quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 4


/Christian on
    
      Falei sério quando disse que foi o melhor beijo de todos! Eu já beijei várias garotas - várias mesmo - e nunca senti nada parecido, não sei dizer, foi diferente desta vez! É sério! Ela não é como as outras garotas que eu pego por aí... ela tem personalidade desde o dedinho do pé até a ponta dos fios de cabelo. Nosso beijo se encaixou tão perfeitamente que chega a ser bizarro! Poucas garotas conseguiram acompanhar meu ritmo, ela fez isso com perfeição. Preciso daquela boca outra vez... Aonde essa garota esteve esse tempo todo?

Ela é do tipo que só se encontra uma vez na vida, e eu tenho certeza que as líderes de torcida que eu como por aí nem se importariam em saber se eu estava bem, muito menos teriam a ousadia de entrar no banheiro masculino. Talvez com nojo do banheiro ou medo do inspetor pega-la no flagra. Com certeza depois da aposta, vou ficar com ela.

Sou um cara de sorte!

/Raquel on


    
-Chris, acho melhor irmos pra sala agora, o professor já deve ter chegado!

 -Espera, é melhor ver se o inspetor está no corredor.

Christian foi até a porta e viu se a área estava limpa. Fez um sinal para que eu fosse até ele, achei que era para sair, mas então ele me surpreendeu me puxando pela nuca sem aviso prévio! Nem deu tempo de reagir! Me deu um selinho demorado. Quando terminou, olhou bem nos meus olhos e sorriu:

-Agora sim podemos ir. -  beijou meu nariz enquanto eu ria.

Nós andamos pelos corredores o mais rápido possível para não sermos vistos. Chegamos na sala de aula com a cara mais lavada do mundo! Para a nossa sorte, quem estava fazendo a chamada era uma aluna de mechas verdes que sempre senta lá na frente, devia estar adiantando para o professor que atrasou. Ela fez um sinal para entrarmos, achei que fosse nos deixar fora da sala por causa do atraso. Eu entrei primeiro e depois de cerca de um minuto ele entrou. No momento em que chegamos nas carteiras, a diretora cruzou o portal e entrou na sala. Meu coração disparou!

E se ela tivesse nos visto?!

-Muito obrigada por fazer a chamada, senhorita Abigail, pode sentar-se agora. – a garota assentiu. Colocou a prancheta na mesa do professor e se sentou em sua carteira. Que, como eu disse, era quase beijando a lousa.

 -Bom dia, alunos e alunas! Eu gostaria de informar... – Quando ela começou com essa frase abençoadíssima, eu já percebi que não era nada do que eu estava pensando. Deus me ama muito mesmo! Sinceramente eu não estava nem aí pra saber do que se tratava realmente. Coloquei fones no ouvido e só tirei-os quando o professor entrou e eu percebi que a diretora já estava saindo. Devia ser uma nova atividade extra curricular. Deus me livre!

 -... Então por favor, eu preciso da autorização de seus pais. O professor já está em sala, boa aula. – E então foi embora... Ela era tão formal que lembrava até meu pai. Assustador! O professor deu um papel azul claro para cada aluno, coloquei o meu direto na mochila. Ao tirar os fones, pude ouvir uma garota do meu lado dizer para a outra “você vai nessa excursão? Deve ser legal!” e isso me deixou um pouco animada. Bom, acho que vai ser maneiro sair um pouco da rotina, vou fazer meu pai assinar isso. Qualquer coisa pra não assistir aula está valendo!
   
O professor de Sociologia deu sua aula tranquilamente. Às vezes o meu olhar se esbarrava com o do Christian... Eu lutava comigo mesma para não olhar, juro! Ele não pode nem cogitar que eu esteja dando alguma atenção pras investidas dele, se não ele não vai parar! Eu sou carne nova na escola, ele quer transar pra me jogar no lixo e depois contar pros amigos. Não vou me prestar a esse papel.

Mas cara... Olha aqueles olhos! Era impossível não olhar de vez em quando!

Depois da aula de matemática o intervalo finalmente chegou! Eu ia perguntar para o Christian do que a diretora estava falando, talvez ele tivesse prestado alguma atenção. Além do mais, não conheço mais ninguém aqui além dele, não tenho pra onde correr.

Estava entrando no refeitório quando me deparei com uma cena grotesca: Christian estava pegando na mão de uma garota e a outra  mão estava em sua nuca. Ela o olhava fixamente e passava as mãos em seus cabelos. A garota desviou o olhar bruscamente quando percebeu minha presença, me olhando tipo: “Ele é meu!”. Eu sorri e soprei um beijo para ela, acho que a mesma soltou fumaça pelos ouvidos com a minha reação. Christian olhou na direção que ela estava encarando e seu olhar se encontrou com os meus depois de ele me olhar de cima a baixo. Fitei os dois torcendo o nariz como se eles fossem uma coisa bem nojenta, o que não está longe de ser verdade! Joguei o cabelo e fui na direção deles sorrindo forçadamente. Acho que meu inglês nunca esteve tão carregado, pois quando comecei a falar, a garota me olhou como se eu estivesse falando alemão.

-Hey Christian! Espero que já esteja melhor, porque tipo do jeito que você chorava igual um bebê no banheiro... Aposto que a sua namorada imaginária te deu um fora...! Fiquei até com pena de você, tadinho!  – Christian ficou me olhando com uma cara de “Por favor, me diz que você não fez o que acabou de fazer!”

A garota o largou e o olhou como se houvesse uma lesma em sua face.

-Nossa, Christian, eu não sabia que você era assim! – ela o largou e saiu horrorizada dali. A voz dela era mais irritante do que a da Rebecca Black, juro!

Ele ficou sem reação. Eu sentei no lugar onde aquela vadia estava, bem de frente pra ele. O olhei séria mas não resisti muito tempo. Acho que só uns segundos encarando ele, e caí numa gargalhada profunda e alta. Chris continuou me encarando sério, com a raiva escorrendo pelo canto da boca.

-Qual é o seu problema?

Eu gargalhei por mais ou menos uns minutos depois que ele dirigiu sua palavra a mim, me acalmei, dei mais uns risinhos pra finalizar e disse finalmente:

-Bom... Respondendo a sua pergunta: Eu tenho muitos problemas, mas provavelmente nenhum se encaixa à esse momento.

-Você não deveria ter feito aquilo! Tá maluca?! Eu tenho uma reputação nesse lugar! Entendo que esteja com ciúmes, mas... – Antes dele terminar, cortei logo quando eu ouvi a palavra “ciúmes”.

COMO É QUE É?!

-EPA, EPA, EPA! Eu entendi bem? Você disse que eu estou com ciúmes de um babaca qualquer como você? - levantei a voz - Acorda moleque! Aquilo foi apenas um beijo como qualquer outro, nada de especial! Você não é NINGUÉM! Se eu estivesse com ciúmes esse lugar vinha abaixo!

-Calma! Você é muito explosiva, parece que eu te xinguei do pior nome possível! – ele disse levantando as mãos como um ladrão sendo rendido.

-E me xingou mesmo dizendo que eu estou com ciúmes de você, porque eu estaria com ciúmes? Ficou louco?!

-Simplesmente porque esse beijo foi o melhor da minha vida. – ele disse com um olhar meio suplicante e quase sussurrando – e eu quero senti-lo outra vez.

Nem pude reagir, nosso lábios se chocaram num beijo. Eu tentei lutar no início, mas acabei cedendo... Merda! Merda! Christian colocou uma mão no meu pescoço e com a outra mão fazia impulso na mesa para chegar mais perto. O beijo dele era maravilhoso... Temos uma sintonia incrível, não sei explicar! Merda! Seus lábios eram viciantes, nossas línguas quentes se tocavam constantemente e isso nos deixava em êxtase, eu realmente nunca senti nada parecido num beijo. Merda! Ele puxou o meu cabelo e eu coloquei as duas mãos no rosto dele.

Mas de repente algum infeliz interrompeu o beijo. Merda! Estava tão bom... Merda!
-Hey, eu acho melhor vocês pararem, daqui a pouco o inspetor passa por aqui e vocês estarão muito encrencados! – era o Justin.

-Ah cala a boca! – Falamos juntos e voltamos ao beijo.

-Vocês se merecem! Uma hora estão como cão e gato e outra estão no maior love! Eu não entendo! - Disse Justin antes de ir embora.

Chris e eu rimos entre o beijo. Não demorou muito e o sinal tocou para voltarmos para a sala, paramos o beijo ofegantes com uns selinhos:

-É melhor voltarmos agora! – eu falei olhando para ele, ele soltou um suspiro e concordou com a cabeça.

Estou com raiva de mim mesma...

Mas foi tão bom!

Merda!

(...)


-Christian, do que a diretora estava falando quando veio aqui na sala? Você se lembra?

Estava na hora da saída e estávamos sentados em um dos bancos que haviam na frente da escola.

-Ela estava falando de uma excursão num Museu. Vai ser amanhã. Nem prestei muita atenção, na verdade, estava olhando pra outra coisa... - Ignorei essa investida. Já basta o beijo de demos na frente do refeitório inteiro!

-Você vai? – falei indiferente. Todos os alunos já estavam em direção às suas casas. A rua estava ficando meio deserta.

-Sim, minha mãe adora essas excursões, vai me fazer ir de qualquer jeito e você? Vai nessa passeio?

-Sim, é melhor do que ficar em casa fazendo um monte de nada, ou pior, assistir três tempos de Física! – ele riu.  Eu estava olhando o balanço das árvores do outro lado da rua. Depois de um tempinho, voltei minha atenção a ele.

-E como você está, Chris?

-Do que está falando?

-Seus pais... – eu disse brincando com o skate que estava debaixo dos meus pés.

-Ah, estou! Você me ajudou muito! Obrigada. – Ele sorriu. Eu sorri.

Nuvens densas estavam se formando, o vento estava ficando realmente frio e eu estava sem nenhum maldito casaco! Meus pelos se eriçavam constantemente. Mas a conversa estava boa, além disso eu estava com preguiça de ir pra casa mesmo.

-Vem cá, Rock. – ele disse abrindo os braços. Eu sem hesitar me envolvi neles deitando minha cabeça em seu ombro enquanto ele me abraçava, esquentando-me. Christian estava com uma blusa de manga longa por baixo de outra sem mangas. Me senti tão bem ali... Suas mãos acariciavam meus braços arrepiados, fazendo com que se arrepiassem ainda mais, mas dessa vez não era de frio. Eu estava envolvendo seu abdômen quente e suas mãos oscilavam dos meus braços para o meu rosto. Um silêncio pairou sobre nós por um momento e ficamos nisso. Mas eu não queria estar em nenhum outro lugar.

-Meu pai volta pra casa esta noite, acho que dará tempo dele assinar a permissão para amanhã. Espero que seja no mínimo divertido!

-Rock... - Ele me chamou, sua voz estava levemente rouca.

-Pode falar Christian.

Ele hesitou. Tenho certeza de que ia falar algo importante pelo seu tom de voz, mas falou algo bem nada a ver. Senti uma pontada de decepção.

-Acho melhor irmos pra casa, eu te levo até a sua.

-É melhor mesmo. – eu disse saindo de seus braços e pegando o meu skate.

(...)
    
       Hoje eu acordei às 06:00 da manhã. Meu pai assinou a autorização como planejado. Christian me trouxe até em casa e esse maldito garoto retardado não sai da minha cabeça desde ontem!

Tomei meu banho e coloquei uma calça comprida preta, blusa branca, botas e casaco quadriculado vermelho. 
Peguei meu celular, meus fones de ouvido e meu skate. Estou pronta.

     Eu estava quase chegando no colégio e já pude avistar os ônibus já estavam por lá. Percebi que os alunos já estavam entrando neles. Entregavam a autorização e entravam no ônibus. Peguei meu skate, dei a autorização e entrei. Sentei lá no fundão perto da janela e alguém sentou ao meu lado. Era um dos amigos do Chris. Laz... Não! Carl... Não também, cacete qual o nome dele?! Taz...  CHAZ! O nome é Chaz!

-Oi gatinha! – ele disse baixo.

-Essa foi uma tentativa falha de começar uma cantada, acertei? – ele riu.

-O Chris falou que você morde! Ele estava certo! E aliás, sotaque legal. – eu ri. Christian estava vindo na minha direção. Não morre mais.

-Dá licença aê, bro! – os dois fizeram um toque de mãos e ele sentou ao meu lado.

-Bom dia, Rock! – falou animado sorrindo pra mim. Hoje estava fazendo tanto frio quanto ontem. Christian estava de touca hoje também, mas era uma azul. Seus olhos brilhavam à luz dos raios de sol que entravam pela janela, nesse momento o ônibus deu partida, o skate estava dançando nos meus pés com o balançar do ônibus.

-Bom dia Chris, como você está? – eu disse respondendo e tirando os óculos.

-Eu estou bem e você?

O caminho todo fomos conversando e rindo, as líderes de torcida me olhavam com tanta raiva que aquilo chegava a assustar. Além de cochicharem entre si o tempo inteiro! Minha nossa!
     
O ônibus parou e eu peguei o meu skate, fizemos uma fila para sair. O Christian estava atrás de mim e enfileiradamente saímos de um por um. O outro ônibus que trazia o resto da escola estava estacionando logo atrás de nós. Tudo muito bem organizado.

A diretora fez a chamada e tudo o que eu disse foi “presente!” quando foi na vez do Christian ele disse: “É o quê!?” Eu caí na gargalhada como o resto dos alunos pois ele estava realmente distraído.

Ele ficou o tempo todo do meu lado, passamos da recepção e fomos calmamente indo para o salão do museu que estávamos. Quando chegamos lá, eu tive a bela surpresa: O museu era de nada menos do que Bonecos de Cera! Quando eu me deparei com um monte de bonecos maiores do que eu e super realistas olhando pra mim, meu coração disparou! Minha respiração começou a ficar entrecortada e ofegante! Eu entrei em pânico! Minhas pernas ficaram bambas. Meus olhos se encheram d'agua, eu mal conseguia falar:

-Ch-ris! – Gaguejei. Ele olhou pra mim, eu respirei fundo. Estava parada tentando manter a calma, por fora eu estava sem feição nenhuma, por dentro eu estava em aterrorizada! Eu reajo muito mal à bonecas. Muito mal mesmo!

-Pode parecer muito ridículo, mas eu não consigo me mover e vou começar a gritar, quiçá desmaiar. Me ajuda, por favor. - Eu estava estática. Implorando ajuda para ele. O retardado não entendeu nada.

Eu não acredito que isso esteja acontecendo!

-O que foi Rock? O que aconteceu?! - Ele me olhou com cara de interrogação.

-BO-BONECOS! - Fitei seus olhos desesperada.

Eu não conseguia descrever o terror que estava sentindo! Era algo que me rasgava por dentro, foi horrível! Eu só queria chorar! Minhas mãos começaram a suar frio, meu coração batia aceleradamente e minha voz não queria sair! Eu entrei pânico depois de anos!

Logo agora?!

Eu nunca quis tanto desmaiar pra acabar meu pavor!

-Christian, eu não consigo me mover! Eu estou tento uma crise de pânico e se você puder me tirar daqui antes que eu faça um escândalo, eu agradeceria. Por favor, Chris! Me tira daqui! ME AJUDA!

Eu falava tudo pausadamente olhando dentro dos olhos dele. Minha voz falhava as vezes, era assustador.

Parece que o caminho até o ônibus demorou uma eternidade.

-Rock, o que aconteceu?! Ninguém entendeu nada! – Ele disse se sentando ao meu lado.

Eu desatei a chorar nervosamente. Parecia uma criança que se perdeu da mãe.

-Meu Deus! O que ta acontecendo?! - Ele perguntou assustado. -Hey! Olha pra mim. Não chora! Calma.

Ele secou as minhas lágrimas. Só aí eu me acalmei e parei de chorar.

Demorou um pouco até eu conseguir falar sem soluçar.

-Bonecos, eu morro de medo de bonecos, desde pequena! Aos 9 anos doei todas as minhas bonecas pois eu cismava que elas estavam me olhando. Até ursinhos de pelúcia eu dei, não sei porque isso! Essa foi uma das piores experiências de todas! Odeio sentir medo! Se quiser pode rir.

Mas ele não riu.

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Hey! Gostaram desse capítulo? Sei que ficou pequeno, vou tentar fazer maior na próxima! Espero ter transmitido todo o pavor que a Raquel passou ao ver todos aqueles bonecos haha! Será que entre Christian e Rock vai continuar esse chove e não molha?

Fique com Deus Avalanna nós te amamos.

3 comentários:

  1. AAH continúa ficou mto perfeito esse cap *------* Avalanna <3

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  2. Continua bitch! tá perfeito esse cap.! u.u Avalanna,nós te amamos princesa!

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  3. HAHA perfeitooooooooooo diva continuaaaaa

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