domingo, 4 de novembro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 9

/Christian on


      Antes de fecharem as portas da ambulância, consegui ver com dificuldade, um grupo de adolescentes fantasiados de Boneco assassino por de trás das palmeiras. Eles estavam discutindo com a Ashley.

Bastardos!


(...)


      Os carros estavam dando passagem para a ambulância quando olhei para a Rock outra vez. Uma mancha vermelha começava a aumentar no lençol branco da maca. Sua cabeça estava sangrando, meus olhos marejaram de desespero, ódio da Ashley e medo. Medo de perder a Raquel.

-ENFERMEIRA! O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM ELA?! 

As lágrimas correram dos meus olhos, eu nunca tinha passado por isso. A sirene alta da ambulância estava me perturbando. Ver a Rock, aquela garota tão atrevida, valente e independente, naquela maca toda indefesa está me detonando por dentro. A enfermeira estava tentando fazer com o que o sangramento parasse.


(...)


Algumas horas depois...



      Fiquei horas na recepção do hospital esperando notícias da Rock. William está chegando. O pai dela está sentado numa poltrona longe de mim. Não me perguntou nada, apenas ficou sentado na poltrona, sem dar um pio.

Antes dele chegar aqui, Justin trouxe o meu dinheiro, uma camiseta azul e uma bermuda preta que estou usando nesse momento. Cheguei no hospital só de bermuda, quase que não me deixaram entrar.

O pai dela está usando roupa social e gravata, parece que saiu do trabalho às pressas. Ele está pensativo, com a mão segurando o rosto. Estou encostado na parede que fica no final do corredor de entrada que vai direto para a recepção, não consigo relaxar nem descansar. Eu não queria que a primeira vez que o pai dela me visse eu estivesse de camiseta, bermudas e chinelos. Não queria que ele me visse igual um maloqueiro, mas não tive escolha e muito menos tempo.

      Todas as minhas lembranças guardadas dela vieram à tona na minha cabeça, desde a primeira vez que a vi na entrada do colégio, até o momento que a encontrei desmaiada no pé da escada...
Dá vontade de enforcar a Ashley de tanto ódio que eu estou dessa vagabunda! Rock está aqui mal por causa dela! Por que tanto ódio da Raquel?! Essa garota é doente!

         O sol já estava se pondo quando a doutora Osbourne - Que cuida do caso da Raquel - veio até nós. Ela é uma mulher que aparentava ter uns 30 anos. Possui cabelos pretos e lisos presos num rabo de cavalo, combinando com os olhos bem escuros e pele bronzeada. Ela veio até nós quase ao mesmo tempo que William entrou na recepção. Fui até eles ao mesmo tempo que o pai da Rock para receber informações:

-A paciente Raquel Belchior quebrou a perna esquerda em três partes, torceu a direita e teve um leve traumatismo craniano, perdeu bastante sangue mas vai ficar bem. Acabou de sair da operação na perna, mas ainda não acordou por causa da anestesia e vai ficar alguns dias no hospital para observação, ela já pode receber visitas!

-Que ir primeiro Lúcio? - Will disse ao meu lado fitando preocupado o pai da Rock que agora eu sei que se chama Lúcio.

-Ah, claro. - Sorriu sem ânimo, se dirigiu até a médica e apertaram as mãos.

-Vamos então, senhor Belchior! - A doutora sorriu e inclinou a cabeça gentilmente pedindo licença para nós, se virou e foi com o pai da Rock até o quarto. Me sentei em um dos sofás brancos da recepção, agora sim tinha certeza de que tudo estava bem.

William se sentou no outro sofá que era de frente para o meu, divididos pela mesinha de centro:

-O que você tem haver com o que aconteceu com a Raquel? - Falou sério me encarando - Já não basta ter brincando e mentido pra ela?

-Olha, você não tem nada a ver com isso e eu não te devo explicações. Mas acredite se quiser, no começo não era de verdade, mas de uns tempos pra cá ela se tornou importante. É... é complicado. E eu não tenho nada haver com o que aconteceu, minha teoria é que ela caiu da escada pois se assustou com alguém, e eu tenho quase certeza de que foram as pessoas que estavam fantasiadas de Boneco e ...- ele não me deixou terminar:

-O QUE?! Ela morre de medo de bonecos! - Afirmei com a cabeça mesmo não sendo uma pergunta - QUEM FOI O FILHA DA PUTA? - ele não estava gritando, estava “sussurrando alto” pras enfermeiras que iam e viam não reclamarem de nós.

-Foi uma garota que sabe que a Rock tem medo de bonecos. Teve uma festa na casa dela, e ela chamou pessoas para assustarem a Raquel e eu a encontrei desmaiada no pé da escada. Foi um cena horrível.

Antes do Will falar algo, a doutora Osbourne sentou-se ao meu lado , sorriu e disse:

 -Eu poderia falar com você um estante? - Se referindo a mim.

 -Mas é claro! - Respondi. Ela mudou as feições e ficou seriamente acolhedora.

-Você salvou a vida dela. Mais um pouco e o traumatismo craniano teria se agravado e as chances dela sobreviver sem nenhuma sequela seriam mínimas! - sorriu levemente - Meninos, eu preciso ver os outros pacientes ok? Tchau, tchau! - Se levantou e foi embora.

 
(...)

     
      Depois da conversa com o William, decidi ir tirar satisfações diretas com a Ashley! Nem fui ver a Rock, vai que ela acorda e me vê ali? Pode
se estressar e isso é a última coisa que eu quero. Só me besta saber que ela está bem.

Peguei um táxi e parei na frente da casa dela. O porteiro já me conhecia, então abriu os enormes portões pra mim sem demora. Entrei faiscando de ódio. Os pais dela trabalham na política e estavam em uma reunião com o prefeito, por isso ela fez a festa em casa. Seus pais jamais permitiriam uma festa assim...


(...)


-Você não sente nem remorso? - Falei seco. Ela pulou do sofá que estava de costas pra mim. Ashley estava vendo televisão e nem me percebeu entrar. Ela sorriu pra mim, senti nojo.

-De que amorzinho? - Falou sínica, se aproximando de mim. Me afastei.

-De ter feito o que você fez com a Raquel! Sabia que ela poderia estar morta?! - Ela estava de frente pra mim com uma cara nada boa.

-Ué, quem manda se meter com o que é meu?! Na verdade eu nem queria machucar, era só pra dar um sustinho mesmo. Mas se alguma coisa mais grave, ou até pior, tivesse acontecido, eu não acharia ruim não... - Gargalhou. Meu sangue ferveu. Eu estava doido pra estalar a mão no rosto dela - Alías... Vaso ruim não quebra, não é mesmo?

-Você é doente. Você precisa de tratamento! Eu NUNCA fui seu! Nunca vou ser! EU GOSTO DA RAQUEL! - Ela apertou os olhos e a encarei com mais ódio. - Você não é nada pra mim. N-a-d-a.

-Mas ela infelizmente está bem, não está? Está viva então pronto! Pare de me dar sermão! E você vai voltar correndo pra mim. Eu sei disso. - Falou num tom vencedor. - Ela não vai te satisfazer como eu faço, eu sei seus pontos fracos, ela não. Você é meu.

Ela colocou a mão no meu peito, retirei-a com força. Ela riu. Ela é doente.

-Olha, eu vou sair daqui antes que eu perca a paciência. - Caminhei até a porta e antes de sair, deixei a seguinte frase - Se encostar um dedo na Raquel, eu juro que você vai se arrepender profundamente do dia em que me viu nos corredores daquele colégio. Sua vagabunda.

Bati a porta atrás de mim.


(...)

Duas semanas depois...


/Raquel on


      Tive alta do hospital há alguns dias atrás e estou usando aquela bota ortopédica ridícula pra poder andar pois o meu pé ainda está se recuperando. Quebrei em três lugares: O pé, a perna, e o dedinho mindinho. A perna e o dedo já estão bons, agora o pé que ainda está de sacanagem comigo. Não vejo a hora de tirar esse troço pesado, e o pior é que coça e eu não posso coçar, eu pego uma régua e fico cutucando. A médica não gosta que eu faça isso, mas coça demais eu não resisto!


     
       Hoje eu acordei às 06:00 da manhã morrendo de sono. Daiana e o Marcos já voltaram. Até esqueci pra onde eles tinham viajado, tenho passado bastante tempo com eles. Agora a Daiana não está mais com mechas vermelhas, está com mechas roxas super legais.

Ontem eu passei a noite toda vendo “A Órfã” com ela. É um filme de Suspense incrível!
E agora estou bêbada de sono! Tirei a bota infeliz e fui mancando até o banheiro. Tomei um banho quente e rápido, me sequei, vesti uma calça preta e uma blusa azul marinho. Coloquei o meu bom e velho all star preto no pé direito - que já está melhor da torção - já que o quebrado é o esquerdo e infelizmente tive que colocar de novo a maldita bota no pé! Penteei os cabelos como sempre faço.

Lembrei que não posso ir pra escola de skate com essa porcaria! Mas que saco! Peguei minha mochila e desci para a cozinha. Peguei uma tangerina pra dar uma variada e um suco de caixinha.

 Estou conseguindo esquecer o Beadles. Esse é o primeiro dia que eu estou voltando pra escola desde aquele acidente na casa da Ashley. Recobrei a memória faz uma semana e lembrei da brincadeira de mal gosto que fizeram contra mim, - 
Só não lembro como fui parar no hospital - com certeza foi a anfitriã da festa! Só ela tem tanta raiva de mim a ponto disso, e foi extremamente suspeito ela querer tanto que eu fosse nessa festa! 

     
      São 06:40, estou sentada na varanda esperando o Marcos chegar pra me ajudar à ir pra escola. Não posso ir pra escola sozinha, meu pai sai cedo de casa e não pode me levar, Marcos aceitou a missão de cara. Depois de 5 minutos ele chegou sorrindo e de mãos dadas com uma garota de cabelos lisos e olhos verdes. Ele estava com uma blusa preta e bermudas jeans, ela estava de blusa branca e shorts de Cós alto vermelho. Fui ao encontro deles:

-Bom dia perneta! - Marcos disse em português, sorrindo sínico. Percebi a dúvida no rosto da menina. Por isso respondi em inglês.

-Aí viu? Nem um “bom dia Rock!” e já começaram as piadinhas! - falei num tom de 'ninguém merece!'

-Rock, essa é a Caitlin, minha namorada! - a tal Caitlin estava o segurando pelo braço direito agora. O Marcos falou sem som e em português, pra garota não saber: - Ela é a irmã do Christian! - Gelei.

-Olá! Que bom que finalmente estamos nos conhecendo! Meu irmão sempre fala de você! 

Ela estava sorrindo. Percebi que eles não são muito parecidos, mas acho que já sei de quem ele puxou a parte esverdeada dos olhos. Fiquei meio sem reação, não soube o que responder e simplesmente sorri sem graça. O Mark me ajudou a ficar em pé com as muletas e fomos pra escola.


(...)

-WHAT THE FU...?! – Gritei segurando um palavrão, consequentemente trazendo a atenção de todos pra mim.

Não acredito nisso!

-É sério isso professor?! – Falei num tom mais baixo.

-Sim Raquel. Você vai ser parceira de trabalho com o Christian.  - Disse firme.

Eu fitei Christian em desaprovação, ele me fitou de volta desfazendo seu sorriso irritante ao perceber que eu não gostei da idéia.

Finalmente o sinal avisando o fim da aula de biologia soou. Hora do intervalo, ainda bem! Pelo visto vou ter que falar com o Beadles. Não quero estourar nesse projeto por causa dele.
Merda

Guardei as coisas no armário e vi que ele estava ao meu lado fazendo o mesmo:

-Rock. - Senti nervosismo e exitação em sua voz ao escuta-lo me chamar.

-Eu mesma! - Olhei pra ele fingindo estar desapontada - Ah é você.

-Como você está? - Falou se referindo aos meus ferimentos.

-Hum... - olhei pra ele rapidamente e falei seca - Está melhor, o problema é o pé agora... - Ele passou a mão no cabelo e disse:

-Quer fazer o trabalho na minha ou na sua casa?

-Vou pensar - Disse sem expressão e saí batendo a porta do armário, se ele pensa que eu esqueci da aposta ele está muito enganado.


(...)


/Christian on



      Está cada vez mais difícil admirar de longe aqueles lábios sem poder tocá-los. Estou sofrendo em silêncio. Preferi não contá-la que a tirei de lá. Acho que ela nem acreditaria mesmo...


Sou mesmo um idiota, um babaca, um imbecil! Por que fui me apaixonar?! A pergunta de um milhão de dólares: POR QUE LOGO ELA!?

A Rock toma conta dos meus pensamentos o tempo todo. A gente precisa conversar! Ela precisa entender que eu não queria magoá-la!

Ela que me faz não querer outra garota e ela que me faz pensar como um boiola!

Ela não esqueceu a maldita aposta! Ainda me trata daquele jeito seco, nunca fiz uma burrada tão grande quanto essa aposta!

Me peguei observando-a andar com as muletas pelo corredor. Chegava a ser bonitinho o jeito atrapalhado dela, ela xingava as muletas frequentemente. Era hilário!


(...)

/Raquel on


      O sinal anunciava o fim das aulas por hoje. Lanchei com a Abigail, ela estava tão calada!

Arrumei minhas coisas e fui em direção ao armário. Joguei os livros ali e fechei o armário. Sentei no chão e recostei, a bota estava um forno! O corredor já estava quase totalmente vazio. Tirei a bota por um instante e pude suspirar aliviada (tipo quando a gente tira o sutiã e dá aquele ar de “liberdade!“). Mas depois de uns dois minutos coloquei-a de volta, me levantei com dificuldade e fui embora.

Lá estava ele, perto do portão da escola conversando com a Caitlin. Marcos estava esperando na calçada. Atravessei o portão e cortei a conversa deles.

-Estarei na sua casa às sete. - Disse seca. Saí em direção ao Marcos que me esperava com as sobrancelhas franzidas. Nem me preocupei em saber se o Beadles tinha alguma outra coisa pra aquela hora, não me interessa.


/Christian on

      Eu e Caitlin estávamos conversando quando alguém veio sem aviso,
 cortando a conversa:

-Estarei na sua casa às sete! - Só deu tempo de eu olhar pra trás e vê-la andando com aquelas muletas sexys.

-É Christian, ela te ama! - Caitlin disse com um sorriso atrevido.

-Eu sei disso! - falei num sorriso brincalhão.


(...)


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Hey Shawtys! Desculpem a demora, eu estava viajando mas aí está! COMENTEEEEM ! Eu demorei dias fazendo esse capítulo então comentem lovers, não custa nada!

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