quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Don't Break My Heart - Capítulo 35


/Roberto on


       Nossa conversa já estava natural e parecia que já nos conhecíamos há anos. Com a Raquel o assunto flui fácil e gosto muito disso, facilita tudo.

-Você vai permanecer no Canadá? - Raquel me perguntou. - Quero dizer... você tem onde ficar né?

-Sim e sim. - Ela riu.

-E aonde você vai ficar? É longe daqui?

-Hm... Na verdade... Eu vou ficar aqui mesmo... - Ela abriu um sorriso largo.



-Sério?! - perguntou entusiasmada.

-Sim!

-Vai morar comigo?! - Ela pulou do sofá.

-Sim... Temporariamente...

-Quanto tempo?

-Até as férias de julho... Eu acho.

-Estamos em maio... Temos tempo!

-Tempo pra quê? - Perguntei curioso

-Pra eu te mostrar o lado bom do Canadá, ora!

-Lado bom do Canadá?

-Diversão, Roberto!

-Aaah ta... Maravilha! - Ela gargalhou.



(...)



/Raquel on

       Fomos para o meu quarto e conversamos até tarde da noite, Anelise voltaria para a França no dia seguinte e eu fiz questão de que ela dormisse no meu quarto. Bom... eu dormi no sofá. Se bem que o sofá era até confortável. Não foi um sacrifício muito grande.

Pra variar, quando eu acordei ela já tinha ido embora sem nem se despedir de mim. Ainda estava escuro, deviam ser mais ou menos umas 05:30 da manhã.

Olhei para os lados e avistei em cima da mesinha de cabeceira um bilhete com o meu nome. Estranhei, óbvio. Deveria ser alguma desculpinha da Anelise. A enteada deve ter ficado doente ou algo do tipo e ela teve que ir embora cedo.

"Filha, eu sinto muito mesmo não ter me despedido de você, sei que foi errado da minha parte. Mas, assim como você, eu odeio despedidas. Eu vou ficar na França por um tempo pois minha vida é aqui. Em um mês eu  volto pra buscar-lhes.                           

Com todo o amor e carinho,

Mamãe
Nem terminei de ler, envolvi a carta no meu punho e a amassei por completo. Nesse momento, Roberto desceu as escadas vestindo uma samba-canção azul e correndo a mão pelo próprio peito, eu me enrolei nas cobertas e fingi que estava dormindo. Ele caminhou até a cozinha, abriu a geladeira e ficou parado. Ele não fez nada. Absolutamente nada. Parecia um zumbi. Depois fechou a porta e subiu as escadas devagar. Eu fiquei pensando naquela cena bastante tempo... Até que o papel caiu da minha mão e quando eu o peguei, vi que tinha algo no verso:


"PS: Às vezes o Roberto tem crises de sonambulismo! Não o acorde. Beijos "


(...)



O caminho todo de volta ao meu quarto, eu fiquei me perguntando se eu teria tendência a ter sonambulismo, ou se eu tenho e não sei... Ele é meu irmão gêmeo e numa dessas aulas de biologia, eu aprendi que tenho 40% de chance de possuir qualquer doença crônica ou hereditária que o gêmeo adquirir.




Tum... tum... tum...


Batidas fortes e repetitivas. Nem terminei de subir as escadas até o meu quarto e as ouvi. Estavam vindo do corredor lá em cima

Subi mais alguns degraus e pude ver o que estava acontecendo.

Roberto estava batendo a cabeça na parede sem sair do lugar e com os olhos fechados. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, meu pai saiu de seu quarto e caminhou em direção a ele. Ficou por trás de Roberto e quando ele tomou impulso para trás para logo em seguida bater a cabeça outra vez, meu pai colocou a mão na frente da testa dele amortecendo o impacto.

Aos poucos Roberto ia parando os movimentos e quando terminou definitivamente, meu pai o fez caminhar - ainda dormindo - até seu quarto e o colocou na cama. Fechou a porta e voltou para o seu quarto.

O que mais me deixava surpresa era que meu pai sabia exatamente como agir.


(...)


Os dias foram passando e as aulas também. O ano letivo na França é diferente do Canadá, além disso, Roberto já estava com todas as suas notas em dia. Ótimas notas. Já eu, passei rasante pela recuperação, por pouco fico. Se bem que o ano ainda está na metade.

Já estávamos em junho. Era uma madrugada de sábado e Christian tinha ido visitar os avós em Atlanta junto com a família neste fim de semana.

Eu estava deitada na minha cama sintonizando os canais. Meu pai já estava dormindo e Roberto estava no quarto dele. Ele nunca mais teve crise de sonambulismo desde aquela noite.

     
Eu estava escovando o meu cabelo quando alguém bateu na porta.

-Pode entrar.

Sai do banheiro e dei de cara com Roberto todo arrumado.

-Oi... - Ele sorriu tímido, colocando a mão nos bolsos. Ainda não tínhamos nos acostumado com a presença do outro completamente.

-O que aconteceu? Ta tudo bem? - Deixei a escova na pia e voltei.

-Só não... Não consigo dormir. Estou tendo pesadelos.

-Tem alguma coisa que eu possa fazer?

-Quer passear comigo? - Eu fiquei calada por um momento, sem saber o que responder - Eu sei que está tarde, mas é que quando eu tinha insônia, digo, na França, eu costumava passear até confortar a mente. E quando eu fazia isso, era com algum amigo. Sendo que você é o que eu tenho mais próximo aqui, então...

-Eu não sei... São 01:30 da manhã... Papai vai sentir nossa falta e vai acabar mal. - Ele sorriu de lado.

-Ah Raquel...

-Eu não acho que seja uma boa ideia...

-Vamos... !



Suspirei.

-Você ganhou!

Ele sorriu.


Eu apenas troquei meu shorts e saímos pela porta dos fundos.

      A rua estava vazia, só o que se escutava era o cricrilar dos grilos e o som de folhas secas do outono caindo. Estava realmente agradável aquele momento. Tirando o fato de que o frio começava a me tomar a cada passo que dávamos para longe da casa.

-Pra onde vamos? - Perguntei cruzando os braços, tentando me proteger do frio.

-Tem alguma praça por aqui? 

-Aham. É perto daqui, só leva uns minutos até chegarmos lá.

Fomos conversando até chegarmos à Praça Central de Stratford. O lugar estava até irreconhecível de tão vazio. Caminhamos um pouco e por fim nos deitamos no gramado, olhando para o céu estrelado, um do lado do outro.

Ficamos em silêncio no começo, mas não demorou muito pra conversa fluir como sempre acontece entre nós dois. Falamos sobre o tempo, sobre a família e até sobre nossas cores e bandas favoritas. Cada vez nos conhecíamos mais e víamos que tínhamos muita coisa em comum.

-Você... sabia que é sonâmbulo? - Falei na cara dura. Ele sorriu de lado.

-Sim... Eu já tive alguma crise aqui? - Falou preocupado.

-Na verdade sim...

-Ah ta! Por isso acordei com dor de cabeça! Isso explica tudo! - Eu ri. - Nenhum médico sabe ao certo por que eu tenho essas reações, deduzem que é por causa de emoções fortes. Fazia tempo que eu não tinha crise... Uns dois anos. Quando eu tinha 14 anos, minhas crises não passavam de ir até o quarto da minha mãe e dormir no chão na frente da cama dela. Ela sempre deixava um colchonete ali. - Eu ri. - Só umas vezes que eu errava o caminho e ia parar no quarto das minhas meia-irmãs, minha reação era puxar o cabelo de alguma delas.

Eu gargalhava com a forma que ele me contava.

Caminhamos mais um pouco pela praça e sentamos nos balanços.

-E sua namorada? Digo, você tem namorada?

-Eu não namoro... Não gosto de namorar, da muito trabalho! - Eu ri.

-Saquei... Se liga mais não se envolve né?



-Alguma coisa parecida com isso... - Ele respondeu e eu ri.

-E você? Tem namorado?

Assenti com a cabeça.

-Ele está nos EUA, vai voltar semana que vem.

-Ele sabe de mim?

-Sabe! - Roberto riu baixinho.


Passamos horas e horas ali, quando fomos perceber, o sol já estava nascendo e o papai logo iria acordar. Corremos pra casa. Entramos de fininho e vimos papai na cozinha fazendo café da manhã, corremos para os nossos quartos tentando não ser vistos.



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Genteeeee, voltei pra vcs!  Não falta mto pra fic acabar ... Mas eu tenho várias outras em mente e tals... Vcs n vão se livrar de mim tão cedo.

3 comentários:

  1. aaaaah mds, continua! Sério... que daora kra, tá mt, mt legal. u_u
    Continua, bj

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  2. Ta muito bom to amando, vc e muito boa nisso em!!!! rsrsrs Continua vai flor!!!!!!!! ^^

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  3. ta pfto *---* mais ta demorando muito pra postar... eai vc vai perder leitores... maus mesmo assim... vou continuar aki^^ a fic ja ta até nos favoritos hueahuea... amando muito*--*

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