e eu percebi que a diretora já estava saindo. Devia ser uma nova atividade extra curricular. Deus me livre!

 -... Então por favor, eu preciso da autorização de seus pais. O professor já está em sala, boa aula. – E então foi embora... Ela era tão formal que lembrava até meu pai. Assustador! O professor deu um papel azul claro para cada aluno, coloquei o meu direto na mochila. Ao tirar os fones, pude ouvir uma garota do meu lado dizer para a outra “você vai nessa excursão? Deve ser legal!” e isso me deixou um pouco animada. Bom, acho que vai ser maneiro sair um pouco da rotina, vou fazer meu pai assinar isso. Qualquer coisa pra não assistir aula está valendo!
   
O professor de Sociologia deu sua aula tranquilamente. Às vezes o meu olhar se esbarrava com o do Christian... Eu lutava comigo mesma para não olhar, juro! Ele não pode nem cogitar que eu esteja dando alguma atenção pras investidas dele, se não ele não vai parar! Eu sou carne nova na escola, ele quer transar pra me jogar no lixo e depois contar pros amigos. Não vou me prestar a esse papel.

Mas cara... Olha aqueles olhos! Era impossível não olhar de vez em quando!

Depois da aula de matemática o intervalo finalmente chegou! Eu ia perguntar para o Christian do que a diretora estava falando, talvez ele tivesse prestado alguma atenção. Além do mais, não conheço mais ninguém aqui além dele, não tenho pra onde correr.

Estava entrando no refeitório quando me deparei com uma cena grotesca: Christian estava pegando na mão de uma garota e a outra  mão estava em sua nuca. Ela o olhava fixamente e passava as mãos em seus cabelos. A garota desviou o olhar bruscamente quando percebeu minha presença, me olhando tipo: “Ele é meu!”. Eu sorri e soprei um beijo para ela, acho que a mesma soltou fumaça pelos ouvidos com a minha reação. Christian olhou na direção que ela estava encarando e seu olhar se encontrou com os meus depois de ele me olhar de cima a baixo. Fitei os dois torcendo o nariz como se eles fossem uma coisa bem nojenta, o que não está longe de ser verdade! Joguei o cabelo e fui na direção deles sorrindo forçadamente. Acho que meu inglês nunca esteve tão carregado, pois quando comecei a falar, a garota me olhou como se eu estivesse falando alemão.

-Hey Christian! Espero que já esteja melhor, porque tipo do jeito que você chorava igual um bebê no banheiro... Aposto que a sua namorada imaginária te deu um fora...! Fiquei até com pena de você, tadinho!  – Christian ficou me olhando com uma cara de “Por favor, me diz que você não fez o que acabou de fazer!”

A garota o largou e o olhou como se houvesse uma lesma em sua face.

-Nossa, Christian, eu não sabia que você era assim! – ela o largou e saiu horrorizada dali. A voz dela era mais irritante do que a da Rebecca Black, juro!

Ele ficou sem reação. Eu sentei no lugar onde aquela vadia estava, bem de frente pra ele. O olhei séria mas não resisti muito tempo. Acho que só uns segundos encarando ele, e caí numa gargalhada profunda e alta. Chris continuou me encarando sério, com a raiva escorrendo pelo canto da boca.

-Qual é o seu problema?

Eu gargalhei por mais ou menos uns minutos depois que ele dirigiu sua palavra a mim, me acalmei, dei mais uns risinhos pra finalizar e disse finalmente:

-Bom... Respondendo a sua pergunta: Eu tenho muitos problemas, mas provavelmente nenhum se encaixa à esse momento.

-Você não deveria ter feito aquilo! Tá maluca?! Eu tenho uma reputação nesse lugar! Entendo que esteja com ciúmes, mas... – Antes dele terminar, cortei logo quando eu ouvi a palavra “ciúmes”.

COMO É QUE É?!

-EPA, EPA, EPA! Eu entendi bem? Você disse que eu estou com ciúmes de um babaca qualquer como você? - levantei a voz - Acorda moleque! Aquilo foi apenas um beijo como qualquer outro, nada de especial! Você não é NINGUÉM! Se eu estivesse com ciúmes esse lugar vinha abaixo!

-Calma! Você é muito explosiva, parece que eu te xinguei do pior nome possível! – ele disse levantando as mãos como um ladrão sendo rendido.

-E me xingou mesmo dizendo que eu estou com ciúmes de você, porque eu estaria com ciúmes? Ficou louco?!

-Simplesmente porque esse beijo foi o melhor da minha vida. – ele disse com um olhar meio suplicante e quase sussurrando – e eu quero senti-lo outra vez.

Nem pude reagir, nosso lábios se chocaram num beijo. Eu tentei lutar no início, mas acabei cedendo... Merda! Merda! Christian colocou uma mão no meu pescoço e com a outra mão fazia impulso na mesa para chegar mais perto. O beijo dele era maravilhoso... Temos uma sintonia incrível, não sei explicar! Merda! Seus lábios eram viciantes, nossas línguas quentes se tocavam constantemente e isso nos deixava em êxtase, eu realmente nunca senti nada parecido num beijo. Merda! Ele puxou o meu cabelo e eu coloquei as duas mãos no rosto dele.

Mas de repente algum infeliz interrompeu o beijo. Merda! Estava tão bom... Merda!
-Hey, eu acho melhor vocês pararem, daqui a pouco o inspetor passa por aqui e vocês estarão muito encrencados! – era o Justin.

-Ah cala a boca! – Falamos juntos e voltamos ao beijo.

-Vocês se merecem! Uma hora estão como cão e gato e outra estão no maior love! Eu não entendo! - Disse Justin antes de ir embora.

Chris e eu rimos entre o beijo. Não demorou muito e o sinal tocou para voltarmos para a sala, paramos o beijo ofegantes com uns selinhos:

-É melhor voltarmos agora! – eu falei olhando para ele, ele soltou um suspiro e concordou com a cabeça.

Estou com raiva de mim mesma...

Mas foi tão bom!

Merda!

(...)


-Christian, do que a diretora estava falando quando veio aqui na sala? Você se lembra?

Estava na hora da saída e estávamos sentados em um dos bancos que haviam na frente da escola.

-Ela estava falando de uma excursão num Museu. Vai ser amanhã. Nem prestei muita atenção, na verdade, estava olhando pra outra coisa... - Ignorei essa investida. Já basta o beijo de demos na frente do refeitório inteiro!

-Você vai? – falei indiferente. Todos os alunos já estavam em direção às suas casas. A rua estava ficando meio deserta.

-Sim, minha mãe adora essas excursões, vai me fazer ir de qualquer jeito e você? Vai nessa passeio?

-Sim, é melhor do que ficar em casa fazendo um monte de nada, ou pior, assistir três tempos de Física! – ele riu.  Eu estava olhando o balanço das árvores do outro lado da rua. Depois de um tempinho, voltei minha atenção a ele.

-E como você está, Chris?

-Do que está falando?

-Seus pais... – eu disse brincando com o skate que estava debaixo dos meus pés.

-Ah, estou! Você me ajudou muito! Obrigada. – Ele sorriu. Eu sorri.

Nuvens densas estavam se formando, o vento estava ficando realmente frio e eu estava sem nenhum maldito casaco! Meus pelos se eriçavam constantemente. Mas a conversa estava boa, além disso eu estava com preguiça de ir pra casa mesmo.

-Vem cá, Rock. – ele disse abrindo os braços. Eu sem hesitar me envolvi neles deitando minha cabeça em seu ombro enquanto ele me abraçava, esquentando-me. Christian estava com uma blusa de manga longa por baixo de outra sem mangas. Me senti tão bem ali... Suas mãos acariciavam meus braços arrepiados, fazendo com que se arrepiassem ainda mais, mas dessa vez não era de frio. Eu estava envolvendo seu abdômen quente e suas mãos oscilavam dos meus braços para o meu rosto. Um silêncio pairou sobre nós por um momento e ficamos nisso. Mas eu não queria estar em nenhum outro lugar.

-Meu pai volta pra casa esta noite, acho que dará tempo dele assinar a permissão para amanhã. Espero que seja no mínimo divertido!

-Rock... - Ele me chamou, sua voz estava levemente rouca.

-Pode falar Christian.

Ele hesitou. Tenho certeza de que ia falar algo importante pelo seu tom de voz, mas falou algo bem nada a ver. Senti uma pontada de decepção.

-Acho melhor irmos pra casa, eu te levo até a sua.

-É melhor mesmo. – eu disse saindo de seus braços e pegando o meu skate.

(...)
    
       Hoje eu acordei às 06:00 da manhã. Meu pai assinou a autorização como planejado. Christian me trouxe até em casa e esse maldito garoto retardado não sai da minha cabeça desde ontem!

Tomei meu banho e coloquei uma calça comprida preta, blusa branca, botas e casaco quadriculado vermelho. 
Peguei meu celular, meus fones de ouvido e meu skate. Estou pronta.

     Eu estava quase chegando no colégio e já pude avistar os ônibus já estavam por lá. Percebi que os alunos já estavam entrando neles. Entregavam a autorização e entravam no ônibus. Peguei meu skate, dei a autorização e entrei. Sentei lá no fundão perto da janela e alguém sentou ao meu lado. Era um dos amigos do Chris. Laz... Não! Carl... Não também, cacete qual o nome dele?! Taz...  CHAZ! O nome é Chaz!

-Oi gatinha! – ele disse baixo.

-Essa foi uma tentativa falha de começar uma cantada, acertei? – ele riu.

-O Chris falou que você morde! Ele estava certo! E aliás, sotaque legal. – eu ri. Christian estava vindo na minha direção. Não morre mais.

-Dá licença aê, bro! – os dois fizeram um toque de mãos e ele sentou ao meu lado.

-Bom dia, Rock! – falou animado sorrindo pra mim. Hoje estava fazendo tanto frio quanto ontem. Christian estava de touca hoje também, mas era uma azul. Seus olhos brilhavam à luz dos raios de sol que entravam pela janela, nesse momento o ônibus deu partida, o skate estava dançando nos meus pés com o balançar do ônibus.

-Bom dia Chris, como você está? – eu disse respondendo e tirando os óculos.

-Eu estou bem e você?

O caminho todo fomos conversando e rindo, as líderes de torcida me olhavam com tanta raiva que aquilo chegava a assustar. Além de cochicharem entre si o tempo inteiro! Minha nossa!
     
O ônibus parou e eu peguei o meu skate, fizemos uma fila para sair. O Christian estava atrás de mim e enfileiradamente saímos de um por um. O outro ônibus que trazia o resto da escola estava estacionando logo atrás de nós. Tudo muito bem organizado.

A diretora fez a chamada e tudo o que eu disse foi “presente!” quando foi na vez do Christian ele disse: “É o quê!?” Eu caí na gargalhada como o resto dos alunos pois ele estava realmente distraído.

Ele ficou o tempo todo do meu lado, passamos da recepção e fomos calmamente indo para o salão do museu que estávamos. Quando chegamos lá, eu tive a bela surpresa: O museu era de nada menos do que Bonecos de Cera! Quando eu me deparei com um monte de bonecos maiores do que eu e super realistas olhando pra mim, meu coração disparou! Minha respiração começou a ficar entrecortada e ofegante! Eu entrei em pânico! Minhas pernas ficaram bambas. Meus olhos se encheram d'agua, eu mal conseguia falar:

-Ch-ris! – Gaguejei. Ele olhou pra mim, eu respirei fundo. Estava parada tentando manter a calma, por fora eu estava sem feição nenhuma, por dentro eu estava em aterrorizada! Eu reajo muito mal à bonecas. Muito mal mesmo!

-Pode parecer muito ridículo, mas eu não consigo me mover e vou começar a gritar, quiçá desmaiar. Me ajuda, por favor. - Eu estava estática. Implorando ajuda para ele. O retardado não entendeu nada.

Eu não acredito que isso esteja acontecendo!

-O que foi Rock? O que aconteceu?! - Ele me olhou com cara de interrogação.

-BO-BONECOS! - Fitei seus olhos desesperada.

Eu não conseguia descrever o terror que estava sentindo! Era algo que me rasgava por dentro, foi horrível! Eu só queria chorar! Minhas mãos começaram a suar frio, meu coração batia aceleradamente e minha voz não queria sair! Eu entrei pânico depois de anos!

Logo agora?!

Eu nunca quis tanto desmaiar pra acabar meu pavor!

-Christian, eu não consigo me mover! Eu estou tento uma crise de pânico e se você puder me tirar daqui antes que eu faça um escândalo, eu agradeceria. Por favor, Chris! Me tira daqui! ME AJUDA!

Eu falava tudo pausadamente olhando dentro dos olhos dele. Minha voz falhava as vezes, era assustador.

Parece que o caminho até o ônibus demorou uma eternidade.

-Rock, o que aconteceu?! Ninguém entendeu nada! – Ele disse se sentando ao meu lado.

Eu desatei a chorar nervosamente. Parecia uma criança que se perdeu da mãe.

-Meu Deus! O que ta acontecendo?! - Ele perguntou assustado. -Hey! Olha pra mim. Não chora! Calma.

Ele secou as minhas lágrimas. Só aí eu me acalmei e parei de chorar.

Demorou um pouco até eu conseguir falar sem soluçar.

-Bonecos, eu morro de medo de bonecos, desde pequena! Aos 9 anos doei todas as minhas bonecas pois eu cismava que elas estavam me olhando. Até ursinhos de pelúcia eu dei, não sei porque isso! Essa foi uma das piores experiências de todas! Odeio sentir medo! Se quiser pode rir.

Mas ele não riu.

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Hey! Gostaram desse capítulo? Sei que ficou pequeno, vou tentar fazer maior na próxima! Espero ter transmitido todo o pavor que a Raquel passou ao ver todos aqueles bonecos haha! Será que entre Christian e Rock vai continuar esse chove e não molha?

Fique com Deus Avalanna nós te amamos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

IMPORTANTE

Meninas, dá pra seguir o blog, então POR FAVOR sigam! Comentem se gostarem ou não, desculpe a demora pra postar, é que eu ando super ocupada e tals e eu demoro pra fazer uma IB legal pra vocês. Queria mandar um beijo especial pra Lauany  Batista por estar aqui me apoiando e pra Leticia Belmiro que SEMPRE comenta! Obrigada a todas as outras meninas por TUDO! Leitoras fantasmas eu sei que vocês estão aí então comentem agora os ANÔNIMOS PODEM COMENTAR *--*! Reclamações ou dicas me comuniquem pelo twitter, sigo TODAS de volta! Obrigada pelos comentários positivos estão me deixando super feliz, leio TODOS com muito carinho! O próximo capítulo de Dream está chegando ! Estou disposta a ler as críticas construtivas! Se puderem divulgar o Blog eu agradeço muito! Gente vocês tem que comentar pra eu poder saber se está legal ou não pra eu tentar escrever cada vez melhor. Eu vou tentar não demorar tanto nas próximas vezes que postar! E eu indico muuuito esse: www.jasonmccannseducao.blogspot.com  é um dos meus favoritos! *--* É bom mesmo!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

EXPLICAÇÕES

Amores da minha vida, eu não posso postar sempre, mas PLEEEEASE não parem de LER A FIC!  Eu estou em época de provas então tenho que tirar um tempinho para estudar, tenho 5 páginas no facebook, 5 twitters e esse blog, tenho escola, tenho que estudar e tals... Eu demoro dias pra fazer um capítulo legal! E estou MUITO FELIZ por terem comentado! 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 3

/Chris on


       Na hora da saída, eu estava dando ótimos amassos na Tiffany na lateral da escola. Ah, todas caem no meu papo! E logo ela... tão boa e tão burrinha! Minhas favoritas!

Quando finalmente paramos, depois de cerca de meia-hora, eu saí primeiro do que ela pra não dar bandeira, não quero queimar meu filme com as outras gostosas dessa escola. E lá estava Raquel sentada num banco. Decidi ir até lá falar com ela, perturbar as ideias dessa garota um pouquinho. Quando um cara - não o mesmo que a trouxe - loiro e alto, apareceu. Logo em seguida, surgiu uma garota de cabelos loiros também... Não, espera... acho que é vermelho...?! Não! É... loiro com mechas vermelhas! Por fim, apareceu o cara que a trouxe para a escola.

Os olhos dela brilharam quando os viu e seu sorriso era verdadeiro para eles. Eu senti até uma pontada de inveja. Ela os recebia muito bem, comigo a gente só faltava cair no tapa!

Tive que despertar dos meus pensamentos porque a Ashley apareceu querendo ficar comigo outra vez... Lá vamos nós de novo! Essa garota parece ser movida a sexo! Mas eu gosto disso... Afinal, eu também sou!

Ela me levou até o vestiário feminino que estava vazio, trancou a porta e começou a tirar a roupa apressadamente... Eu adoro uma rapidinha na hora da saída! Eu arrebento com ela, sem pena! Bato forte, mordo, xingo, aperto, meto com força sem dó. Nosso sexo é pura selvageria. Às vezes ela até saía machucada das nossas seções hard core, mas eu sinceramente não dou a mínima. Ela vem até mim porque quer, ela sai machucada porque quer.


(...)



/Raquel on

    

     Nós ficamos naquela pista de skate a tarde inteira, é muito bom ficar com as pessoas que a gente gosta fazendo coisas que a gente gosta! Faz qualquer dia cansativo se tornar o melhor.

William era o brincalhão.
Daiana era a que sempre tinha assunto.
Marcos era o implicante, mas muito companheiro.

Eles são como se fossem meus irmãos.

-E ai minha crianças, como foi o dia de vocês?

Estávamos sentados no topo da rampa-alta vendo o pôr do sol, aquilo já havia virado tradição. Daiana estava ao meu lado direito, o Will estava do meu lado esquerdo e logo ao lado dele estava o Marcos:

- Crianças? - forçou uma gargalhada alta. - Você é a única cabaço aqui Rock, você é a criança!

-Não tenho culpa se vocês tem fogo no rabo. - Eles riram alto. - E não precisa ficar explanando!

-Quer que eu fale mais alto? - ameaçou rindo - Mas respondendo a sua pergunta, hoje eu conheci uma garota muito bonita e simpática, o nome dela é Caitlin. Ela disse que o irmão dela estuda no seu colégio, Rock.

-No meu colégio? - eu disse apontando pra mim mesma - Eu não conheço ninguém mesmo, então deve ser.

-Ta apaixonadinho já?! - Daiana disse brincando, dando um soco de leve no braço dele.

-Talvez. - Todos fizeram "UUUUUUUI!" 


-Ah, podem parando e respondam a pergunta da Rock, deixem a Caitlin comigo! - nós rimos.

-Bom, o meu dia foi legal
 - disse Daiana - gente nova entrou no colégio. Chegou uma garota chamada Jasmine e ela sabe falar palavrões em português!- todos rimos - Ela é bem divertida! 

-E o seu dia Will, como foi?

-Normal. - Deu de ombros.

-Como assim "normal" ? - eu disse imitando a voz dele. Todos riram - Deve ter acontecido alguma coisa fora do normal!

 -É sério galera, não aconteceu nada demais hoje, só que estamos aqui conversando e andando de skate. Mas continuando o assunto, a única que não disse como foi o dia, foi você, senhorita Raquel! Manda o papo.

-Ah, Raquel não! Raquel é muito formal! Tá falando igual aqueles carinhas engravatados com quem o meu pai trabalha! - choraminguei - Bom, o meu dia foi chato! Tem um garoto me perturbando, um tal de Christian, insuportável! Ele me convidou pra sair e eu aceitei , eu sei qual é a dele, tô a fim de brincar também! O encontro é hoje à noite, vamos ao cinema.

-Nossa, Rock, você fala muito. - Disse Marcos, fazendo com que todos rissem.

-Você é muito chato! – falei dando tapas, enquanto ele gargalhava.

-Que horas são galera? – Disse Daiana. Will puxou o celular.

 -São... 17:00.

 -Ah, só? Querem jogar vídeo-game ou ficar aqui na pista mais um pouco? Eu voto por vídeo-game!

 -Já é. – Todos disseram.


Fomos todos para a minha casa e eu liguei o console. Avisei Rebecca que já havia chegado e fui me sentar no sofá com o pessoal. Ficamos jogando por muito tempo, horas a fio. Sempre quando eu ganhava, fazia uma dancinha em círculos muito tosca. Falamos merda, jogamos, comemos, fizemos coisas de adolescentes imprudentes e desocupados.

-Que horas são, Daiana? - Falei sem tirar os olhos da televisão e com os dedos enlouquecendo no
Joystick. Eu estava numa luta contra o Marcos, ele estava ganhando por pouco! Eu dava chutes e socos, 
facada, golpes, raios, tudo! Mas nada adiantava! Ele continuava ganhando!

-São, hum... 19:20...  


- O quê?! - gritei largando o Joystick no chão e me levantando bruscamente, todo mundo se assustou com a minha atitude. Não é muito comum eu largar um jogo assim. Não mesmo!

"Marcos wins, fatality!" o jogo zombou de mim. Maldito Mortal Kombat!

Enquanto eu subia correndo as escadas, gritei pra eles que ainda me olhavam assustados:


 -Acabou a bagunça criançada, a mamãe tem que se arrumar pro encontro dela, amo vocês e não esqueçam de tirar o vídeo-game. Podem metendo o pé right now. - Mandei um beijo pra todos, cheguei ofegante em meu quarto. Tomei um banho rápido e fui correndo pro meu armário.

Coloquei um shorts jeans, uma blusa preta e cardigan branco. Fiz uma maquiagem leve e prendi o cabelo. Coloquei botas pretas de cano longo. Estou pronta.


Quando eu pude me sentar um minuto na cama, meu celular começou a vibrar no meu criado-mudo. Era uma mensagem do Christian dizendo que já estava na porta me esperando. Eram 20:00. Wow! Que pontual, bem suspeito...

Então eu desci. Pra minha infeliz surpresa, a galera ainda estava lá. Eu não mereço isso!

-Eu não falei pra vocês vazarem daqui?! – Disse abaixando um pouco a persiana pra vê-lo lá fora. Ele estava distraído mex
endo no celular. Estava com um aspecto diferente do da escola, acho que todo mundo fica diferente fora da escola. Ele estava mais... sei lá... bonitinho... Trajava uma blusa branca, calças jeans e uma touca azul.

-Se arrumou toda pra ver o tal do Christiano? – Will falou zombando de mim.

-Obrigada... eu acho. O nome dele é Christian. – Falei largando a persiana e parando de olhar lá pra fora.

-Vamos galera! – disse Daiana , já estavam se levantando.

Pera! Como assim?!


-Oque?! O garoto está me esperando lá fora! Vocês não vão comigo! Nem pensar!

-Vamos sim! – Disse Marcos.

-É! A gente tem que saber qual é a desse cara! – disse Will.

-Não! Eu odeio vocês! Não!

Ele estava lá me esperando. Ao me ver, olhou-me de cima a baixo. Seus olhos pararam por um tempo nas minhas pernas, ele tentou, mas não conseguiu disfarçar. Confesso que fiquei com certa vergonha. O shorts que eu estava usando era meio curto e senti uma pontada de arrependimento, pois ele poderia cogitar que talvez eu tivesse feito aquilo de proposito para provocá-lo. Christian estava com os olhos mais puxados pro verde esta noite, o trio companhia saiu em comboio atrás de mim. 
Will passou na minha frente, chegou perto do Christian e apertou a mão dele, se curvou um pouco e falou baixo, em inglês claro:

-Quebre o coração dela, que eu e o meu amigo ali – disse apontando disfarçadamente para o Marcos - quebramos a sua cara! – ele disse sorrindo sínico. O que me restou foi abrir um sorriso sem-graça para o Christian. Eu queria um tiro na cara de tanta vergonha.

"Vou acabar com a sua raça" sussurrei em português para o William. Ele me deu língua e eu o devolvi a careta.

-Hey, da onde eu te conheço? - Marcos se manifestou.

-Boa pergunta, eu não faço a menor ideia. - Christian respondeu.

-Você se parece com a... - ele hesitou - Fala o seu nome todo. - Disse Marcos ajeitando o boné.

-Christian Jacob Beadles.

-Beadles?! Você é irmão da Caitlin Victoria Beadles?! – Eu arregalei os olhos e franzi as sobrancelhas. Marcos fez o mesmo. Como esse mundo é pequeno! Ou melhor, Canadá.

-Ih a lá. - Diana disse apontando pros dois. Todos ficaram boquiabertos. Marcos vai entrar numa enrascada!

-Sim, e você quem é?

-Eu sou... hm... amigo dela , mas... é melhor a gente ir agora né galera? - Todos riram, menos o Christian, ele não estava entendendo.

-Adoro essas piadinhas internas! - Daiana exclamou. Piadas internas são "piadas" que um grupo de amigos faz sobre um acontecimento dentro da roda onde só eles entendem, se uma pessoa de fora chegar e ouvir a piada, não entenderá, portanto, não achará engraçado.

-E eu adoro quando o Marcos tem razão! Vão embora logo, seus pastéis! – Falei a primeira frase em inglês e a segunda em português, expulsando-os. Todos me deram beijos no rosto e seguiram caminho.

Quando eles já estavam um pouco longe, William se virou e gritou para nós em português:

-AH E JÁ IA ESQUECENDO, NÃO FAÇAM NADA DO QUE EU NÃO FARIA!

E eu gritei de volta, em português também:

-WILLIAM, SE LIGA, NÃO TEM NADA DO QUE VOCÊ NÃO FARIA! – Ouvi a risada da Daiana de longe, o Christian ficou me olhando sem entender absolutamente nada. Eu havia esquecido que metade do diálogo tinha sido em português!

-O que diabos foi isso?! - Ele me olhou com cara de interrogação.

-Amigos brasileiros malucos. Não liga pra eles, comem merda. - ele riu.

-Vocês já se conheciam? Vieram juntos pro Canadá?

-Na verdade não, foi muita sorte eu te-los conhecido, quase inacreditável. - Ele não parava de sorrir.

-Ah, ok, então... vamos?

-Claro!

O cinema ficava perto da minha casa, poucos quarteirões, então fomos a pé. No caminho até o nosso destino, passou um carro lento - por causa do trânsito - com uma galera dentro, o som no ultimo volume em “Call me Maybe”, começamos a cantar e gargalhar enquanto caminhávamos, foi muito divertido! Depois tocou Payphone, eu cantei o começo e nós cantamos juntos o refrão, e ele cantou sozinho a parte do Wiz Khalifa. Cara, não sei como ele não se embolou nas palavras, falava rapidamente. Foi muito divertido, rimos muito um com o outro!

-Olha pega os ingressos que eu pego a pipoca e os refrigerantes tá? - Falei.

-Tá bom, vai lá. – Christian disse. 
Eu peguei as pipocas e os refrigerantes como sugerido, encontrei com ele na entrada da sala de cinema e entramos juntos.

(...)


-Chris, foi muito bom, me diverti bastante! – Falei sorrindo pra ele.

-Eu também me diverti. Muito legal saber que você tem bom gosto musical.- Eu ri. Ele retribuiu meu sorriso - Bom, eu vou mostrar onde eu moro e te levo pra sua casa logo em seguida, ok? Fica no caminho.


Nós caminhamos até a casa dele, realmente não era longe, nada aqui em Stratford é realmente longe, cidade pequena é assim. Ao pararmos em frente a sua casa, percebemos que alguma coisa muito tensa estava acontecendo lá dentro. Acho que eram os pais dele que estavam gritando um com o outro. e dava pra escutar do lado de fora! Parecia uma briga feia! Christian me olhou desesperado! Eu simplesmente não sabia o que dizer, nem o que fazer.

-Olha Rock, é melhor eu entrar, eu sinto muito, amanhã a gente se vê! - Ele disse aflito, me deu um beijo no rosto rápido e foi correndo pra casa, ele já chegou gritando: “Oque está acontecendo aqui?!” e bateu a porta com força atrás dele.

Eu fui embora assustada com aquilo tudo, nunca tive pais casados, nunca presenciei nada parecido. Deve ser terrível pra um filho, ver seus pais gritando um com o outro assim... Às vezes vejo as vantagens de ter pais separados. Não sei se há mais prós ou contras nesse quesito. Sinto falta da minha mãe... Muito.

Cheguei em casa tirei a minha maquiagem, soltei o cabelo, coloquei meu pijama e me deitei. Já estava tarde, mas decidi mandar um SMS para o Christian:

“Chris, espero que não tenha sido nada grave.” depois de uns 2 minutos eu acho, ele respondeu: ”Nos vemos amanhã, gatinha”. Isso me arrancou um sorriso idiota.

Droga!


(...) 



No dia seguinte, eu acordei às 06:15. Tomei banho, fiz minha higiene e coloquei uma roupa comum, hoje estava fazendo calor e aqui eles não se importam se as meninas usarem shorts na escola, as líderes de torcida que o digam! 

Hoje é o segundo dia que o meu pai está fora, ele deve voltar hoje. Eu odeio quando ele tem que passar alguns dias fora. Aquela casa fica tão... vazia. Mas na verdade, até quando ele está lá, a casa fica vazia. Ou ele está trabalhando, ou dormindo, ou descansando no escritório. Ás vezes isso me deixa profundamente irritada.



(...)


Entrei direto do colégio. Fui até o meu armário, peguei os livros da primeira aula, fechei-o e fui pra sala. O professor ainda não estava lá e eu não vi o Christian. Coloquei meus livros na mesa, fui até a sala do loiro de olhos caramelados com quem o Christian sempre andava. Acho que o nome dele é... Justin! Por sorte o professor dele ainda não tinha chegado também!

-Hey! – eu disse indo em direção a mesa dele, alguns garotos faziam "fiu fiu" e eu os encarava com cara de tédio.

-E aí gata! – o Justin disse me olhando de cima a baixo, me devorando com os olhos. - Pernas legais!

-Olha a graça, palhaço! – Todos da sala gritaram zoando o Justin, eu ri de leve mas rapidamente me recompus – Você viu o Christian?

-Ainda não o vi hoje mas ele ta na escola, ele ta com problemas em casa há um tempo já, deve ter acontecido alguma coisa.

-Ta, tchau.

-De nada, ta! - Ele gritou quando eu estava saindo da sala. Eu o apresentei meu dedo do meio e ouvi a gritaria do pessoal zoando-o.

Procurei em todos os lugares. Por último, fui no banheiro masculino, criei coragem e entrei. Pra minha surpresa, Christian estava lá, com os olhos vermelhos. Eu nunca quis tanto ver olhos vermelhos de maconha e não de choro, temo que seja a segunda opção. Eu nem perdi tempo, logo abri todos as cabines pra ver se tinha mais alguém ali, eu queria conversar com ele sozinha. Na última, tinha um garoto fechando o zíper, ele olhou pra mim assustado e eu disse séria:

-Cai fora! - Ele logo saiu correndo do banheiro.

Eu fui até ele e perguntei mexendo em seus cabelos:

- Oque aconteceu Chris? - Eu me desarmei toda daquela máscara de durona.

Ele ergueu o olhar pra mim, seus olhos estavam cheios de lágrimas.

-Eu quero morrer Raquel. Minha vida acabou.

-Mas o que aconteceu pra você estar assim?

-Os meus pais!

-O que tem os seus pais Christian? Tá me deixando preocupada!

-Meus pais vão se divorciar.

Quando ele disse isso, eu apertei os olhos e disse indignada:

-Sua vida acabou por causa disso? - eu disse aumentando o tom de voz

-Sim! Você não entende! - ele disse no mesmo tom que o meu.

Eu abaixei meu tom e o olhei nos olhos:

-Eu não entendo? - eu ri sarcasticamente e aumentei um pouco mais o tom - Os meus pais não se suportam! A minha mãe não ta nem aí pra mim e ela mora em outro país, o meu pai é mais preocupado com o trabalho do que comigo e eu não tenho irmãos! - ele escutou tudo calado olhando pra mim, eu fiquei na frente dele, o observando. - Cara, tantas pessoas com câncer, passando fome, sem pais, sem amor, por aí, lutando por uma vida e você quer morrer porque seus pais estão em conflito?! Nunca mais diga isso. Vai ficar tudo bem, Christian! Confia em mim, não fica assim.

Ele ficou me encarando, mas não demorou muito e me abraçou forte.

-Você tem razão! Me desculpe Rock.

-Vai ficar tudo bem Chris. Eu tenho certeza.

Eu disse afundando a minha cabeça em seu ombro. Quando eu fui olhar para o seu rosto novamente, ele me encostou na parede e colou nossos corpos, colocou uma mão na minha cintura e outra no meu rosto, eu pensei em recuar, mas eu também queria isso, ele olhou nos meus olhos e foi chegando mais perto seu rosto do meu. Nossas respirações estavam cruzadas, ele chegou mais perto e me deu um selinho, não demorou muito para eu sentir sua língua pedir passagem e eu cedi. Foi aí que as coisas começaram a esquentar.

O beijo dele era... Inexplicável. As duas mãos dele estavam na minha cintura agora, e a apertavam com força. Eu entrelacei meus dedos em seus cabelos e a minha outra mão passou devagar do seu rosto para seu pescoço. Eu mordi de leve seu lábio inferior o que o fez sorrir, depois voltamos a nos beijar. O beijo ficava cada vez mais caloroso, era uma sensação maravilhosa o toque dos lábios macios dele nos meus. Christian estava começando a descer a mão para o meu bumbum, mas eu a puxei de volta para a minha cintura, ele riu ainda com os lábios nos meus. Christian tem uma pegada incrível, ele me pegou no colo e me colocou sentada na pia, eu entrelacei minhas pernas na cintura dele e eu o puxava ainda mais pra mim, mas eu percebi que estava ficando tarde
 e ainda tínhamos aula. Ele não deixava eu sair, então tive que apelar para as cosquinhas. Eu saí de cima da pia e entre risos ele disse:

-Ah, estava tão bom - falou se aproximando de mim e colocando o meu cabelo atrás da orelha carinhosamente - obrigada.

-Obrigada pelo oque? - eu disse pegando no pulso dele enquanto ele ainda estava com as mãos em meus cabelos.

-Por me fazer sentir melhor - ele chegou bem perto do meu ouvido - e me dar o melhor beijo de todos.



(...)

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Comentem se gostaram ou não! :D Beijo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 2


      No intervalo, eu comprei meu lanche e sentei sozinha numa das mesas da cantina. Ah! Como a Dai faz falta nesses momentos! Ela é o tipo de garota que sempre tem assunto e nunca deixa a conversa acabar. Daiana fala muito, mas o que tem de falante, tem de skatista. Ela anda muito bem e faz manobras bem legais. Tenho que admitir! 

     Lá estava eu sentada, escutando Avril Lavigne no último volume. Christian começava a intrigar os meus pensamentos.  Ele era até bonitinho, uma pena que tenha tido um comportamento tão imaturo. Ele nem me conhece! Olhei ao redor e o vi em uma mesa com as líderes de torcida, uma loira
 platinada estava sentada em seu colo. O garoto loiro de olhos caramelados estava trocando carícias com uma morena dos cabelos longos. Os outros dois amigos estavam atacando hambúrgueres enormes. Esses eram dos meus! Comida em primeiro lugar!

Aproveitei que o inspetor
 não estava por ali, peguei o meu celular e liguei pro Will pedindo pra ele vir me buscar quando saísse de seu colégio. Ele sai no mesmo horário que eu. Depois mandei um SMS pra Daiana e pro Marcos pra que eles viessem também, com certeza eles estavam em horário de aula. Sempre andávamos de skate, ainda mais à tarde, da rampa mais alta da pista dava pra ver o pôr do sol de camarote, lindo demais!

Voltei a colocar os fones nos meus ouvidos. Estava tocando Skrillex, e eu estava sendo envolvida pela batida da música e os efeitos sonoros quando
 algum imbecil decidiu tirar os meus fones sem a minha permissão.

Por favor, que não seja...


-Oi Princesa!

Era a voz dele. Revirei os olhos automaticamente. Ele sentou numa cadeira bem de frente pra mim. Esse garoto brota nos lugares do nada!

-Está a fim de outro tapa?! Quem deixou você sentar nessa mesa?! – Falei quase rosnando. Ele sorriu. Esse garoto ta de sacanagem comigo!

 -Calma gatinha...

-NÃO... – eu estava prestes a gritar com ele, mas respirei fundo e terminei entredentes - ...me chama de gatinha! Que merda!

-É que eu te vi aqui tão sozinha vim te fazer companhia! – ele disse sínico. Bufei.

-E as suas amiguinhas? – eu disse fazendo sinal de aspas – Não vão sentir sua falta, Don Juan? – falei sorrindo sínica, não vou gastar o meu tempo cuidando da vida de um imbecil qualquer. Aliás, não é da minha conta, nem sei porque perguntei.

-Don Juan? Eu não sou tão conquistador quanto ele... E elas estão bem sem mim! Ryan
, Chaz e o Justin – ele disse apontando pra cada um – cuidam bem delas.

-Foda-se. - Sussurrei em português. Ele puxou o ar pra perguntar o que eu tinha dito, mas acabou desistindo. O assunto acabou e eu fiquei encarando-o tentando reprimi-lo, mas o que ele fez foi me olhar como se eu fosse um bicho esquisito.

-O que foi?


-Estou esperando você SAIR da minha mesa para eu poder comer em paz, tem como?

-Não vou sair. - Ele disse cruzando os braços e se recostando na cadeira. Eu bufei e disse em português:

 -Que saco! Você é insuportável, cara, se liga, sai daqui logo, cacete!

Ele ficou me olhando tipo “WTF?” e eu nunca quis rir tanto.

-Você sabe que eu não sei falar português né?

-Essa é a graça. - Falei em inglês.

Ele revirou os olhos.

Alguns minutos se passaram e ele realmente não saía da maldita mesa. Sim, ele é retardado.


–Ok, olha, faz oque você quiser, eu vou pra outra mesa. Me da licença.

Falei me levantando bruscamente. Quando eu passei por ele, o mesmo segurou o meu braço e esse ato quase fez as minhas batas fritas caírem.  Eu olhei pra ele tipo “Me larga seu louco!” mas eu não podia me soltar à força se não as batatas voariam.

E cara... São batatas.

-Poxa Raquel, qual é? Eu quero ser legal! – Ele me olhava intensamente, quase suplicante. Eu não conseguia parar de olhar seus olhos, eram hipnotizantes. Eu não havia reparado na gama de cores que havia ali antes. Era muito... interessante.

Mas... Pera! Eu não me lembro de ter dito o meu nome pra ele!

-Como sabe o meu nome?! Eu não te falei! – Ele me soltou.

-As pessoas comentam... Mas por favor, fica aqui comigo. Vamos conversar! – Respirei fundo, olhei pro lado e vi que as vadias estavam me olhando com certa raiva. Uma coisa que eu adoro é provocar e isso, apenas isso, me fez ficar.

-O que você quer Christian? - Falei voltando ao meu lugar.

-Eu quero sair com você. – ele disse olhando sério pra mim, eu tive que segurar o riso mas não resisti e caí na gargalhada. Ele só podia estar me zoando.

-O que foi agora Raquel? – ele falou com uma expressão meio emburrada. Eu só sabia rir.

-Ta tirando uma com a minha cara né?

 -Nunca falei tão sério!

Eu ia recusar, mas pensei: Ah, eu quero brincar também!

-Ok!

Ele ficou surpreso com a minha atitude.

-Fácil assim? – ele disse franzindo as sobrancelhas.

-Tá bom então, eu não vo... – ele me interrompeu antes que eu mudasse de ideia.

-Calma! É que eu achei que seria mais difícil, bom, quer ir ao cinema?

 -Tanto faz. - Falei indiferente.

-Eu já reparei nesse seu estilo alternativo... Eu gosto de animação. O que acha de Paranorman?

 -Eu queria mesmo ver esse filme, deve ser ótimo! - Ele me arrancou um sorriso.

 -Nossa! – Fingiu estar surpreso.

 -O que foi, garoto? – desfiz o sorriso.

 -Primeira vez que eu vejo você sorrir e não é de deboche! Estamos progredindo!

Eu segurei um riso com esse comentário.

 -Quando vamos?

 -Pode ser hoje à noite? – Ele disse mexendo no cabelo e dando um sorrisinho de lado. Ele tem cada mania esquisita.

-Ok, me pega as oito. – falei escrevendo num papel – Esse é o meu telefone e o meu endereço, estou confiando em você, espero que você não seja um psicopata que vá me matar de madrugada!

Ele riu do meu comentário e eu dei o papel pra ele, só aí eu pude sair da mesa em paz.


/Christian on
     
    

      Eu estava no refeitório com a Ashley sentada no meu colo. Eu e ela temos um certo "lance", já transamos várias vezes, ela quer levar isso adiante mas eu não. Namorar? Deus me livre!
Justin estava ficando com a Normani, amiga da Ashley. Chaz e o Ryan só sabiam comer. Foi aí que eu vi a Raquel sozinha, lanchando. Ela estava viajando no mundinho dela, ouvindo música. Batia o pé no chão de acordo com a pulsação da música que estava ouvindo e mexia a cabeça de um jeito engraçado, quase gracioso. Percebi que estava distraído olhando-a tempo demais quando a Ashley começou a beijar meu pescoço e tudo o que eu senti foi... nada. Ela olhou pra onde eu estava olhando e fechou a cara.

Quer saber? Eu vou lá falar com ela um pouco! Sei lá, gosto do jeito que ela se faz de difícil e eu tenho que conquistá-la o mais rápido possível por causa da aposta. Só unir o útil ao agradável. Gosto disso! Tirei a Ashley do meu colo e a ignorei quando ela fez o chilique dela, pelo amor de Deus! Não sou obrigado!
 Sou?

Eu cheguei por trás tirando os fones do ouvido da Raquel:

-Oi Princesa!

Quando ela viu que era eu, ficou evidente sua irritação. O que eu fiz dessa vez?!

 -Está a fim de outro tapa? Quem deixou você sentar nessa mesa?! - Ela parecia um cão raivoso. Eu achei aquilo um tanto engraçado.

 -Calma gatinha... - Eu sabia que isso iria tira-la do sério.

-NÃO... – Eu adorava quando ela era obrigada a segurar a raiva – ...me chama de gatinha! Que merda!

Nossa, ela morde.

-É que eu te vi aqui tão sozinha, vim te fazer companhia! – Bufou e sorriu ironicamente. Pra ela era tão normal ser irônica que a mesma deu esse sorriso automaticamente, nem deve ter percebido. O jeito único que ela tem de ser sarcástica me fazia ficar impressionantemente irritado. E dava pra sentir que ela percebia isso e gostava do efeito que me causava.


(...)



-Quando vamos?

-Pode ser hoje à noite? – Eu disse mexendo no cabelo, as meninas adoram quando eu faço isso, mas ela não me apresentou reação nenhuma, essa garota tem algum problema.

-Ok, me pega as oito. – ela pegou um papel, uma caneta e começou a escrever.

-Esse é o meu telefone e o meu endereço, estou confiando em você, espero que você não seja um psicopata que vá me matar de madrugada! – Ela tem um senso de humor irônico e eu não consigo não rir, mesmo me tirando do sério as vezes.

Mas isso é o interessante nessa garota.

E aliás, se eu fosse atacá-la à noite... Não seria exatamente pra matar.

/Raquel on


    
      Voltamos à aula e ele continuava a não parar de me olhar, eu juro que eu tentava ignorá-lo, mas era quase impossível! Isso estava começando a me deixar sem-graça , como ele conseguia fazer isso?! Parecia que ele não tinha outro lugar pra olhar, pelo amor de Deus! Olha pro teto, pro sapato, pro professor, pro livro... Mas não pra mim!

Na hora da saída, eu fui no meu armário guardar meu material, estava tão distraída que nem percebi que ele estava bem ao meu lado fazendo o mesmo:

-Nos vemos esta noite né? – Ele disse pegando seu casaco e fechando o armário, eu o ignorei. Não tenho paciência pras investidas dele. -Raquel, fala comigo! O que eu fiz dessa vez?!

 -Olha – eu disse me virando pra ele – me chama de Rock, tá bom Christian? Eu deixo. Assim é mais rápido!

-Só se você me chamar de Chris
, assim é mais rápido! - ela riu com certa incredulidade por eu ter roubado sua frase na cara de pau - Garota, como você pode ser brasileira se seu sotaque é tão britânico? Tem algo errado aí. – ele disse como quem não quer nada.

-Aprendi a falar inglês fluentemente lá. Morei quase 3 anos na Inglaterra.

Me virei de volta para o meu armário e ajeitei minha pequena bagunça.

-Muito obrigada pelo elogio.

-Elogio? Que elogio? - Ele indagou.

-Eu AMO a Inglaterra, e amo quando reparam no meu sotaque carregado. Então, obrigada. Levo isso como elogio.

(...)


Lá fora eu fiquei esperando as minhas crianças. Não vi Christian em lugar nenhum, ótimo! Olhei novamente para a rua e não demorou muito para o Will dar sinal de vida. Logo atrás dele vinha a Dai e o Marcos, todos de skate, claro! Eu peguei o meu, amarrei o casaco na cintura e fui com eles rumo à pista.

(...)


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Obrigada por terem comentado o primeiro capítulo da Fanfic, comentem para eu colocar o próximo capítulo de Dream :)

sábado, 8 de setembro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 1

     
      Hoje eu acordei às 06:00 horas da manhã.

      Ontem à tarde eu fui andar de skate com o Marcos e com o William. C
hamei a Daiana, mas ela teve que ficar em casa com os irmãos mais novos. Fiquei a tarde inteira naquela pista de skate com os meninos. São como irmãos pra mim, meus melhores amigos! Em tão pouco tempo nos tornamos tão próximos! Chega a ser bizarra a relação de anos que construímos em tão poucos meses. Maior parte das minhas férias fora com os três, todos os dias fizemos algo juntos. Agora que as indesejáveis aulas começaram, isso se tornará um pouco mais raro, shit.

Me mudei não faz muito tempo, fui nascida e criada maior parte da minha infância no Brasil, depois de muitas mudanças, por fim, tive que me mudar para o Canadá. Estou aqui desde o começo das férias, há três meses, pouco tempo. Um dos países que eu morei antes foi a Inglaterra, passei dois anos e meio lá e assim aprendi a falar inglês. Eu me mudo muito por causa do emprego do meu pai, ele se chama Lúcio Belchior. Trabalha 30 horas por dia. Mas não o culpo, ele faz isso pelo bem da nossa família, claro que tem horas que fico com raiva por ele trabalhar demais e eu só ter ele em casa. Mas o que eu posso fazer?

Minha mãe, Anelise Delacour, mora em outro país com o seu marido francês - e podre de rico -François, eu nunca o vi na minha vida. Sou filha única, meu pai trabalha pra caramba e não é sempre que conversamos, ele tem um escritório em casa e um no trabalho propriamente dito, parece clichê mas é verdade. Quem me faz companhia são os meus poucos amigos daqui, quando parece que a casa vai criar grilos de tanto silêncio e falta de diálogo, corro pra eles. Somos todos brasileiros, só que eles moram aqui há mais tempo.

Um problema maldito que eu - infelizmente - tenho é ter fobias totalmente ridículas e extremamente infantis. Morro de medo de palhaço e de bonecas, como eu disse, ridículo e infantil. Ninguém sabe disso. Bem, ninguém além do Will. Acho que nem meu pai sabe dessa frescura. Mas foram poucas as crises que eu tive por causa desses medos tão banais, não são coisas que eu vejo sempre então está tudo sobre controle. O problema acontece se tiver uma boneca ou um palhaço à um raio de 20 km de mim. Aí o bicho pega firme.

Meu nome é Raquel Delacour Belchior, mas todos me chamam de Rock.

Sou aquele tipo de garota com mania de independência. Tenho 15 anos de idade e muita história pra contar sobre experiências mal sucedidas com relacionamentos. Cheguei à conclusão de que homens são muito complicados. Uma hora dizem que te amam e quando você olha pro lado, eles estão transando com outra. Vai entender!

H
oje começam-se as aulas aqui no Canadá. 


Tomei banho, coloquei calças brancas compridas, uma camiseta preta qualquer e um par de tênis. Deixei o cabelo solto para secar, peguei meu skate e fui até a cozinha comer alguma coisa antes da matança de hoje, vulgo, primeiro dia de aula. Rebecca, minha empregada, disse que o meu pai já tinha ido pro trabalho, e pra melhorar, o velho iria ficar dois dias fora, viagem relâmpago pra Ottawa, capital. Jantarei sozinha hoje... Vou comer pizza!
    
Subi no meu skate e comecei a remar sem pressa em direção à escola, são poucas quadras até lá. Ao virar a primeira rua, avistei o Marcos em seu skate e o mesmo também me viu. Ele com certeza estava indo para o seu colégio, mas em vez disso, veio atrás de mim fazendo-me companhia. Não falamos nada durante todo o percusso, em vez disso, fazíamos caretas e riamos um do outro como dois retardados em cima de pranchas com rodas.

-Bom dia pra você também, Rock! - Ele disse sorrindo travesso e num ar de "Mal educada" quando paramos na calçada da rua do meu colégio, eu conseguia ver as pessoas indo para a entrada que estava a algumas remadas de distância. O portão ainda não havia sido aberto.

-Bom dia, seu chato! Por que estava me seguindo? O que eu fiz? - falei pisando forte da ponta do meu skate, fazendo-o parar graciosamente na minha mão.

-Na velocidade em que você estava, eu já via a hora de você dar com a cara do chão. - Forcei uma risada alta e sarcástica.

-HA-HA-HA! Como você consegue ser tão engraçadinho?! - falei irônica - Lembra quem te ensinou aqueles truques super legais no skate? Ah ta.


-Vai jogar na cara agora?! - Ele cruzou os braços. 

-Então nem tente querer dar uma de mestre tá, gafanhoto! - Ele gargalhou.

-Gafanhoto? - Franziu as sobrancelhas sem tirar o sorriso do rosto.

-Sim, é assim que eu chamo os meus aprendizes! - Falei com convicção. Ele bufou.

-Não força! - Falou revirando os olhos.

-Olha é melhor você ir ou vai chegar atrasado, mocinho. - Peguei o pulso dele, olhando seu relógio.

-Tá bom, mamãe. - Falou ajeitando o boné pra trás - Tchau pra você!

Assim como William, Marcos era bem mais alto do que eu, portanto teve que se curvar para me dar um beijo de despedida no rosto. Quando colocou o skate no chão e começou a remar, gritei:

-Tchau Gafanhoto! - Ele levantou a mão mostrando o dedo do meio. Eu ri.

-Também te amo! Coisa linda da mamãe! - Gargalhei comigo mesma.

Quando virei pra trás, todos na entrada estavam me encarando por causa dos meus berros. Às vezes eu esquecia que estava no Canadá e não é muito comum as pessoas aqui saberem português. Dei de ombros, peguei meu skate e fui me sentar num dos bancos que ficavam na frente da escola. Peguei meu celular e fiquei ouvindo no último volume Evanescense. Ah, como eu adoro essa banda! Olhei em volta para reparar melhor o espaço onde me encontrava, vi um grupo de quatro meninos sentados perto do portão de entrada. O do meio parecia ser mais novo e me olhava com cara de retardado. E
le percebeu que eu estava olhando e sorriu achando ser sexy, só achando mesmo.

Desviei o olhar fingindo que nem era comigo.


/Christian on     

      Eu estava na porta do colégio com o Justin, Chaz e Ryan vendo as lideres de torcida indo e vindo com os seus shortinhos e decotes, já tinha ficado com quase todas. Só dar corda e depois fingir que não se importa que elas correm feito cachorrinho... mulheres... todas iguais. Maioria dos alunos ali eu já conhecia, haviam poucos rostos novos, mas haviam. As pessoas estavam chegando, a entrada já estava lotada, essa era a maior e melhor escola da cidade, não era pra menos.

Esse é o meu primeiro ano aqui, mas já conheço todos... A cidade é pequena. Além do mais, eu quase não saia daqui por causa dos moleques. Justin está no terceiro ano, Chaz e Ryan estão no segundo e eu estou no primeiro. Já transei com várias garotas daqui e transaria de novo sem problema nenhum. Todos aqui me conhecem e eu conheço todos, eu era popular sem nem mesmo estudar aqui... Agora então... Gosto disso!

Gosto muito disso!

Eu e os garotos estávamos analisando as novatas. Meu lema é: se faz xixi sentado e não é sapo, eu traço. Mas nenhuma tinha me despertado grande interesse. Isso mudou quando eu bati os olhos numa garota de cabelos longos chegando com um skate. A novata apareceu junto com um cara alto, os dois de skate. Espero que não seja namorado, preciso comer essa garota antes. Eles começaram a conversar e a rir, sorriso maneiro o dela.

Opa! Que isso, Christian?! Ta maluco? Que pensamento de bixa foi esse? Foco!

Ela não estava de shortinho e nem estava tentando aparecer com risadas estéricas e gritinhos propositais, mesmo assim entre todas as outras, ela que me chamou atenção. Depois de um tempo, o garoto foi embora em seu skate e ela gritou em um idioma diferente pra ele, depois riu sozinha igual uma esquizofrênica. Ela deve ser maluca.

-Tinha que ser brasileira! - Justin disse pro Chaz. Eles estavam conversando sobre a novata maluca do skate, eu nem havia percebido.

-Quê?! Aquilo era português?! Isso explica muita coisa. - Chaz respondeu.

-Até que ela é gostosa. - Justin comentou.

-É mesmo, também achei. - Concordei.

Pensei em um jeito de conseguir grana fácil e ainda manter minha reputação. Às vezes fico impressionado com o tamanho da minha sagacidade:

-Aposto que pego ela fácil! - Falei com convicção.

Justin riu alto.

-Duvido! Brasileiras tem atitude, pirralho. Ela vai é mandar você ir ciscar em outro lugar.

-Se tem tanta certeza, quanto quer apostar que pego? - Falei estendendo a mão pra ele. Justin acabou cedendo.

-Oitenta pratas! Você tem um mês! Ta fodido na mão dela. - Justin apertou a minha mão selando a aposta.

Voltei a olhar pro alvo e percebi que ela estava me olhando de volta, sorri e a mesma virou a cara me ignorando. Colocou o cabelo atrás da orelha. Até que a vagabundinha era sexy.


/Raquel on


       Percebi uma movimentação dos outros alunos e tirei meus fones. Ouvi o sinal batendo à todo vapor. Peguei meu skate e entrei na escola junto com todos. Era ainda maior por dentro, cheio de corredores e portas. Já que não conhecia nada, apenas segui a multidão em procissão por entre os corredores. Puxei da mochila o papel que dizia onde era o meu armário e as minhas aulas da semana. Estou tão animada que já quero ir embora.

Eu e
stava totalmente perdida no meio daquela gente toda em seus armários pegando seus livros e entrando nas salas. Como não conhecia ninguém, me recusei a perguntar e fiquei belos minutos tentando ler aquela bosta em francês. Maldito Canadá! Maldito país com dois idiomas! Já não basta inglês? Eu sei arranhar no francês mas tinha coisas ali que eu não entendia! Ai como eu amo primeiros dias de aula!

Eu estava tentando colocar meu lado francês pra fora, quando pra minha surpresa, escutei uma voz masculina atrás de mim. Pelo menos estava falando inglês!

-Hey, tá perdida?

Eu virei pra trás com indiferença, simplesmente fiquei olhando pra cara dele. Era o garoto com cara de retardado que tava me encarando na entrada. Oh Deus, era só o que me faltava.

Por que será que eu não estou surpresa?

-Mas antes de qualquer coisa meu nome é Christian! - ele disse sorridente e irritantemente amigável. Como eu não falava nada, ele mudou as feições. - Você fala a minha língua? - Falou devagar, quase soletrando. Eu nunca quis tanto socar alguém. Vem cá, eu tenho cara de demente?

Eu o olhei com repulsa.

-Ta falando comigo?

-Ufa! Ainda bem que fala! Sim, vim te ajudar.

Tudo o que eu pensei foi "Aff, sai daqui garoto."

-Obrigada, eu me viro sozinha. - e voltei a olhar pro papel, ignorando que ele ainda estava ali na minha frente, talvez assim ele fosse embora.

-Olha me dá aqui, eu te ajudo. - ele disse estendendo a mão pra pegar o papel, eu respirei fundo e como não tinha outra opção, entreguei pra ele. Ele leu com atenção e abriu um sorriso:

-O seu armário é bem do lado do meu! Eu te levo lá, e a sua primeira aula é de inglês, a minha também. Aliás, você é da minha turma!


"PUTA QUE PARIU, QUE MARAVILHA! O QUE EU FIZ PRA MERECER ESSE PRESENTE DO UNIVERSO!?" pensei com raiva. Por que raios ele tinha que ser do primeiro ano também?!

Christian foi andando e eu tive que segui-lo, não era muito longe de onde estávamos. Peguei minha chave, abri e coloquei minha jaqueta e o meu skate lá dentro. Peguei os livros da primeira aula:

-É só isso?... hum... não prestei muita atenção quando você falou seu nome. - Na verdade eu tinha escutado sim mas eu queria deixa-lo sem paciência, e não consegui.

-Christian Beadles, mas pode me chamar de Chris. - Ele disse com uma voz mansa, e se aproximando de mim até demais. Eu fui chegando pra trás e acabei encostando no armário, fechando-o. Senti a respiração dele se cruzar com a minha.

PERA AI!


Opa opa! O que ta acontecendo aqui? Ele deve ser retardado mesmo!

Eu coloquei a mão no rosto dele, o puxando pra perto. Quando estávamos quase tocando os lábios, eu dei-lhe um tapa fazendo seu rosto virar.

Ele recuou com a mão no rosto.

-Espertinho você né, rapaz?

-Você é maluca?!

-Sempre fui. - e disse em português - Imbecil!

-Do que me chamou? - ele disse, a bochecha começando a ficar da cor de um pimentão.

-Nada não, gatinho.

Deixei-o falando sozinho. Consegui achar a sala, bati e a professora disse para eu entrar, me desculpei pela demora e logo atrás de mim chegou Chistian se desculpando também. Como o rosto dele voltou a cor normal tão rápido?! Quem ele pensa que é? O Wolverine?

Retardado!


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Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo! Beijos!


IMAGINE BEADLES BABE / FANFIC CHRISTIAN BEADLES CHEGANDO!

Meninas, eu mudei o nome do blog porque eu vou fazer imagine Christian Beadles para as "Beadles Babes" como eu, vou começar a Fanfic hoje mesmo. Beijos :* Divulguem!