sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Don't Break My Heart - Capítulo 2


      No intervalo, eu comprei meu lanche e sentei sozinha numa das mesas da cantina. Ah! Como a Dai faz falta nesses momentos! Ela é o tipo de garota que sempre tem assunto e nunca deixa a conversa acabar. Daiana fala muito, mas o que tem de falante, tem de skatista. Ela anda muito bem e faz manobras bem legais. Tenho que admitir! 

     Lá estava eu sentada, escutando Avril Lavigne no último volume. Christian começava a intrigar os meus pensamentos.  Ele era até bonitinho, uma pena que tenha tido um comportamento tão imaturo. Ele nem me conhece! Olhei ao redor e o vi em uma mesa com as líderes de torcida, uma loira
 platinada estava sentada em seu colo. O garoto loiro de olhos caramelados estava trocando carícias com uma morena dos cabelos longos. Os outros dois amigos estavam atacando hambúrgueres enormes. Esses eram dos meus! Comida em primeiro lugar!

Aproveitei que o inspetor
 não estava por ali, peguei o meu celular e liguei pro Will pedindo pra ele vir me buscar quando saísse de seu colégio. Ele sai no mesmo horário que eu. Depois mandei um SMS pra Daiana e pro Marcos pra que eles viessem também, com certeza eles estavam em horário de aula. Sempre andávamos de skate, ainda mais à tarde, da rampa mais alta da pista dava pra ver o pôr do sol de camarote, lindo demais!

Voltei a colocar os fones nos meus ouvidos. Estava tocando Skrillex, e eu estava sendo envolvida pela batida da música e os efeitos sonoros quando
 algum imbecil decidiu tirar os meus fones sem a minha permissão.

Por favor, que não seja...


-Oi Princesa!

Era a voz dele. Revirei os olhos automaticamente. Ele sentou numa cadeira bem de frente pra mim. Esse garoto brota nos lugares do nada!

-Está a fim de outro tapa?! Quem deixou você sentar nessa mesa?! – Falei quase rosnando. Ele sorriu. Esse garoto ta de sacanagem comigo!

 -Calma gatinha...

-NÃO... – eu estava prestes a gritar com ele, mas respirei fundo e terminei entredentes - ...me chama de gatinha! Que merda!

-É que eu te vi aqui tão sozinha vim te fazer companhia! – ele disse sínico. Bufei.

-E as suas amiguinhas? – eu disse fazendo sinal de aspas – Não vão sentir sua falta, Don Juan? – falei sorrindo sínica, não vou gastar o meu tempo cuidando da vida de um imbecil qualquer. Aliás, não é da minha conta, nem sei porque perguntei.

-Don Juan? Eu não sou tão conquistador quanto ele... E elas estão bem sem mim! Ryan
, Chaz e o Justin – ele disse apontando pra cada um – cuidam bem delas.

-Foda-se. - Sussurrei em português. Ele puxou o ar pra perguntar o que eu tinha dito, mas acabou desistindo. O assunto acabou e eu fiquei encarando-o tentando reprimi-lo, mas o que ele fez foi me olhar como se eu fosse um bicho esquisito.

-O que foi?


-Estou esperando você SAIR da minha mesa para eu poder comer em paz, tem como?

-Não vou sair. - Ele disse cruzando os braços e se recostando na cadeira. Eu bufei e disse em português:

 -Que saco! Você é insuportável, cara, se liga, sai daqui logo, cacete!

Ele ficou me olhando tipo “WTF?” e eu nunca quis rir tanto.

-Você sabe que eu não sei falar português né?

-Essa é a graça. - Falei em inglês.

Ele revirou os olhos.

Alguns minutos se passaram e ele realmente não saía da maldita mesa. Sim, ele é retardado.


–Ok, olha, faz oque você quiser, eu vou pra outra mesa. Me da licença.

Falei me levantando bruscamente. Quando eu passei por ele, o mesmo segurou o meu braço e esse ato quase fez as minhas batas fritas caírem.  Eu olhei pra ele tipo “Me larga seu louco!” mas eu não podia me soltar à força se não as batatas voariam.

E cara... São batatas.

-Poxa Raquel, qual é? Eu quero ser legal! – Ele me olhava intensamente, quase suplicante. Eu não conseguia parar de olhar seus olhos, eram hipnotizantes. Eu não havia reparado na gama de cores que havia ali antes. Era muito... interessante.

Mas... Pera! Eu não me lembro de ter dito o meu nome pra ele!

-Como sabe o meu nome?! Eu não te falei! – Ele me soltou.

-As pessoas comentam... Mas por favor, fica aqui comigo. Vamos conversar! – Respirei fundo, olhei pro lado e vi que as vadias estavam me olhando com certa raiva. Uma coisa que eu adoro é provocar e isso, apenas isso, me fez ficar.

-O que você quer Christian? - Falei voltando ao meu lugar.

-Eu quero sair com você. – ele disse olhando sério pra mim, eu tive que segurar o riso mas não resisti e caí na gargalhada. Ele só podia estar me zoando.

-O que foi agora Raquel? – ele falou com uma expressão meio emburrada. Eu só sabia rir.

-Ta tirando uma com a minha cara né?

 -Nunca falei tão sério!

Eu ia recusar, mas pensei: Ah, eu quero brincar também!

-Ok!

Ele ficou surpreso com a minha atitude.

-Fácil assim? – ele disse franzindo as sobrancelhas.

-Tá bom então, eu não vo... – ele me interrompeu antes que eu mudasse de ideia.

-Calma! É que eu achei que seria mais difícil, bom, quer ir ao cinema?

 -Tanto faz. - Falei indiferente.

-Eu já reparei nesse seu estilo alternativo... Eu gosto de animação. O que acha de Paranorman?

 -Eu queria mesmo ver esse filme, deve ser ótimo! - Ele me arrancou um sorriso.

 -Nossa! – Fingiu estar surpreso.

 -O que foi, garoto? – desfiz o sorriso.

 -Primeira vez que eu vejo você sorrir e não é de deboche! Estamos progredindo!

Eu segurei um riso com esse comentário.

 -Quando vamos?

 -Pode ser hoje à noite? – Ele disse mexendo no cabelo e dando um sorrisinho de lado. Ele tem cada mania esquisita.

-Ok, me pega as oito. – falei escrevendo num papel – Esse é o meu telefone e o meu endereço, estou confiando em você, espero que você não seja um psicopata que vá me matar de madrugada!

Ele riu do meu comentário e eu dei o papel pra ele, só aí eu pude sair da mesa em paz.


/Christian on
     
    

      Eu estava no refeitório com a Ashley sentada no meu colo. Eu e ela temos um certo "lance", já transamos várias vezes, ela quer levar isso adiante mas eu não. Namorar? Deus me livre!
Justin estava ficando com a Normani, amiga da Ashley. Chaz e o Ryan só sabiam comer. Foi aí que eu vi a Raquel sozinha, lanchando. Ela estava viajando no mundinho dela, ouvindo música. Batia o pé no chão de acordo com a pulsação da música que estava ouvindo e mexia a cabeça de um jeito engraçado, quase gracioso. Percebi que estava distraído olhando-a tempo demais quando a Ashley começou a beijar meu pescoço e tudo o que eu senti foi... nada. Ela olhou pra onde eu estava olhando e fechou a cara.

Quer saber? Eu vou lá falar com ela um pouco! Sei lá, gosto do jeito que ela se faz de difícil e eu tenho que conquistá-la o mais rápido possível por causa da aposta. Só unir o útil ao agradável. Gosto disso! Tirei a Ashley do meu colo e a ignorei quando ela fez o chilique dela, pelo amor de Deus! Não sou obrigado!
 Sou?

Eu cheguei por trás tirando os fones do ouvido da Raquel:

-Oi Princesa!

Quando ela viu que era eu, ficou evidente sua irritação. O que eu fiz dessa vez?!

 -Está a fim de outro tapa? Quem deixou você sentar nessa mesa?! - Ela parecia um cão raivoso. Eu achei aquilo um tanto engraçado.

 -Calma gatinha... - Eu sabia que isso iria tira-la do sério.

-NÃO... – Eu adorava quando ela era obrigada a segurar a raiva – ...me chama de gatinha! Que merda!

Nossa, ela morde.

-É que eu te vi aqui tão sozinha, vim te fazer companhia! – Bufou e sorriu ironicamente. Pra ela era tão normal ser irônica que a mesma deu esse sorriso automaticamente, nem deve ter percebido. O jeito único que ela tem de ser sarcástica me fazia ficar impressionantemente irritado. E dava pra sentir que ela percebia isso e gostava do efeito que me causava.


(...)



-Quando vamos?

-Pode ser hoje à noite? – Eu disse mexendo no cabelo, as meninas adoram quando eu faço isso, mas ela não me apresentou reação nenhuma, essa garota tem algum problema.

-Ok, me pega as oito. – ela pegou um papel, uma caneta e começou a escrever.

-Esse é o meu telefone e o meu endereço, estou confiando em você, espero que você não seja um psicopata que vá me matar de madrugada! – Ela tem um senso de humor irônico e eu não consigo não rir, mesmo me tirando do sério as vezes.

Mas isso é o interessante nessa garota.

E aliás, se eu fosse atacá-la à noite... Não seria exatamente pra matar.

/Raquel on


    
      Voltamos à aula e ele continuava a não parar de me olhar, eu juro que eu tentava ignorá-lo, mas era quase impossível! Isso estava começando a me deixar sem-graça , como ele conseguia fazer isso?! Parecia que ele não tinha outro lugar pra olhar, pelo amor de Deus! Olha pro teto, pro sapato, pro professor, pro livro... Mas não pra mim!

Na hora da saída, eu fui no meu armário guardar meu material, estava tão distraída que nem percebi que ele estava bem ao meu lado fazendo o mesmo:

-Nos vemos esta noite né? – Ele disse pegando seu casaco e fechando o armário, eu o ignorei. Não tenho paciência pras investidas dele. -Raquel, fala comigo! O que eu fiz dessa vez?!

 -Olha – eu disse me virando pra ele – me chama de Rock, tá bom Christian? Eu deixo. Assim é mais rápido!

-Só se você me chamar de Chris
, assim é mais rápido! - ela riu com certa incredulidade por eu ter roubado sua frase na cara de pau - Garota, como você pode ser brasileira se seu sotaque é tão britânico? Tem algo errado aí. – ele disse como quem não quer nada.

-Aprendi a falar inglês fluentemente lá. Morei quase 3 anos na Inglaterra.

Me virei de volta para o meu armário e ajeitei minha pequena bagunça.

-Muito obrigada pelo elogio.

-Elogio? Que elogio? - Ele indagou.

-Eu AMO a Inglaterra, e amo quando reparam no meu sotaque carregado. Então, obrigada. Levo isso como elogio.

(...)


Lá fora eu fiquei esperando as minhas crianças. Não vi Christian em lugar nenhum, ótimo! Olhei novamente para a rua e não demorou muito para o Will dar sinal de vida. Logo atrás dele vinha a Dai e o Marcos, todos de skate, claro! Eu peguei o meu, amarrei o casaco na cintura e fui com eles rumo à pista.

(...)


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Obrigada por terem comentado o primeiro capítulo da Fanfic, comentem para eu colocar o próximo capítulo de Dream :)

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